Após presenciar o governador Giovani Cassanni ser assassinado por seu sobrinho Dante Villar. Malú é obrigada a se comprometer em noivado com Dante. O também herdeiro dos Cassanni poupou a jovem da execução, e fazer dela sua noiva era a única forma de protegê-la. Malú se vê obrigada a viver em um mundo completamente diferente do seu, ao lado de um homem frio e misterioso, mas capaz de ganhar seu coração. A atração entre ambos se torna incontrolável, capaz de provar que mesmo em lados opostos é possível amar.
Ler mais- Malú - chamou Ramon Galeto, o chef e dono do restaurante Galeto Grill - Eu testei sua receita.
Malú largou a faca que cortava os legumes e se desviou dos garçons que retiravam seus pedidos, então chegou próximo de Ramon completamente animada, era sua Sous chef, e cozinhar uma paixão. O sonho de Malú sempre foi o de se tornar uma chef renomada assim como Ramon e, em algum dia, ter seu próprio restaurante. Mas, enquanto não conseguia juntar o dinheiro o suficiente para isso, aceitou aquela oportunidade de trabalhar com ele. Sua função era estar no comando da cozinha ao lado do chef principal, entretanto, algumas vezes servia mesas e até ajudava na organização ou recepção quando preciso. Maria Lúcia ou Malú, como a chamavam carinhosamente, se desdobrava entre o restaurante à noite e seu curso de especialização na gastronomia internacional. Não estava sendo nada fácil sua rotina, havia noites como aquela, em que mal conseguia parar em pé, tomada pela exaustão. Ramon lhe ofereceu a colher para que experimentasse o molho, sabia de sua paixão culinária, inclusive havia sido seu professor durante a faculdade. Ramon pertencia a uma família de chefs renomados da alta cozinha, por isso, administrava o seu próprio restaurante, que era sucesso. Ela levou o molho branco aos lábios e experimentou, ficando chocada com o sabor, uma mistura perfeita. E Ramon também carregava um sorriso de canto satisfeito. - Mais uma vez, você acertou, Malú. - Ramon, isto está bom! Os olhos de Ramon ainda insistiram em ficar sobre os dela, a jovem de vinte e cinco anos, morena, de corpo naturalmente bronzeado, cabelos negros na altura dos ombros e um corpo moldado por curvas, coxas, seios e bunda volumosa. Malú era do tipo sexy, atraente, e ao mesmo tempo um rosto angelical e inocente. Talvez fosse este jogo completo que a tornava tão atraente. A voz de Téo, um dos garçons do restaurante e amigo de Malú, os interrompeu. - Ramon, mais três deste prato. Para os clientes Master Gold - enfatizou o rapaz, piscando para ambos. Clientes "Master Gold" era um código que os funcionários do restaurante haviam criado para se referir a algum cliente especial, artista famoso, políticos ou jogadores de futebol que frequentavam o restaurante. Uma mulher que cortava os legumes falou animada: - Aposto que é influencer. Se for algum maquiador, me deixa atender? Mas Téo meneou com a cabeça enquanto Ramon preparava os pedidos. - Um deles é o sobrinho do governador. Alguns ao redor fizeram um "oh" devido à importância dos clientes. Ramon interveio: - Mas o senhor Cassanni não me informou que viria, sempre faço uma reserva especial. - Não, o governador não está, apenas sua equipe, e chegaram agora, não havia reservas. Ramon achou aquilo estranho. Então, Malu ficou em êxtase com o pedido dos clientes tão importantes. Sempre que suas ideias lhe proporcionavam bons resultados, ela não se continha em assistir à reação deles ao experimentar, por isso se colocou prontamente a lhe ajudar a servir. - Eu o ajudo a servir! - falou, saindo risonha enquanto organizava a bandeja para recolher os pedidos. O restaurante estava cheio, afinal era uma sexta à noite, os empresários da