Sara Lima é uma jovem sonhadora e cheia de vida! Mesmo após enfrentar a dor da perda da mãe, que partiu devido a uma doença, encontrou forças em seu amigo Pedro. Desde cedo, aprendeu a valorizar o trabalho, e com garra e determinação, nunca deixou de acreditar nos próprios sonhos. E acredite: com tanta dedicação, seus desejos estão bem perto de se tornar realidade. Vinícius Vasconcelos, 25 anos, é o único filho de Rodrigo Vasconcelos, o magnata dos cassinos de Las Vegas. Criado em meio ao luxo, também enfrentou feridas profundas — como o abandono da mãe — o que o fez amadurecer mais cedo do que gostaria. Dono de um orgulho teimoso e um charme irresistível, Vinícius vive entre apostas altas e relacionamentos rasos. Mas tudo muda quando uma conversa inesperada com o pai coloca sua liberdade em jogo... e talvez também o seu coração. Ela quer ser amada. Ele quer sair ileso. Mas o destino adora brincar com corações teimosos.
Leer más𝑺𝒂𝒓𝒂 𝑳𝒊𝒎𝒂
Meu nome é Sara Lima, tenho 23 anos e, para ser sincera, hoje não é um bom dia para fazer novas amizades. Receber uma notícia ruim torna difícil sorrir. Desde os meus 13 anos, minha vida tem sido marcada por desgraças. Uma noite fria e chuvosa, meu pai chamou uma ambulância para levar minha mãe, e ela nunca mais voltou. Chorei por meses sentindo sua falta, e, mesmo depois de tanto tempo, ainda me emociono. Infelizmente, não posso trazê-la de volta. O que é ainda mais doloroso é ter um pai que se entregou ao vício e esqueceu que tem uma filha. A única hora que ele se lembra de mim é quando precisa de dinheiro. Moramos em Red Rock Canyon, perto de Las Vegas, e meu pai adora os cassinos. Apesar das dificuldades, estou economizando porque quero cursar Gastronomia; adoro cozinhar e sonho em ter um restaurante incrível. Enquanto esse sonho não se realiza, estou vivendo ao lado do meu amigo e namorado, Pedro. A terrível notícia que mencionei é que Pedro não viverá por muito mais tempo. Estamos no hospital, onde o médico informou a ele e aos seus pais que o câncer tomou conta de seu corpo. Ele não poderá mais sair de lá. Decidi me mudar para Las Vegas para cuidar de Pedro junto com seus pais, mas vê-lo debilitado e sem forças me deixa triste e solitária. Pedro é meu melhor amigo desde a infância, e nunca imaginei que me apaixonaria por ele, mas a vida tem suas surpresas, e aqui estou eu, observando-o dormir após mais uma hemodiálise. Leio o livro que ele me deu; confesso que não sou fã de romances e nem de ler. Entretanto, esse livro foi um presente dele, e ele disse que eu iria gostar. E, de fato, é uma boa história que me ajuda a não pensar demais enquanto estou aqui no hospital. Olho pela janela de vidro e vejo as luzes de Las Vegas; a cidade é tão bonita! Sempre sonhei com Pedro em viver aventuras e viajar. Sorrio ao lembrar dele dizendo que ficaríamos ricos um dia, ao entrarmos em um cassino. Ele era pura alegria, mas agora, ao olhar para ele, só vejo sofrimento. Odeio chorar na frente dele porque quero ser forte. Assim, saio correndo pelos corredores do hospital, até que... — Ai! — exclamo, ao esbarrar em alguém e machucar meu braço. — Desculpe, moça, estou com pressa, mas me dê a sua mão que eu a ajudo. — Ele estende a mão, e ao tocá-la, sinto um frio na barriga. Nossos olhares se encontram, e ele é tão lindo, com um olhar sedutor e um perfume que enche todo o ambiente, fazendo-me esquecer momentaneamente da tristeza. — Desculpe novamente, moça. — Não consigo responder, apenas assisto enquanto ele continua seu caminho. Que homem é esse? Estou até suando! (...) Decidi sair para respirar e observar as poucas estrelas que pintam este céu. Há pouco, eu estava em lágrimas, mas desde que esbarrei naquele cara bonito, não consigo tirá-lo da minha cabeça. Como posso ficar desejando um desconhecido enquanto o Pedro sofre? Que tipo de mulher eu sou? Hora de me recompor! Entro no hospital, furiosa comigo mesma, e ao abrir a porta do quarto, vejo o Pedro acordado. — Bonita, essa sua vista — digo, sorrindo enquanto me aproximo dele, fechando a porta atrás de mim. — Essa parede branca me faz pensar que a escuridão não será tão ruim quando eu partir, pois não aguento mais olhar para ela — ele diz, com o sorriso no rosto. Sento ao seu lado. — Como você está se