SINOPSE MINHA SOBRINHA PROIBIDA Lavinia tem dezoito anos, olhos que carregam os fantasmas de uma infância marcada pela máfia italiana e um passado que insiste em sangrar. Após a morte do pai adotivo “ um poderoso mafioso “ ela é enviada ao Brasil para viver com o único parente vivo: Denner, vulgo R.B., o chefe temido do morro, irmão de sangue de seu pai. O que era pra ser abrigo, vira tormento. Denner, aos trinta e oito anos, nunca teve tempo pra amor. Sempre foi o dono do morro, o rei do tráfico, cercado de respeito e medo. Mas tudo muda quando aquela garota de rosto delicado e língua afiada cruza seu caminho. Sobrinha de papel, mulher de verdade, Lavinia desperta nele um desejo proibido, perigoso e incontrolável. Entre becos armados, lealdades divididas e leis quebradas, nasce uma paixão que desafia o sangue, o juízo e a sobrevivência. Ele sabe que tocá-la é cruzar a linha. Ela sabe que amá-lo pode ser sua ruína. Mas algumas paixões não pedem permissão. Elas apenas explodem.
Ler maisCAPÍTULO 1
LAVÍNIA NARRANDO Meu pai morreu. Simples assim. Um infarto dentro do escritório em Milão. Sem despedida, sem tempo pra entender. Um segundo ele era o mafioso mais temido da cidade, no outro, um corpo estendido entre papéis e pastas. Foi como se o chão tivesse se aberto. Eu não era filha de sangue, mas era tudo o que ele tinha — e ele, tudo o que eu conhecia. Fui adotada quando bebê, tirada de um orfanato qualquer por aquele homem cheio de sombras. Me criou como princesa: luxo, silêncio, poder. Mas nunca carinho. Dias depois, o testamento chegou. Eu herdei tudo. Casas, carros, contas, até os segredos. Mas tinha uma cláusula. > “A tutela e administração de bens ficará sob responsabilidade de Denner Romano até Lavínia completar 21 anos.” Eram 2 testamentos o segundo seria aberto no Brasil. Denner. O nome que meu pai nunca falava. O irmão renegado. E, agora, meu tutor. Foi assim que vim parar no Brasil. Sozinha. Sem tempo de chorar o luto, sem entender direito o que estava por vir. Tudo que me disseram era que Denner morava no Rio de Janeiro, num lugar chamado Turano, e que era conhecido como R.B. — chefe de morro, traficante, bandido temido. Quando pisei no Galeão, parecia que o mundo tinha virado do avesso. O calor grudava na pele, os sons eram mais altos, o cheiro mais forte. Um motorista me esperava. Silencioso. Blindado. Me levou direto pro alto do morro. Lá, entre armas nas esquinas, funk alto e gente de olho em mim como se eu fosse um ET, vi ele pela primeira vez. Denner. Alto, moreno, tatuado, com aquele olhar que atravessa a gente. Ele me olhou por inteiro, sem disfarçar. Não disse “oi”, nem perguntou como eu tava. — Lavínia? — Sim. Minha voz soou segura, mas por dentro eu tremia. Era ele. Meu tutor. Meu tio. O estranho que agora mandava na minha vida. Ele abriu o portão. Eu entrei. A casa era simples, mas tinha uma ordem estranha. Cheiro de cigarro e comida. Um cachorro latia no fundo. Um segurança me vigiava calado. Denner se jogou no sofá como se o mundo fosse dele. — Eu não sabia que o Miguel tinha adotado alguém. — Ele também nunca falou muito sobre você. — Normal. A gente se afastou faz tempo. Ficamos em silêncio. Tenso. — E agora? — perguntei. — Vai cuidar de mim? Ele me encarou. — Vou cuidar do que é seu. Do que era dele. Até você estar pronta. — Vou morar aqui? — Vai. A resposta dele foi seca. Definitiva. Ali mesmo, percebi: eu não tinha escolha. Não mais. Nos dias que vieram, entendi rápido que aquele mundo funcionava em outro ritmo. Gente demais, barulho demais, olhares demais. Eu era "a filha do patrão que veio da gringa", e