Capítulo 73
Narrativa do Autor
O mês seguinte ao batizado de Arthur parecia ter um peso diferente sobre o morro.
Não era tristeza, era a sensação de um ciclo se fechando e o fogo da Fênix estava prestes a voar para outro continente.
RB e Lavínia sabiam que aquela seria a última vez que veriam o morro sob o mesmo olhar.
O mesmo céu, as mesmas vielas, as mesmas vozes ecoando poder e respeito.
Durante os dias que se seguiram, o morro virou um canteiro de preparação.
Henrrique o Rato, passava a maior parte do tempo ao lado de RB, recebendo instruções, conhecendo os contatos, revisando esquemas e códigos.
Cabelinho, o gerente, acompanhava tudo calado, atento, com o olhar de quem entendia o tamanho da responsabilidade.
RB andava pelos becos como quem se despedia de um território sagrado.
Os meninos o cumprimentavam com respeito, as mulheres sorriam, os velhos faziam o sinal da cruz.
Ele já não era só o chefe, era o mito que renasceu das cinzas e transformou o morro num império.