região costumavam se reunir ali para um happy hour naquele horário. Quando Malú se aproximou da mesa indicada pelo amigo, notou que se tratava de cerca de quatro pessoas, todos homens bem vestidos em ternos que certamente custavam um carro popular. Um deles se destacava, era alto, cerca de um metro e oitenta, forte, cabelos escuros impecavelmente penteados e uma barba mais parecida ter sido desenhada em seu rosto. Sua expressão era bastante séria e fechada. Então, Malú se aproximou, e por algum motivo insano, teve a impressão de que aquele homem lhe analisava da cabeça aos pés, o que era um absurdo, já que um homem tão fino jamais se interessaria por uma jovem vestida de calça, camisa social preta, um avental com a logo do restaurante, e cabelos presos em um coque sem graça. Ela havia até se maquiado como sempre faz, mas naquele dia saiu atrasada e mal passou um rímel e batom. Os homens à mesa falavam sobre algum assunto político. Téo começou a servir e se retirou. Malú fez o mesmo, enquanto colocava o último prato na mesa, um dos rapazes esbarrou em seu braço, o conteúdo líquido do prato se moveu e uma pequena quantidade, quase insignificante, jorrou para o paletó de um deles, aquele que a deixara tão intimidada. Malú ficou trêmula, aquilo nunca aconteceu, mesmo sendo cozinheira auxiliar, recebeu um treinamento impecável para trabalhar ali. E sabia que a culpa não tinha sido sua. Entretanto, o tal homem misterioso ficou visivelmente irritado, seus olhos cor de mel fitaram Malú de uma forma que ela quase perdeu o fôlego numa mistura de raiva e sedução. - Me perdoe, a culpa foi minha, Dante, não se irrite com a moça - o responsável pela tragédia se manifestou. Então, o tal Dante pegou o guardanapo e se limpou sem dizer uma só palavra. Malú ainda estava gélida com toda a situação, a bagunça era o menor de seus problemas, já que aquele par de olhos misteriosos ficaram gravados em sua memória. O homem, amigo de Dante ainda brincou: - Está tudo bem, moça, não se preocupe, meu amigo não vai mordê-la. Ele tem essa pinta de mafioso, mas é um cara legal. No entanto, Malú parecia mais apreensiva mesmo todos à mesa sorrindo, quer dizer, quase todos. Dante permaneceu sério. Quando terminou de limpar a mancha que ainda havia deixado uma pequena marca circular próximo ao ombro, ele a fitou como se as palavras do amigo lhe fizessem sentido: "mordê-la", aquilo surtiu um efeito em ambos que deixou Malú mortificada. Ele teria confirmado, através do olhar de canto, que poderia fazê-lo? Ela se ajeitou timidamente, percebendo que ninguém estava notando aquilo, e talvez fosse por puro fruto de sua imaginação fértil e falta de um namorado. Téo insistia em lhe dizer isso, que a vida não estava resumida apenas em trabalho, estudos e seu pai. Na verdade, Téo usava um termo bem direto: "Você precisa transar de vez enquando, vê se arruma um namorado". Nervosa em meio às suas emoções, Malú continuou seu trabalho. - Acho que houve um erro... Está faltando um prato... - estava muito agitada, falou a primeira coisa que veio à mente notando que o homem charmoso não foi servido. E como se já não estivesse mexida o suficiente, recebeu dele a atenção direta naquele momento, Dante. - Não houve nenhum erro. Eu pedi outro prato. Tenho alergia a proteína do leite, aliás, que diabos inventaram de colocar leite nesta receita? Mesmo desmotivada por ter sido sua a ideia de modificar a receita, Malú tentou não se sentir ofendida. Mas o fato era que havia se sentido muito intimidada com aquele homem. Precisou repetir mentalmente para si: "É apenas um homem bonito e incrivelmente charmoso, se acalme", então aproveitou para sair e tentar se recompor. -... ah... Vou conferir