O ar do apartamento vazio ainda estava denso, pesado, carregado com a memória persistente do sândalo e jasmim, um perfume que antes prometia intimidade e agora se tornava uma lembrança cruel de uma noite que jamais se concretizaria. Cada inalação era uma pontada, um lembrete vívido da expectativa despedaçada. Meus dedos tremiam levemente ao tocar os lábios, onde o batom vermelho, antes um convite vibrante para a paixão que eu ansiava compartilhar, agora parecia uma mancha de sangue, um estigma da ferida que se abria em meu peito. A cor vibrante, antes símbolo de autoconfiança, agora berrava a vergonha e a desilusão que me consumiam.Aquele vestido, meticulosamente escolhido com a esperança de ser a armadura da minha rendição a Marcus, peça por peça, detalhe por detalhe, para que cada curva falasse de desejo e entrega, tornou-se o manto da minha humilhação. O tecido, que deveria roçar minha pele com a promessa de carícias, agora parecia áspero, sufocante, pesando sobre mim como um fard
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