Pessoal deixem seus comentários, por favor, ajuda muito a me inspirar para escrever! Farei atualizações diárias de segunda a sexta (no correr da semana posto uns dois capítulos para compensar o fim de semana para compensar o fim de semana). Espero que gostem <3
Mas ele já estava correndo em direção a parte da frente da caverna e saltando em direção a entrada da caverna. Os cabelos negros foram a última coisa que Lyra viu antes de correr atrás, tsem entender porque aquele homem estava tão alerta.Quando finalmente alcançou a abertura, ofegante e com o coração aos pulos, sentindo o corpo dolorido reclamar, deu de cara com uma cena quase cômica.River estava parado no meio da clareira, o peito arfando, os olhos vidrados no céu, e rosnados saiam de sua garganta enquanto ele girava ao redor de si mesmo olhando para cima, como se pronto para despedaçar qualquer inimigo. Mas não havia nenhum lobo, nenhum renegado, apenas o céu azul-acinzentado e um avião comercial cortando as nuvens com seu ronco grave e constante, um pouco baixo demais.— Mas… o quê...? — Lyra piscou, sem acreditar. — Um avião?River continuava imóvel, os olhos grudados naquela máquina de ferro que desaparecia lentamente entre as nuvens. Ele parecia pasmo, como se tivesse visto um
O vento da floresta sibilava entre os galhos retorcidos, e mesmo com a luz filtrada do sol matinal, havia um peso no ar. Lyra envolveu-se com mais força na capa que River havia lhe dado, o tecido ainda carregava o cheiro dele, terra, madeira e, bem de leve, sangue, afinal, alguém sempre parecia estar morrendo na terra de ninguém.O caminho foi silencioso, e ela caminhou algumas horas decidida que era a melhor solução segui-lo. Mas quando a floresta começou a se fechar e os rosnados dos renegados se tornaram mais frequentes, a confiança de Lyra começou a vacilar. Sera que não seria melhor se infiltrar entre os humanos? Nunca a encontrariam lá Kael nunca saberia… Saberia? Isso seria melhor do que acabar dilacerada no caminho de uma alcateia perdida.— Você realmente acha seguro ir para um lugar que foi amaldiçoado pelos anciãos? — A voz dela saiu firme, mas trêmula no fim. — As histórias sobre o Alfa da Lua de Sangue são tudo menos reconfortantes. Dizem que ele é uma besta, um monstro
— Não quero te fazer mal, só quero que você venha comigo, assim posso te proteger e, quando chegarmos, vou te dar um lugar na minha alcatéia — as palavras dele eram sérias e diretas. — É só isso que estou pedindo, Lyra.Ela respirava com dificuldade, o peito subia e descia em um ritmo irregular. O olhar estava perdido, como se estivesse em dois lugares ao mesmo tempo, ali, diante dele, e dentro da lembrança das mãos que a machucaram.— Eu não quero lutar, River — ela murmurou, exausta. — Não quero mais fugir, nem me esconder, nem fazer parte de nada. Só quero esquecer, me enfiar em algum canto, sumir do mapa, me limpar de tudo o que fizeram comigo.Ele abaixou a cabeça, por um segundo, mas quando levantou novamente, sua expressão estava resoluta.— Você pode fazer isso. E ainda assim estar segura. Não precisa se comprometer com nada. Só… venha comigo, até o a alcateia. E se ter um lugar na alcatéia mais poderosa que já existiu não é o suficiente para te convencer, eu posso te ajudar a
Era seu aniversário, mas nada naquela manhã fazia parecer que o dia teria algo de especial. A espuma do sabão escorria pelos dedos finos de Lyra enquanto ela esfregava o chão áspero da ala principal da alcateia, de joelhos, com os cabelos presos em um coque frouxo que não parava de se desfazer, fazendo os fios dos cabelos loiros escaparem do elástico que os prendiam. Ao seu lado, Petra bufava, com o rosto suado e as mangas da blusa arregaçadas até os cotovelos.— Você já percebeu que quanto mais a gente esfrega, mais esse chão parece sujo? — murmurou Petra, torcendo o pano no balde pela terceira vez.Lyra soltou um sorriso fraco, mas não respondeu. Estava concentrada em limpar uma mancha escura perto da escada de pedra. Precisava deixar tudo perfeito, assim poderiam ir para a festa durante a noite. O silêncio que pairava entre elas foi quebrado por risadas estridentes e passos de salto ecoando pelo corredor. As duas se entreolharam antes de se levantarem lentamente, como quem antecip
