O som do monitor cardíaco preenchia o quarto como uma lembrança distante de vida. Um ritmo suave, constante — até que um suspiro leve rompeu o silêncio.
Os olhos de Alec se abriram devagar, a luz fria do hospital o cegando por um instante. Tudo parecia envolto em um nevoeiro branco, como se o mundo ainda estivesse tentando se reconstruir ao redor dele.
O ar tinha cheiro de desinfetante e lembranças.
Demorou alguns segundos até que ele conseguisse distinguir as formas ao seu redor.
Maikon estava ali, sentado ao lado da cama, com o rosto marcado por noites sem dormir.
A mãe de Anne permanecia em pé, as mãos entrelaçadas, como se segurasse o invisível.
Quando os olhos de Alec se moveram, ela sorriu — um sorriso trêmulo, úmido, cheio de amor e perda.
— Alec… — a voz dela saiu num fio, embargada. — Você voltou…
Ele piscou, tentando compreender. A garganta seca, o corpo pesado, a mente perdida entre sonhos e memórias.
Tentou falar, mas a voz falhou na primeira tentativa. Maikon se aproximou