o pedido do Senhor... Quando já estava dentro da cozinha, Malú precisou apoiar as costas na parede e respirar fundo, nem tinha notado que havia prendido o fôlego. Mas conseguiu se recompor rapidamente e pediu a Téo para continuar atendendo aquela mesa. Além do mais, faltavam poucos minutos para seu expediente acabar e desejava nunca mais ver aquele homem. * A noite estava fria, era o momento de voltar para casa. O transporte público naquele horário era complicado, nenhum motorista aceitava entrar no morro tão tarde. Poderia ir a pé, não ficava tão longe, mas estava exausta e tinha aula logo pela manhã. Apesar de ser uma cidade quente, aquela noite estava fria. Malú fechou a jaqueta que vestia por cima do vestido para conter o frio. Precisou sair rápido, pois Ramon sempre se oferecia para levá-la para casa, mas ela odiava incomodar, e sabia que ele insistiria como em todas as vezes. Então, um carro de luxo passou ao seu lado. Ela conhecia bem aquele veículo, pois além de Nícolas ser um dos chefes do morro, havia sido seu ex-namorado. O único que ela conhecia que era dono de um veículo rebaixado tão exuberante, foi inevitável não se sentir inquieta, aquele homem era completamente obcecado por ela, sempre insistindo em uma chance de reatar. Mas Malú não tinha interesse algum, Nícolas era um homem violento e seu atual estilo de vida não lhe agradava nem um pouco.Seis meses depois...A inauguração do "Domus Gourmet" foi um sucesso. Depois de muita dedicação e com sua equipe, Malú havia conseguido abrir seu próprio restaurante. Desejava um nome que representasse suas ideias de conforto do lar e requinte ao mesmo tempo. Por isso escolheu Domus, que significa "casa" em latim. Se tratava de um espaço pequeno, um ambiente moderno e agradável. O prato mais aguardado da noite se tratava de uma variedade de acompanhamento ao molho branco vegetal. Aquele prato era especial para ela, havia criado e aperfeiçoado uma receita especialmente para Dante, mas ele insistia que ela deveria servir como prato especial no restaurante. E havia acertado. Já tinham recebido elogios de grandes chefs e críticos gastronômicos. Faziam poucos dias que tinham inaugurado o restante, também fazia pouco mais de dois meses que ela e Dante haviam se casado. Ele se afastou de vez de qualquer atividade criminosa. Mas isso não significava que não tivessem inimigos, e isso às vezes
Malu imaginou Dante de várias formas naquela prisão. Algemado, usando uniforme de cores pálidas, de barba e cabelos crescidos. No entanto, o que via a sua frente era totalmente o oposto. Dante estava impecavelmente vestido de um terno elegante, seus cabelos e barba bem aparados, continuava lindo e sexy, mais parecia ter vindo de uma temporada em um resort do que em uma cela.— Malú — sua voz saiu em tom natural.Ela não soube como reagir, sentia um desejo enorme em abraçá-lo, se lançar em seus lábios e gritar o quanto desejava se casar com ele. Mas temia ser rejeitada. Havia tanta culpa dentro dela que estava a sufocando.Ele enfiou as mãos no bolso e a encarou de forma séria, franzindo a sobrancelha. A voz de Dante lhe repreendendo a fez se agitar.— Você parece fraca, soube que não tem se alimentado direito.Ela fitou o chão, desejando conter suas emoções. Queria dizer a ele que não tinha fome, nem sono, e que sua vida estava de cabeça para baixo sem ele.Malú o sentiu se aproximar
