Mundo de ficçãoIniciar sessãoDizem que todo coração tem um ritmo único. O meu sempre bateu um pouco fora de compasso — acelerado demais quando eu sonhava, silencioso demais quando eu sentia medo. Mas então ele encontrou o dele. O ritmo certo. Aquele que vinha quando Alec sorria, ou quando o mundo parecia caber em um simples toque de mãos. Acho que é isso que o amor faz: ele coloca dois corações para aprenderem a dançar juntos. Mesmo que um deles pare antes da música acabar. Naquela noite, chovia. E o céu parecia chorar por nós. Lembro do som da cidade — buzinas, faróis, o barulho da chuva batendo no vidro. Lembro do medo, do gosto salgado das lágrimas, e de pensar, por um segundo, que o tempo podia parar se eu quisesse o bastante Mas o tempo não para. E o amor... às vezes, continua em outro peito. Agora ele bate em Londres. O mesmo coração. O mesmo amor. Só um novo ritmo.
Ler maisMeu nome é Marianee Rezende, tenho 17 anos, estou no último ano do ensino médio, meus amigos me chamam de Anne e eu amo esse apelido,eu tenho uma quedinha por um dos amigos do meu irmão, o nome dele é Kaio e ele tá em outra sala do terceiro ano,( no meu colégio tem 2 salas do terceiro ano.) apesar de eu não ligar pra aparência o Kaio é lindo, ele é alto, forte, moreno com os cabelos pretos compridos. O Kaio além de ser “amiguinho” do meu irmão é popular também, ou seja, ele nunca nem se quer olhou pra mim, mas tá tudo bem, eu até gostaria de ficar com ele, até queria que ele fosse o dono do meu primeiro beijo ( sim! Eu nunca beijei!) mas tá tudo bem!!!. Eu moro com minha mãe ( Joana) e com meu irmão (Maikon), eu e o Maikon somos gêmeos, mas com certeza não somos idênticos, ele é lindo, loiro com os olhos verdes, o corpo bem definido e alto, ele é popular e todas as garotas da minha escola babam por ele, e eu? Bom, eu sou bem diferente, sou loira tambem, mas meu cabelo é horrivel, vive bagunçado e é muito quebrado, tenho os olhos verdes claros também, porém minhas sombrancelhas são tao grosas que mal deixam meus olhos a vista, meu corpo é esquisito, sou meio magra de mais, minha pele é feia e eu tenho bastantes espinhas, meu estilo é oque chamam de estranho, a verdade é que eu me visto mal, eu não ligo pra aparencia, eu tenho planos, tenho sonhos e pra ser honesta minha aparencia não é minha prioridade, eu estou juntando dinheiro pra ir morar em Londres, sim eu sei que sonho um pouco alto, mas com meus esforços eu sei que eu consigo, afinal essa é minha maior prioridade.
Minha casa é pequena na verdade, é uma casa típica de classe média, varanda grande e cheia de plantas que ninguém tem dinheiro pra cuidar de forma correta, a sala é pequena com a TV e apenas um sofá de três lugares, tem a cozinha que é padrão com fogão, geladeira, armário, pia e uma mesa que ninguém senta pra comer, eu acho bonito famílias que se sentam juntos para fazer as refeições juntas, mas aqui não funciona assim, geralmente comemos enquanto vemos TV. o quarto da minha mãe é no andar de baixo, no andar de cima tem o quarto do meu irmão que é o típico quarto de garoto popular que j**a no time de lacrosse, cheio de troféus, fotos do time, posters e essas coisas, ele tem um notebook novinho que foi dado ele como prêmio de um campeonato que ele participou, detalhe, ele é o capitão do time, o meu quarto é típico de adolecente nerd, tenho minha cama que eu insisto em colocar lençol de desenho animado ate hoje, tenho um computador meio antigo, não é da idade das pedras mas também não é moderno, na minha parede eu tenho um mapa gigante com alfinetes azuis marcando os lugares que eu quero ir e com alfinetes vermelhos marcando os lugares que eu quero desesperadamente conhecer, são muitos, mas Londres tá marcado com um único alfinete branco, porque é lá o primeiro lugar que quero conhecer. Em cima do meu criado mudo eu tenho uma maquete do sistema solar que fiz no oitavo ano, e claro ganhei uma nota dez ( como eu disse: Nerd), tirando isso eu tenho um mural de fotos da minha família,das minhas amigas e a única foto que tenho do meu pai, na foto ele estava segurando eu e meu irmão no colo, nós tínhamos acabado de nascer, era nosso primeiro dia de vida, naquele mesmo dia quando ele foi buscar algumas roupas pra nós e pra minha mãe passar os próximos dias no hospital um caminhão ultrapassou o sinal vermelho e bateu com tudo no carro dele, ele não resistiu e morreu na hora, foi um baque tremendo pra minha mãe, ela sempre nos contou que ele era uma ótima pessoa, um bom marido e seria um pai maravilhoso. Minha mãe é enfermeira, ela sempre se desdobrou pra cuidar de nós, abandonou a vida dela pra cuidar da gente, ela costumava a pegar platão extra só pra poder nos oferecer uma vida melhor, minha mãe é meu orgulho, o meu sonho é ser como ela, forte, independente, batalhadora, ela é uma mulher incrível.