isso já bastava pra causar alvoroço. As mulheres me olhavam com raiva. Os homens, com desejo. E eu… tentava não olhar demais pra ele. Denner. Era errado, eu sabia. Ele era velho demais, perigoso demais, mandava matar com um telefonema. Mas eu sentia. Cada vez que ele passava perto, cada vez que falava firme, cada vez que me olhava. À noite, eu escutava a voz dele dando ordens, às vezes gritando, às vezes rindo com alguma mulher no telefone. E mesmo assim, havia dor no fundo da voz. Ele não era bom. Mas também não era vazio. Tinha uma história ali. Tinha fogo. E eu? Eu carregava dentro de mim o desejo mais proibido da minha vida. Eu era vista como um alvo fácil. Nos becos, cochichavam. No mercado, seguiam meus passos. Uma ruiva de pele branca, cabelo alinhado, jeito europeu demais pra estar ali. As meninas do morro me olhavam como se eu tivesse roubado algo que era delas — talvez a atenção dele. Talvez o silêncio dele. Talvez o quarto vago da casa dele. No segundo dia, acordei com o som de tiros. Ninguém gritou. Ninguém correu. — isso aqui é o Turano. disse Denner, fumando um cigarro como se estivesse comentando o clima. Era estranho. Ele me tratava com indiferença. Mas também com um cuidado seco, prático, firme. Nada passava sem a aprovação dele. Me deu um quarto, mandou colocar ar-condicionado, pediu que comprassem alimentos.— e depois sumia. Só voltava à noite, cheirando a cigarro, pólvora e perfume barato. Eu fingia que dormia. Mas escutava tudo. Ele era o tipo de homem que não explica. Só manda. Que não pede, só toma. E quanto mais ele me ignorava… mais eu queria ser vista. — Vai sair assim? — perguntou um dia, me vendo de short jeans e top. — Tem algum problema? — Tem. Aqui não é passarela de riquinha. Virei as costas e fui assim mesmo. Queria testar os limites dele. Queria saber até onde ele se importava. Voltei pra casa no fim do dia e encontrei dois moleques com a cara inchada. Tinha dado ordem pra bater em quem olhasse demais pra mim. — Você enlouqueceu? gritei, entrando na sala. — Eu disse que ninguém toca em você. Ficamos nos encarando. A tensão entre a gente era um campo minado. Um passo emź falso, e tudo explodia. — Você não manda em mim. — Enquanto morar aqui, mando sim. Respirei fundo, tentando segurar o ódio. Ou o desejo. Já não sabia mais qual dos dois me consumia mais. Naquela noite, sonhei com ele. Com a boca dele. Com as mãos dele prendendo meu quadril. Acordei molhada, confusa, com vergonha de mim mesma. Mas não era só tesão. Era algo mais. Era como se o destino estivesse nos empurrando um pro outro, mesmo com todas as placas dizendo proibido. Ele era meu tio. Meu tutor. O homem que deveria me proteger. E eu… era a garota que ele precisava manter à distância. Mas o desejo tem um jeito estranho de corroer regras. Certa tarde, sentei na varanda da casa e vi ele treinando com um dos soldados. Sem camisa. Tatuagens expostas. Suor escorrendo pelas costas. Cada golpe que ele dava era firme, preciso, letal. Eu não conseguia parar de olhar. Ele percebeu. Me encarou. Não disse nada. Mas naquele olhar havia um aviso. E um convite. Me levantei e entrei, com as pernas fracas. Me tranquei no quarto como se aquilo fosse proteger algo que já tinha sido entregue. No fim da semana, uma reunião com os aliados foi marcada na casa. Gente de fora veio. Mulheres estranhas chegaram junto. Com vestidos Curtos demais. Risos demais. E ele? Recebeu todas com a frieza de sempre. Mas uma delas encostou demais. Riu demais. — Quem é ela? — ouvi uma cochichar, me apontando. — É a afilhada do R.B. — outra respondeu. — Mas dizem que vai virar