Quando Pedro estacionou na porta do restaurante de Ramón, Malú ainda ficou alguns segundos se recompondo das emoções. Logo na porta viram o carro da emissora de TV estacionado. Malú sentiu um frio novamente percorrer o estômago e ficou na dúvida se deveria dar continuidade. — Senhorita Malú. Não sei se foi uma boa ideia trazê-la aqui.Ela respirou fundo e olhou para o motorista pelo retrovisor do meio.— Eu não posso deixar as coisas como estão.Pedro não insistiu.— Tudo bem. Estarei aqui caso precise.Malú desceu do carro e viu Théo carregando algumas caixas para fora. Naquele horário, o restaurante ainda não estava funcionando.— Malú! — Ele a recebeu animado.Ela correspondeu não tão animada quanto desejava.— Théo, eu preciso falar com Ramón.O rapaz sorriu animado.— Aproveita enquanto ele não é famoso, pois depois que participar do reality, teremos que marcar na agenda dele.— Que reality? — Aquela apresentadora do podcast o convidou para que o restaurante participasse de um
Malú estava bastante agitada, não conseguia se acalmar, não havia dormido naquela noite e fazia algumas horas que Beatriz tinha saído com o advogado para ver Dante. Ela implorou a Beatriz para convencer Dante a deixá-la vê-lo. Enquanto aguardava seu retorno, não se continha em ansiedade. Então, ouviu alguém bater na porta do seu quarto. Quando abriu, Gil estava bem ali. Ela estremeceu, ainda estava tensa com tudo que havia revelado ao pai no dia anterior e sabia que Gil não tinha ficado nada satisfeito. — Posso entrar? — Claro — disse, se afastando para Gil passar com a cadeira. Ela fechou a porta e sentou na cama, sabia que precisava deixar claro ao pai que não estava disposta a desistir de Dante. — Papai... Eu sei que está bravo por eu ter escondido as coisas. Mas eu quero que saiba que eu amo Dante e que nada irá me fazer desistir do nosso amor... — Malú! — Gil a interrompeu. — Não tenho dúvidas de que vocês se amam. Só um tolo não consegue enxergar isso, minha filha, eu só qu
Quando Pedro estacionou na casa de Beatriz, o que era para ser um momento prazeroso de reencontro, novamente trouxe angústia. Ao saírem do carro, Gil logo percebeu os hematomas em Malú, além dos pontos e da bota ortopédica.— Santo Deus, minha filha, o que houve?Beatriz também estava perplexa com o estado de Malú.— Querida, o que aconteceu?Mas Malú estava muito nervosa com a prisão de Dante.— Ah… isso não importa. Temos algo mais importante… a polícia prendeu Dante quando desembarcamos no aeroporto.Beatriz levou as mãos à boca, chocada.Gil não insistiu naquele momento a respeito do estado da filha, mas logo teria uma conversa séria com ela. Fazia um tempo que ele estava desconfiado de que ela estava lhe escondendo algo.Beatriz falou, consternada:— Mas por qual motivo o levaram? Malú respirou fundo entre o choro e foi Pedro quem continuou aquela conversa.Quando ele terminou de listar todos os crimes que Dante estava respondendo, comunicou que já tinha acionado o advogado de D
Dante a retirou da banheira e ajudou-a a se secar e vestir. Outra vez a conduziu no colo até a cama. Malú se sentiu confortável com tanto mimo, essa versão de Dante era maravilhosa.— Vou pedir algo para a gente comer — ele falou, pegando o telefone.Dante vestia apenas uma boxer branca, o que deixava uma visão perfeita de se ver. De onde estava, ela notou as marcas em seu corpo de toda a tortura que sofreu. Sentiu um aperto no peito. Quando notou que era observado, ele se aproximou e deitou sobre Malú.— Estou bem — falou, praticamente adivinhando seus pensamentos.Ela levou a mão até seu peito e tocou um ferimento já fechado.— Por que esse Moura quer tanto matá-lo?— Por que eu não quis continuar com os negócios sujos do meu tio. Se lembra das jovens que foram traficadas na noite em que nos conhecemos?Malú estremeceu com aquela lembrança. Chegou a acreditar que teria o mesmo destino que as jovens.Dante continuou:— Quando eu assumi os negócios, deixei claro que não ia me envolver
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