- Ei Segunda favorita! - Meu irmão me chama assim quando quer me irritar, como por alguns segundos eu sou mais nova que ele, ele sempre se acha no direito de me infernizar. Ele entra no meu quarto sem sequer bater na porta e senta na minha cama.
- Chora seu idoso! - Eu não fico muito atras, adoro incomodar ele.
- Suas amigas estão lá embaixo te esperando, atende logo elas? Elas estão falando como loucas lá!
- To indo, a mamãe já chegou?
- Não! Ela pegou outro plantão, então no caso da pizza hoje é por sua conta! - Ele pega o meu travesseiro e j**a em mim e claro como o covarde que sai correndo.
- Babaca!! - Grito, mesmo sabendo que ele não vai ouvir.
Respiro fundo, tá na hora de ir pra aula então eu faço um coque mal feito, coloco minha jaqueta preta, minha calça rasgada, ( eu amo calças rasgadas) e coloco um tênis amarelo que não combina em nada com minha camisa rosa, pego minha mochila e pronto.
Assim que desço as escadas vejo a Jullia e a Beatriz discutindo uma com a outra, a Jullia é fofa, ela é calma, estudiosa e sonha com o principe encantado, ela é uma otima amiga, romantica e sonhadora, acha que o mundo é cor de rosa e vive no mundo da Lua, ela é apaixonada pelo meu irmão, mas o idiota não da ideia pra ela por ser minha amiga, ela é tao linda, o corpo dela é bem desenhado, o cabelo preto liso e a pele morena me faz lembrar uma princesa da Disney, a Pocahontas, os olhos dela são pequeno e pretos, ela tem tudo pra ser popular e só não é por um motivo: Ela é minha amiga! Nos conhecemos desde a creche e as nossas mães trabalham no mesmo hospital e são amigas também. A Beatriz é ruiva, tem olhos azuis e sardas, ela é maravilhosa, tem um corpão que também condiz com a personalidade forte dela, pra ela é tudo ou nada, ela tem a opinião dela e defende isso de qualquer um, ela também é um pouco barraqueira não posso negar que ela adora uma briguinha. A Bea é muito tranquila em relação a meninos, tipo, se ela quer ficar com alguém ela fica e pronto, ela já ficou com uma boa parte da nossa turma e olha que os garotos de lá não são nada atraentes, ela não se ilude por ninguém, não cria expectativas e como resultado ela não se decepciona, eu tenho um pouco de inveja dela, não por ela ser linda de morrer, mas por ser decidida e segura de si mesma.
- Você tá horrível! - A Bea, sempre tão doce!!
- A são seus olhos Bea, você também não tá nada mal. - Ironia é um dos meus dons.
- Não comecem vocês duas! Vamos acabar nos atrasando pra aula e hoje tem prova. - A Jullinha é sempre muito preocupada, ela é uma aluna muito dedicada, mas as notas dela são sempre a média.
- Você vai me passar cola, né Anne? - Como sempre a Bea não estudou, e como sempre eu vou ter que passar cola pra ela.
- Claro que não!
Assim nós três começamos a nossa discussão diária, meu irmão estava certo sobre isso, somos muito barulhentas. Depois de discutir quase meia hora sobre passar ou não cola pra elas, percebemos que já estávamos atrasadas, então saímos correndo pra escola, pra mais um dia comum em nossas vidas.
O som do monitor cardíaco preenchia o quarto como uma lembrança distante de vida. Um ritmo suave, constante — até que um suspiro leve rompeu o silêncio.Os olhos de Alec se abriram devagar, a luz fria do hospital o cegando por um instante. Tudo parecia envolto em um nevoeiro branco, como se o mundo ainda estivesse tentando se reconstruir ao redor dele.O ar tinha cheiro de desinfetante e lembranças.Demorou alguns segundos até que ele conseguisse distinguir as formas ao seu redor.Maikon estava ali, sentado ao lado da cama, com o rosto marcado por noites sem dormir.A mãe de Anne permanecia em pé, as mãos entrelaçadas, como se segurasse o invisível.Quando os olhos de Alec se moveram, ela sorriu — um sorriso trêmulo, úmido, cheio de amor e perda.— Alec… — a voz dela saiu num fio, embargada. — Você voltou…Ele piscou, tentando compreender. A garganta seca, o corpo pesado, a mente perdida entre sonhos e memórias.Tentou falar, mas a voz falhou na primeira tentativa. Maikon se aproximou
