Sarah Evans, 23 anos, tem sua vida virada de cabeça para baixo em uma noite que prometia ser de entrega e amor. Disposta a se dar pela primeira vez ao noivo de infância, Marcus Almeida, ela o encontra na cama com sua ex-namorada, Gabriela, em uma cena que estraçalha seu coração. Fugindo da humilhação, Sarah jura nunca mais olhar para Marcus, mas um telefonema inesperado de seu chefe, o magnético e dominador CEO Leonardo Ferrari, a desvia para a empresa. Desleixada e abalada, Sarah, sempre discreta, chama a atenção de Leo, que a observa com um olhar carregado de desejo. A partir desse dia, a dinâmica entre Sarah e Leo muda drasticamente. Envolvidos por uma tensão sensual crescente no ambiente profissional, Sarah, ferida pela traição, encontra em Leo um refúgio e um desafio. Ele, um notório conquistador, se vê fascinado por sua secretária que, apesar de fragilizada, não se submete a ele. O que começa como uma relação de poder e atração inegável, se transforma em uma jornada de autodescoberta para Sarah e um inesperado despertar emocional para Leo, à medida que seus corpos e almas se entrelaçam em cenas intensas de paixão e redenção.
Ler maisO ar do apartamento vazio ainda estava denso, pesado, carregado com a memória persistente do sândalo e jasmim, um perfume que antes prometia intimidade e agora se tornava uma lembrança cruel de uma noite que jamais se concretizaria. Cada inalação era uma pontada, um lembrete vívido da expectativa despedaçada. Meus dedos tremiam levemente ao tocar os lábios, onde o batom vermelho, antes um convite vibrante para a paixão que eu ansiava compartilhar, agora parecia uma mancha de sangue, um estigma da ferida que se abria em meu peito. A cor vibrante, antes símbolo de autoconfiança, agora berrava a vergonha e a desilusão que me consumiam.
Aquele vestido, meticulosamente escolhido com a esperança de ser a armadura da minha rendição a Marcus, peça por peça, detalhe por detalhe, para que cada curva falasse de desejo e entrega, tornou-se o manto da minha humilhação. O tecido, que deveria roçar minha pele com a promessa de carícias, agora parecia áspero, sufocante, pesando sobre mim como um fardo insuportável. A beleza do caimento, a delicadeza dos detalhes, tudo se transmutou em um espelho grotesco da minha ingenuidade.
Eu fugi. Não foi uma corrida controlada, mas um desespero animalesco, uma necessidade visceral de escapar daquele espaço que se tornara uma prisão. Corri como se o próprio inferno estivesse em meus calcanhares, a respiração ofegante rasgando minha garganta, o coração batendo descompassadamente contra as costelas, ecoando o ritmo frenético dos meus passos na calçada fria. Mas, no fundo da minha alma, eu sabia que o inferno não estava lá fora, nas ruas escuras da cidade. Ele havia se instalado dentro de mim, um incêndio de dor e raiva que não poupava nada, queimando cada célula do meu ser, consumindo a mulher que eu pensava ser. Era uma conflagração interna, alimentada pela traição e pela cegueira.
Aos 23 anos, com a convicção juvenil que só a inexperiência pode trazer, eu acreditava piamente que conhecia o amor. Tinha certeza de que havia desvendado seus mistérios, que Marcus era a encarnação de tudo que eu sonhava. Acreditava conhecer Marcus, cada curva de seu sorriso, a profundidade de seu olhar, a promessa em suas palavras. Eu havia construído um universo inteiro em torno dessa crença. Mas a porta que eu abri naquela noite, na esperança de um futuro a dois, não revelou apenas uma traição simples, um deslize momentâneo. Não. Ela escancarou um abismo de verdades que eu estava cega demais para ver, para admitir. Verdades que Marcus havia ocultado com maestria, verdades sobre quem ele realmente era e sobre a fragilidade dos meus próprios julgamentos. Era como se véus tivessem sido arrancados de meus olhos, revelando uma paisagem desoladora e desconhecida. A dor da descoberta era quase física, um corte profundo que ia além da pele.
E, no meio do caos que se instalou em minha vida, quando meu mundo desmoronava em pedaços e eu mal conseguia respirar sob o peso da decepção, o destino, com seu senso de humor distorcido e cruel, fez sua jogada mais inesperada. Ele me empurrou para os braços do homem que eu mais evitava, o único que, com sua presença magnética e sua intensidade quase palpável, eu havia tentado manter à distância. O único homem capaz de incendiar minha alma de uma maneira que o fogo da traição jamais poderia: Leonardo Ferrari. Havia algo nele que sempre me desestabilizou, uma atração perigosa que eu sempre resisti. Agora, parecia que não havia escapatória. Eu não sabia, então, no turbilhão daquela noite devastadora, que seria o fim do meu mundo antigo, o ponto final de tudo que eu conhecia e acreditava. E, ironicamente, o começo de uma vida onde o desejo e o perigo andariam de mãos dadas, tecendo uma nova e imprevisível tapeçaria para o meu futuro.
