Capítulo 10
Narrativa de Lavínia
Ele estava me evitando. Isso tava claro. RB fazia questão de não ficar no mesmo cômodo que eu. Se entrava na sala e me via ali, dava meia-volta com qualquer desculpa esfarrapada. Quando eu passava pela varanda, ele saía. Quando eu subia pro quarto, ele descia. Era como se minha presença queimasse.
E o pior de tudo era que ele fazia questão de esfregar na minha cara.
Mirtes. Aquela cobra. A vadia disfarçada de empregada. Ele deixava ela se esfregar nele na minha frente. Ela passava a mão nos ombros dele quando trazia o café, ria alto de qualquer coisa boba, se abaixava perto demais, provocando. E ele… ele não só permitia, como incentivava. Dava corda.
Eu via. Eu sentia. Ele tava se afogando nela.
Começou com olhares, depois vieram os toques, e logo a casa toda virou o palco de uma pornografia discreta. Eu saía do quarto e ouvia gemidos abafados vindo do banheiro social. Descia pra sala e encontrava os dois se agarrando encostados na parede. Um dia