mais que isso… Aquilo me engasgou. Levantei, fui pro meu quarto, bati a porta. Minutos depois, ouvi passos. E então, a batida seca. — Abre. — Tô ocupada. — Abre, Lavínia. Abri. Não sei por quê. Só sei que abri. — O que tá acontecendo com você? — Comigo? Eu que devia perguntar! Traz essas mulheres pra cá, fica aí se exibindo, e quer que eu fique como? Ele me olhou como se estivesse tentando entender o que nem eu conseguia dizer direito. — Você é minha responsabilidade. — Eu sou uma mulher. Não uma criança. Silêncio. Então ele se aproximou. Dois passos. Três. Ficamos perto demais. A respiração dele batendo no meu rosto. A minha tremendo. — Não testa meus limites, Lavínia. Eu não sou o tipo certo pra você. — Talvez eu nunca tenha gostado do certo. E ali, por um segundo, eu juro: ele ia me beijar. Mas recuou. Virou as costas. Me deixou ali, com o coração disparado e a pele implorando. Desde então, as coisas mudaram. Ele evitava me encarar. Me pedia tudo por terceiros. Mas eu via. Eu sentia. Ele estava tão perto de ceder quanto eu estava de implorar. E o pior? O destino parecia decidido. Não importa o quanto a gente fuja. Algumas histórias são escritas com pólvora. E só acabam quando alguém explode.CAPÍTULO 7 Continuação.. Narrativa do Autor Mirtes, parada ao lado da porta, fingia não estar prestando atenção. Mas seus olhos estavam cravados na ruiva sentada ali no meio da sala, com aqueles cabelos longos, a pele clara e o ar doce de quem acabara de herdar o mundo. Dentro dela, borbulhava um ciúme amargo, um sentimento que vinha crescendo desde que Lavínia pisou naquela casa. Ela, que por tanto tempo foi a única mulher presente ali, que dividia a cama com RB de vez em quando, agora se sentia invisível. Insignificante. Substituída. E o pior: trocada por uma menina ruiva de dezoito anos, criada fora do país, que mal conhecia o Brasil, mas já tinha o coração. ou pelo menos a atenção do chefe. RB percebia o incômodo no olhar da empregada, mas ignorava. Tinha coisa mais séria na cabeça. A carta do irmão não saía de sua mente. Miguel, mesmo morto, parecia estar ali ao lado dele, cobrando cada linha que escreveu. Ele sabia que aquela responsabilidade era pesada demais: manter a m
CAPÍTULO 6 Narrativa do Autor Numa segunda-feira ensolarada, o morro estava incomumente calmo. RB fumava seu beck tranquilo quando o rádio chiou: — Na escuta, chefe? — Na escuta. Pode falar. — Tem um playboy aqui na barreira dizendo que tem hora marcada com você. — Manda subir. Tenho tempo pra perder, não. Era o advogado com todos os documentos para a leitura do segundo testamento. Trazia também uma carta misteriosa que estava guardada em um cofre forte no Brasil — carta essa que mudaria o destino de Lavínia e RB. Quando aquele homem enorme chegou, com uma pasta nas mãos e um sorriso tímido, cumprimentou RB. — Muito prazer, me chamo Pablo Silver Lisboa. Sou advogado e testamenteiro do senhor Miguel Romano. O senhor deve ser Denner Romano, irmão e agora tutor legal da menina Lavínia? RB apenas assentiu com a cabeça. Lavínia já vinha descendo a escada da casa. O advogado olhou em sua direção, e o olhar dele veio cheio de malícia. RB percebeu na hora e cortou com uma resposta
