Narrado por Leonardo
O silêncio do meu escritório era quebrado apenas pelo leve sussurro da ventilação e pelo teclar rítmico vindo da sala de Sarah. O relatório da projeção trimestral estava impecável, como sempre. Impecável. A palavra ressoava em minha mente, associada à eficiência quase robótica dela. Sarah era uma máquina. Eu a observava de longe, da minha porta aberta, um portal para a curiosidade que ela despertava em mim. Ela estava imersa em seu trabalho, o terninho azul-marinho impecavelmente ajustado, o coque alto e rígido, uma fortaleza de profissionalismo. Era a imagem perfeita da secretária executiva, um contraste gritante, quase chocante, com a visão que ainda queimava em minha memória: Sarah naquela noite, envolta no vestido vermelho, os cabelos soltos, a pele exposta, a vulnerabilidade e a intensidade dançando em seus olhos. Essa dicotomia, essa dualidade que ela encarnava, era um convite irrecusável à minha fascinação. Ela era um enigma, e eu, como sempre, adorava enig