sentindo? — pergunto, e ele puxa minha mão, levando-a até os lábios. — Me sinto bem, pronto para partir. — Odeio quando ele diz isso, e meus olhos já se enchem de lágrimas. — Sara, não faça isso com você. Quero que me prometa que vai se apaixonar e que vai viver. — Limpo as lágrimas e viro as costas. — Como vou viver sem você? — questiono, enquanto ele começa a cantar minha música preferida. — Você é a razão da minha felicidade. Não diga que eu não sou a sua cara metade. Meu amor, por favor, venha viver comigo. No seu colo, eu encontro abrigo. — Me jogo em seus braços, chorando, pois essa música da banda Merlin é a minha favorita. Quando o Pedro foi diagnosticado, ele pegou todo o dinheiro que tinha e decidiu me levar ao Brasil. Minha mãe, brasileira, veio para Las Vegas após conhecer meu pai pela internet. Foi nessa viagem que conheci minha tia e minha prima, Lilica. O Pedro e eu nos divertimos e nos apaixonamos durante os shows da banda Merlin. (...) Uma semana depois, estou de preto e com óculos escuros, me despedindo do meu melhor amigo e amor com uma rosa vermelha, que coloco em seu caixão enquanto a terra o sepulta. O medo invade meu ser. Como enfrentarei a vida sem meu porto seguro? — Sara, o Pedro te amava — diz a mãe dele, me abraçando. — Eu o amo. Saibam disso: eu sempre vou amá-lo. — Assim que o enterro termina, caminho de volta para casa, refletindo sobre a vida e tudo o que aconteceu. Agora, posso voltar a economizar e finalizar minha formação, pois havia parado de trabalhar apenas para cuidar do Pedro. Não me arrependo; os últimos momentos com ele são só meus. Mas, ao me aproximar de casa, vejo vários carros chiques e homens estranhos de preto na entrada. Acelero os passos e me deparo com um homem alto e moreno que me puxa pelo braço, arrastando-me para dentro. Lá, vejo meu pai com um olho roxo e sangrando. — Pai! — grito em desespero. — O que está acontecendo? E quem são esses homens? — Quando meu pai estava prestes a explicar, ouço a voz de um homem velho, mas bem elegante. Ele dá um tapa no rosto do meu pai e depois me olha nos olhos. — Seu pai me deve, e ele disse que eu poderia levar você como pagamento da dívida. — Nesse momento, não sei se luto contra a revelação ou se choro. Como assim meu pai me vendeu? — Filha, sinto muito. Sara, me perdoa! — diz ele, em lágrimas, enquanto sou arrastada para fora. Grito por ajuda, mas os fofoqueiros dos meus vizinhos só observam, inertes. Sou jogada no banco de trás de um dos carros luxuosos. Bato na janela, implorando por socorro, até que algo é colocado no meu nariz e eu adormeço.ViníciusTudo está uma maravilha na minha vida. Tenho uma bela esposa, uma filha incrível e agora um filho. O Leon é lindo. Mesmo tendo desmaiado na hora que ouvi o choro dele, amei fazer parte desse momento. Foi um ano incrível, cheio de realizações.O Vicente... bom, ele está cada dia mais louco na minha prisão, no mesmo porão.A Lilica casou com o Renan.Minha mãe mora em Paris, mas sempre vem nos visitar — como agora, no nascimento do Leon.---No hospital, eu, papai babão, continuo encantado com o meu bebê. Mas o celular toca e, com ele, vem a surpresa: era a Lia.Eu ignoro, olho pra Sara dormindo... mas Lia insiste. Respiro fundo, encaro o Leon.— Ela dormiu. Agora somos só eu e você, moleque. Sua mãe está cansada... Sim, você é lindo como o papai. Calma! O papai vai atender o celular, você está deixando todo mundo querendo te ver.Atendo:— Oi.— Oi! — responde Lia. — Pode falar?— Posso. — digo, de rabo de olho para a Sara.— Parabéns, papai!— Obrigado, ele é lindo. — digo to
SaraTudo está uma maravilha. A casa está linda, cheia de flores para a nossa renovação de votos, e eu tô feliz. Sei que isso sempre foi tudo o que eu desejei: ter o Vinícius ao meu lado, me dizendo que me ama, colocando a aliança no meu dedo por vontade própria, por amor — não por conta de um acordo. Ele me ama, e eu amo ele. Nossa filha está feliz, todos estão felizes, e isso não tem dinheiro nem inveja que destrua.Eu não sei o que o Vinícius fez com o Vicente, e nem quero saber nada dessa Lia. Só quero recomeçar.Um ano se passa...Hoje estamos preparando a casa para o aniversário da Estrela. Ela completa seis anos, e o Vinícius chora como um besta. Não só por vê-la crescendo e vivendo esse momento, mas também porque eu estou grávida novamente. Já com oito meses e uma barriga enorme! Mesmo assim, a Carmem quis fazer a festa, e a Estrela está amando.O Cláudio veio com a Flávia e os filhos. A Luna e o Leandro também. Vitória e Estrela se tornaram grandes amigas.— Pai, vem! Você de