Capítulo 5 Narrativa de RB Acordei com um gosto amargo na boca e a cabeça pesada, como se tivesse bebido uma garrafa de cachaça barata. A luz do sol invadia o quarto sem pedir licença, iluminando o caos da madrugada passada. Meu corpo doía. Eu estava assado, sensível, como se tivesse sido espremido até a última gota. Olhei pro lado. Mirtes dormia nua, esparramada, com as pernas abertas e o lençol jogado de qualquer jeito no canto. O corpo dela todo marcado — o braço roxo de tanto eu apertar, as coxas vermelhas, o pescoço arranhado como se um gato tivesse pulado nela. Me sentei devagar, sentindo o peso da noite anterior bater de frente com a lucidez da manhã. Encostei as costas na cabeceira, passei a mão no rosto e respirei fundo. Aquilo não era normal. Eu era um homem de tesão, sim, gostava de sexo forte, pegado, mas o que rolou ali... foi bizarro. Selvagem demais, doentio. Tava com a rola ardendo, inchada, e o cheiro do quarto era um misto de suor, sexo e perfume barato. Olhei
Capítulo 4Mirtes não era uma mulher burra. Ela sabia muito bem o que queria. Sua intenção era, no futuro, ganhar o posto de fiel.Lavinia seria um problema, e Mirtes sabia disso.A ruiva poderia frustrar seus planos de anos.O plano de Mirtes era engravidar de um filho de R.B., para então tomar as rédeas como patroa.R.B. gostava do sexo quente que fazia com Mirtes, mas não tinha noção das intenções da empregada.Percebendo os olhares dele para a sobrinha, Mirtes começou a traçar um plano de sedução, porque sabia o quanto o corpo dela o deixava louco. Sabia o efeito que causava nele.Começando a pôr seus planos em prática.Certa noite, na hora do jantar, começou a puxar conversa normalmente com Lavinia, fingindo simpatia. Disfarçadamente, conseguiu colocar no prato de R.B. uma pílula — uma droga que não tinha gosto —, um estimulante sexual que o faria implorar por sexo.Terminada a janta, Lavinia foi para a sala assistir TV. R.B. ficou na cozinha, e Mirtes não perdia a chance de se e
CAPÍTULO 3Lavinia narrando Ainda estou parada, pensando na situação que estou vivendo atualmente. Tudo mudou tão de repente, tão fora do meu controle, que parece um sonho, ou um pesadelo. Sem nenhum aviso, fui jogada numa realidade que eu não pedi, e agora estou presa nela, tentando entender como cheguei até aqui. A ficha só começou a cair depois que fechei a porta do quarto e encostei as costas nela. Respirei fundo, tentando controlar o coração acelerado. Ele parecia querer sair pela boca, explodir meu peito. O nome dele ecoava na minha mente como um eco abafado: Denner. O homem que, agora, é meu tutor legal. O homem que meu pai confiou para cuidar de mim. Mas... tem alguma coisa errada. Eu sei que tem. Desde o primeiro momento, aquele olhar dele me deixou desconcertada. Não era o olhar de um tio. Não era o olhar de alguém que enxerga uma garota de dezoito anos como uma responsabilidade. Era mais do que isso. Tinha algo... queimando. Algo que me fez sentir ex
CAPÍTULO 2 DENNER (R.B.) NARRANDO Quando recebi a notícia da morte do meu irmão, foi como levar um tiro no peito. Miguel era sangue do meu sangue, mesmo que o tempo e a distância tivessem nos virado um contra o outro. Ele foi pra Itália e virou mafioso de terno. Eu fiquei aqui, no morro, e vesti a coroa de chefe com fuzil nas costas. A gente nunca se falou depois que ele sumiu. Cada um escolheu seu lado do crime — ele na grana suja e elegante, eu na guerra de rua. Mas sangue é sangue. E quando me ligaram dizendo que ele tinha morrido dentro do seu escritório, com o coração estourado, bateu um vazio que nem álcool, nem pó, nem tiro resolveram. Fiquei parado no beiral da laje, olhando o sol se pondo atrás dos prédios, e pensei: "O mano se foi... e eu nem tive tempo de dizer que perdoava." A maior surpresa veio logo depois: ele tinha uma filha. Adotiva, mas filha. E no testamento, meu nome tava lá, escrito com letra fria de advogado: “Administração dos bens da herdeira: Denner
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