Momentos antesO ar estava pesado na floresta.As folhas dançavam em silêncio sob a brisa que anunciava o cair da noite, e os lobos da alcateia já se reuniam ao redor da clareira sagrada. A lua cheia começava a subir no céu, seu brilho prateado refletindo sobre as peles e olhos atentos. Tudo estava preparado, tudo sob o controle de Kael.O alfa observava tudo de cima, de um dos degraus de pedra que levavam ao altar da bênção. Seus olhos dourados percorriam os arredores com rigidez. Nenhuma vela fora esquecida, nenhuma fita fora mal amarrada. O baile da primavera estava perfeito. Como deveria ser.Era o primeiro baile da primavera que celebrava como alfa, seu pai havia lhe passado o título no ano anterior, no outono, e agora ele finalmente encontraria sua companheira, se a deusa da lua assim quisesse.— Está tudo como você pediu, Kael — disse um de seus soldados, curvando-se respeitosamente.— Como eu mandei, você quer dizer — respondeu ele, seco. — Pode ir. E tire aquele arranjo horrí
AVISO DE GATILHO: ABUSO SEXUAL E VIOLENCIA (Se não se sente confortável com esse tipo de conteúdo, pule este capítulo)Não havia mais esperança.O som da festa já era só um eco distante, ficando cada vez mais baixo a medida que Lyra era arrastada para o calabouço. Nunca tinha ido ao local porque iria? Era destinado aos piores criminosos… Agora ela estava sendo tratada como um desses na verdade, pior que eles pois sua punição era desumana, cruel, asquerosa. Qualquer criatura que tivesse um coração pulsante em seu peito sabia que aquilo era além de errado, que era uma abominação, mas aqueles homens pareciam não ter coração, ou consciência. Eram vis, maus, não se podia nem dizer que eram selvagens, pois a selvageria é guiada por instinto, e nenhuma criatura tem um instinto tão tenebroso como a vontade que guiava aqueles lobos. A luz das tochas projetava sombras monstruosas nas paredes do calabouço, e quando as portas de ferro se fecharam com um baque que reverberou em seus ossos, ela so
Estava esperando para morrer. O som de rosnados se aproximava rapidamente, como trovões rasgando a noite, e a omega estava decidida de que esperar seu fim era o melhor a se fazer.Mas já havia sofrido tanto…Será que não merecia nem uma morte pacifica?Ter seu coração e corpo quebrados já não era o suficiente? Lyra tentou erguer a cabeça, mas o peso de seu próprio corpo parecia esmagá-la contra o chão frio e sujo da floresta. Cada respiração era uma luta, cada movimento, uma tortura.Os lobos estavam tão perto…O terror se instalou em sua mente fazendo todo seu corpo vibrar quando percebeu que não queria morrer daquele jeito, então, sem pensar, apenas obedecendo ao instinto mais primitivo de sobrevivência, tentou se mover. Os braços trêmulos e ensanguentados cavaram a terra diante de si. As pernas, mortas pela dor, arrastavam-se inutilmente atrás do tronco magro e despido.— Só... mais um pouco... — sussurrou, quase inaudível, enquanto o sabor metálico do sangue invadia sua boca.O
Enquanto ali uma morte brutal parecia prestes a acontecer, mais ao fundo da caverna algo que mudaria tudo repousava num sono incubido de magia. Correntes grossas envolviam seus pulsos e tornozelos, gravadas com runas prateadas de contenção, cintilando com a mais pura magia, prendendo o imenso monstro com garras enormes e pelo negro. O tempo não passava naquele lugar, sua alma estava presa no abismo da própria mente, onde a luz não existia, onde o silêncio pesava como pedra e a única sensação era o vazio eterno.Mas então… algo rompeu o silêncio e a escuridão.Uma voz fraca, trêmula, que se o silêncio absoluto não existisse mal se poderia ouvir.— Por favor, que pelo menos seja… seja rápido…A súplica ecoou por todo o vazio.Aquela imensa criatura se mexeu pela primeira vez em séculos. Dentro de sua prisão, seus olhos se abriram, confusos, mas atentos, a forma humana do monstro guiou os olhos vermelhos pela escuridão em busca de qualquer passagem, qualquer luz, ao passo que o corpo mo