ViníciusDepois de um banho bem quente, estamos nos vestindo pra dormir. Ainda me assusta a ideia dela desistir, na raiva, e ir embora com a minha filha. Esse é meu maior pesadelo.— Promete que não vai embora?— Já disse que não. Só que tenho que resolver assuntos no Brasil: tenho dívidas, o restaurante, a escola da Estrela... Pedi só uma semana por conta do enterro do meu pai, e já se passou essa semana.— Podemos ir lá e resolver tudo isso. Quero vocês comigo.— Eu também quero... Quero voltar a ser casada com você de verdade. E não vejo a hora de renovar nossos votos, nesse final de semana.— Eu também não vejo a hora.— Você quer ter mais filhos? Você disse isso.— Claro que quero, Sara. — sorrio e a abraço com força.A noite passou, e já é dia. Tomamos café em família e tudo o que aconteceu ficou para trás. Sara ligou pra Luna, que ficou aliviada, mas contou que o Leandro não estava bem. Desde ontem, quando saíram daqui, ele se trancou no escritório. Certamente por toda a histór
SaraVinícius, sem ter escolha, segurou a minha nuca com uma mão e a cintura com a outra, me puxando para um beijo daqueles que fariam qualquer roteiro de novela parecer morno. Nossas línguas se encontraram com vontade, e eu já estava em chamas.— Ei, vamos com calma... — ele murmurou.— Não. Cadê seu carro?Eu já puxava o cinto da calça dele com urgência.— Ele está ali. O que deu em você?— Vamos, abre.— Pronto, abri...— Agora entra e senta.Ele sentou no banco da frente. Eu, de vestido, tirei a calcinha como quem sabe exatamente o que quer.— Quer fazer isso agora? Aqui, na rua? Dentro do carro?— Quero. Merda, esse cinto não sai...— Ele te deu o quê? Isso só me lembra a ambulância... Você me deixou louco aquele dia.— Vamos, me ajuda a tirar. Ele não me deu nada, porque eu não comi nada. Você que me deixou assim.Eu estava ardendo em desejo.— Eu? Não fiz nada...— Fez sim. Gostei do Dom Vasconcelos...— Foi isso que deixou você assim? Posso ser ele mais vezes.— Seja agora.El
Narração SaraA casa estava escondida entre árvores. O cheiro no ar era de tensão, misturado com café requentado. O coração batia forte no meu peito, e eu tentava controlar o medo.— Sabia, Sara, que eu comprei essa casa porque ela me lembra a sua casa no Brasil? — disse Vicente, com aquele olhar doentio.Senti a raiva subir junto com a vontade de chorar.— Já chega, Vicente! Eu quero ir pra casa. E solta a Lilica. Ela não tem nada a ver com isso!Ele riu, como se estivesse se divertindo com meu desespero.— Se você me der um beijinho, quem sabe eu não solto ela...Meu estômago revirou.— Não! Isso não! Me solta! Tenho nojo de você! O único homem que beijou essa boca, e o único que vai beijar, será meu marido: Vinícius Vasconcelos! Sai!Ele se levantou furioso e agarrou meu braço, me puxando pra perto dele. Eu lutei, mas ele era mais forte. O clima parecia de novela mexicana, só que eu era a mocinha encurralada pelo vilão surtado.— Será que você nunca vai me dar uma chance?! O que el
ViníciusAs horas passavam e, enquanto a Luna e minha mãe estavam cada vez mais aflitas, eu me sentia leve. Só esperava o momento certo para agir. Minha mãe veio me dizer que a Estrela não estava nada bem, que só chamava pela mãe. Então subi até o quarto dela.Abri a porta devagar. Minha filha estava deitada na cama, triste, os olhos inchados.— Sabe... quando eu tinha um pouco mais da sua idade, a minha mãe também foi embora. Eu chorei a noite toda. — confessei, me aproximando.— Por quê? — ela perguntou, com a voz embargada.— Porque eu amava muito a minha mãe. Mas percebi que o meu pai precisava mais de mim naquele momento... então eu fiz de tudo pra deixá-lo feliz.— Mas agora eu não quero te deixar feliz. — ela fez bico, com a mesma braveza da mãe. Não consegui segurar o sorriso.— Eu entendo. Eu sei que não estive com você nos melhores momentos, Estrela. Mas não existe um só dia em que eu não pense em como você era quando bebê... o som do seu choro, sua primeira palavra.As lágr
Último capítulo