A chuva engrossava, riscando o vidro do táxi com linhas trêmulas de luz.O motor rugia contra o asfalto molhado, e as ruas passavam depressa, borradas, como se o tempo também tivesse pressa.Anne apertava o celular nas mãos.As mensagens de Maikon piscavam, mas ela não conseguia responder.O coração dela batia descompassado, um golpe atrás do outro, cada batida ecoando o mesmo pensamento:“Chega a tempo, chega a tempo…”O motorista, um senhor de voz calma, lançou um olhar pelo retrovisor.— Moça, tá tudo bem?Ela engoliu o choro e assentiu.— Só… só dirija, por favor.Do lado de fora, os faróis cortavam a neblina.Dentro do carro, o silêncio era pesado — só o som dos pingos no vidro, o vento, e a respiração entrecortada de Anne.Ela encostou a testa no vidro frio.Fechou os olhos.E, por um instante, sentiu que ele estava ali.Alec.Como se o coração dele — aquele mesmo que lutava por segundos no hospital — chamasse o dela.Um laço invisível, pulsando na escuridão.“Você prometeu volt
Anne chegou em casa com o corpo cansado e o coração em desordem.O hospital ainda estava nela — o som dos monitores, o cheiro do soro, a lembrança dos olhos âmbar que insistiam em sorrir, mesmo quando a dor era evidente.Alec havia pedido que ela fosse descansar.A mãe e Maikon fizeram coro com ele.E, no fim, ela cedeu — não por vontade, mas por amor.O táxi a deixou na calçada de casa pouco depois das nove da manhã.O céu estava acinzentado, anunciando chuva, e um vento leve balançava as cortinas quando ela abriu a porta.Tudo parecia igual: o sofá com a manta amarrotada, o violão encostado no canto, a caneca esquecida com um resto de café frio.Mas, de algum modo, nada era o mesmo.Anne deixou a bolsa sobre a cadeira e foi direto pro banheiro.A água quente escorreu pelos ombros, dissolvendo parte do cansaço que grudava na pele, mas não o que pesava no peito.Fechou os olhos e viu Alec sorrindo — o mesmo sorriso que ele lhe deu antes de pedir pra que fosse descansar.— Vai pra casa
A manhã nasceu mansa, como se o sol tivesse medo de entrar demais no quarto 312.As cortinas estavam semiabertas, deixando faixas de luz atravessarem o ar empoeirado, riscando o chão branco com um dourado tímido.O violão de Alec descansava no canto, as cordas ainda vibrando de lembranças da noite anterior.E Anne, encolhida na poltrona ao lado da cama, observava o rosto dele, tentando decorar cada traço como quem grava uma oração no coração.O bip da máquina marcava o compasso da respiração dele.Mais lento, mas constante.E por um instante, ela quis acreditar que aquele som era uma melodia.A canção que ele escreveu — a deles — ainda parecia ecoar em tudo.Alec abriu os olhos devagar.O mesmo olhar âmbar, agora mais calmo, mais fundo.— Você não dormiu, né? — ele murmurou, com a voz rouca.Anne sorriu, cansada. — Dormi sim... um pouquinho.— Mentira mal contada. — Ele riu, e tossiu logo depois, abafando o som com a mão.Ela se levantou, preocupada, ajeitando o travesseiro, o lençol,
A manhã chegou devagar.Não havia pressa em lugar algum — nem mesmo o sol parecia ter coragem de invadir o quarto todo.Uma faixa de luz atravessava a cortina, tocando o rosto de Alec como um gesto de cuidado.Por um momento, fiquei ali, apenas observando. O peito dele subia e descia num ritmo irregular, mas tranquilo o bastante pra me enganar.O violão descansava encostado na parede, e a lista ainda estava sobre a mesa, dobrada do mesmo jeito que deixei.Tudo parecia igual.Mas não estava.Quando me aproximei, percebi que ele respirava com mais esforço.O som era leve, mas havia algo diferente — como se o corpo inteiro estivesse cansado de lutar contra o próprio tempo.— Bom dia — murmurei, tentando soar leve.Alec abriu os olhos, demorando um pouco pra focar em mim.Mesmo assim, o sorriso veio.— Você ainda tá aqui — disse, rouco.— Onde mais eu estaria? — sentei ao lado dele, segurando a mão que já não tinha tanta força.— Dormindo… ou vivendo um pouco.— Isso aqui é viver, Alec.E
Os dias no hospital começaram a passar mais lentos.As horas se misturavam entre remédios, visitas e um tipo estranho de silêncio que já não doía tanto.Talvez fosse o hábito.Ou talvez fosse a esperança aprendendo a respirar dentro de mim.Alec estava melhor.Não muito, mas o suficiente pra reclamar da comida, zombar dos enfermeiros e pedir pra abrir a janela.E esse “suficiente” era tudo o que eu precisava.Naquela manhã, quando entrei no quarto, encontrei um som novo.Algo que nunca imaginei ouvir ali dentro:acordes.Alec segurava um violão no colo — torto, pesado demais pro corpo dele, mas o sorriso que acompanhava era leve, sincero.Dois rostos familiares estavam ao lado: Juju e Bia.— Surpresa! — gritou a Juju, animada demais pro horário.— Ele tem talento, viu? — completou a Bia, piscando pra mim.Eu ri, confusa.— O que tá acontecendo aqui?Alec fingiu seriedade.— Item número dois da lista.Aprender violão (pra tocar pra ela).O “pra ela” ficou suspenso no ar, e o coração me





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