Lavei o rosto, o choque da água fria me trazendo de volta à realidade por alguns segundos. Tomei um copo de água, a garganta seca, e descemos. Não quis tomar café, e Bruna, solidária, também não o fez. Fomos passear no centro histórico, mas a beleza da arquitetura, o burburinho das pessoas, tudo passava por mim como um borrão. Meu pensamento estava tão longe, tão preso no banheiro do hotel, nas duas linhas do teste. Só queria acordar daquele pesadelo.
Almoçamos no centro, e a comida não queria descer. O bolo que se formava em minha garganta era mais forte do que a fome. Depois do almoço, voltamos para o hotel, nos uniformizamos e partimos para o evento. O trabalho. O refúgio.
Eu não podia permitir que aquilo me atrapalhasse. Estava ali para trabalhar e era isso que eu ia fazer. Bruna, sempre atenta, tentava aliviar meu lado, me distraindo com piadas e conversas sobre a fotografia. Mas eu estava ali para trabalhar. Por um momento, esqueci meus problemas e fiz o que fui para fazer: cliq