Narrado por Leonardo:O clique da porta do meu escritório me isolou no silêncio que se seguiu à saída de Sarah. O aroma de jasmim e o rastro do seu batom vermelho imaginário ainda pairavam no ar, misturando-se ao persistente cheiro de whisky que eu carregava. Joguei o relatório sobre a mesa de vidro, a urgência dos números já um ruído distante na minha mente. Aquele maldito vestido vermelho. E aqueles olhos verdes.Ela estava diferente. Não era a Sarah de sempre, a eficiente e inatingível secretária que, por quatro anos, conseguira me manter à distância com uma muralha de profissionalismo e uma postura que beirava a indiferença. Aquela noite, algo havia se quebrado nela. Eu vi a dor, a vulnerabilidade, por trás da fachada de controle que ela tentou manter. Mas, estranhamente, essa vulnerabilidade não a tornou fraca aos meus olhos. Pelo contrário. Despertou uma curiosidade, um desejo ainda mais intenso.Caminhei até a janela do meu escritório, observando as luzes da cidade. Um milhão d
Narrado por Sarah:A porta do escritório de Leonardo Ferrari se fechou com um clique abafado, mas o eco de suas últimas palavras e o calor de seu olhar lascivo ainda reverberavam na minha pele. — Deveria usar mais roupas assim, que te valorizam. — A ironia era cruel. O vestido que eu havia escolhido para me entregar ao homem que amava, o vestido que agora me queimava como uma brasa, foi o que despertou aquele olhar faminto no meu chefe. Leo, o CEO arrogante e sedutor, o homem que eu passara quatro anos evitando e tratando com rédeas curtas.Minhas pernas tremiam, não apenas pelo choque da traição, mas pela descarga de adrenalina que o encontro com Leo havia provocado. Ele, com seu aroma de whisky e poder, tinha o dom de desestabilizar qualquer um. Mas comigo, era diferente. Eu era a Sarah à prova de Leo. Ou era o que eu pensava.Sentei-me à minha mesa, as mãos ainda trêmulas. O relatório estava ali, aberto, mas meus olhos não conseguiam focar nas projeções financeiras. A imagem de Mar
Narrado por Leonardo:O relatório. Aqueles malditos números que deveriam ter sido enviados há horas. Minha irritação estava no limite. Eu andava de um lado para o outro em frente à mesa de Sarah, os músculos do pescoço tensos, a mente fervilhando de estratégias e prazos apertados. Era quase meia-noite, e a adrenalina do dia ainda corria em minhas veias, mas a paciência já havia se esgotado. Ninguém mais na empresa conseguia achar essa droga de relatório, ninguém sabia onde estava, e eu precisava dele para uma reunião crucial no dia seguinte. Por isso, a única opção era ligar para ela. Sarah. A única que realmente entendia a bagunça organizada da minha vida profissional.Ouvi o barulho do elevador abrindo e me virei, pronto para descarregar a frustração. Mas as palavras morreram na minha garganta.Lá estava ela. Sarah.Não a Sarah de sempre, com suas calças de alfaiataria impecáveis e blusas discretas que, embora valorizassem seu corpo esguio, faziam questão de não chamar atenção. Aque
Narrado por Sarah:O cheiro de sândalo e jasmim no ar do apartamento de Marcus não era apenas um perfume; era uma promessa. Uma promessa sussurrada em cada batimento do meu coração, amplificada pelo tique-taque nervoso do relógio na parede da sala. Vinte e três anos de vida, e aquela noite seria um marco. A noite da minha entrega. Meu batom vermelho, recém-aplicado, era um convite silencioso, um selo para a decisão que eu tomara. Meu vestido, um vermelho vibrante, quase um carmesim, deslizava suavemente pela minha pele, abraçando minhas curvas de um jeito que eu raramente me permitia no dia a dia. Para Marcus, o homem que eu amava desde a infância, o homem que seria meu marido.Ele tinha desmarcado o jantar de última hora, com a velha desculpa de "trabalho até mais tarde". Eu conhecia a rotina dele na startup, sabia que eram períodos intensos, mas algo dentro de mim sussurrava para ir. Talvez fosse a intuição feminina, talvez a ansiedade de quem espera demais por um momento. De qualqu
O ar do apartamento vazio ainda estava denso, pesado, carregado com a memória persistente do sândalo e jasmim, um perfume que antes prometia intimidade e agora se tornava uma lembrança cruel de uma noite que jamais se concretizaria. Cada inalação era uma pontada, um lembrete vívido da expectativa despedaçada. Meus dedos tremiam levemente ao tocar os lábios, onde o batom vermelho, antes um convite vibrante para a paixão que eu ansiava compartilhar, agora parecia uma mancha de sangue, um estigma da ferida que se abria em meu peito. A cor vibrante, antes símbolo de autoconfiança, agora berrava a vergonha e a desilusão que me consumiam.Aquele vestido, meticulosamente escolhido com a esperança de ser a armadura da minha rendição a Marcus, peça por peça, detalhe por detalhe, para que cada curva falasse de desejo e entrega, tornou-se o manto da minha humilhação. O tecido, que deveria roçar minha pele com a promessa de carícias, agora parecia áspero, sufocante, pesando sobre mim como um fard
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