MIRTES JOGANDO PESADO

Capítulo 4

Mirtes não era uma mulher burra. Ela sabia muito bem o que queria. Sua intenção era, no futuro, ganhar o posto de fiel.

Lavinia seria um problema, e Mirtes sabia disso.

A ruiva poderia frustrar seus planos de anos.

O plano de Mirtes era engravidar de um filho de R.B., para então tomar as rédeas como patroa.

R.B. gostava do sexo quente que fazia com Mirtes, mas não tinha noção das intenções da empregada.

Percebendo os olhares dele para a sobrinha, Mirtes começou a traçar um plano de sedução, porque sabia o quanto o corpo dela o deixava louco. Sabia o efeito que causava nele.

Começando a pôr seus planos em prática.

Certa noite, na hora do jantar, começou a puxar conversa normalmente com Lavinia, fingindo simpatia. Disfarçadamente, conseguiu colocar no prato de R.B. uma pílula — uma droga que não tinha gosto —, um estimulante sexual que o faria implorar por sexo.

Terminada a janta, Lavinia foi para a sala assistir TV. R.B. ficou na cozinha, e Mirtes não perdia a chance de se esfregar nele.

Ninguém sabia do caso entre os dois — só alguns vapores, porque já tinham flagrado R.B. de pau duro na cozinha, atrás da empregada. Só que, naquela noite, Mirtes queria que alguém mais soubesse. E esse alguém era Lavinia... a sobrinha proibida.

R.B. começou a sentir um tesão fora do comum, algo que nem ele entendia. A empregada se insinuava o tempo todo. Ela estava com uma saia que mal cobria as nádegas, grande e redonda, e sabia que chamava a atenção dele. Jogou o pano de prato no chão e se abaixou, virando a trazeira. propositalmente para R.B. Estava sem calcinha.

Foi o estopim.

Já sentindo os efeitos da droga, ele a agarrou ali mesmo, na cozinha. Mirtes se fez de desentendida.

— Sua sobrinha está na sala! Tá louco, homem? sussurrou ela, fingindo preocupação.

— dane-se. Quero você agora. Deixa essa limpeza da cozinha. Depois você limpa... ou melhor...

Gritou em voz alta:

— Lavinia! Termina de lavar essa louça aqui. Eu e a Mirtes vamos resolver um assunto particular.

Era tudo que Mirtes queria ouvir.

R.B. pegou-a no colo e subiu as escadas correndo. Entraram no quarto e ele a jogou com fúria sobre a cama, tomado por um tesão animalesco. Nem ele estava entendendo o que estava acontecendo.

Lavinia, do sofá, observou o comportamento dos dois e se sentiu incomodada. Não sabia que seu tio tinha um caso com a empregada e ficou frustrada com o que viu.

Levantou em silêncio, foi para a cozinha terminar de lavar a louça e arrumar a cozinha. O que era uma conversa qualquer, transformou-se em gritos, t***s, gemidos.

Com medo de subir para o seu quarto — que era em frente ao de R.B. Lavinia subiu pra tentar dormir assim mesmo. Os gemidos da empregada a incomodavam profundamente. Trancou a porta, mas ainda assim ouvia tudo.

Nem percebeu quando pegou no sono. Mas, lá pelas duas da manhã, acordou assustada. Os gemidos estavam ainda mais altos. Curiosa, abriu a porta e se deparou com uma cena grotesca.

Seu tio. um homem enorme, todo suado — pegava a empregada de quatro com brutalidade. Mirtes já não tinha o mesmo fogo do início da noite. Estava sendo cavalgada com tanta força que chorava, esgotada. Ele segurava o cabelo dela, enrolado em sua mão, e com a outra puxava a cintura, mantendo-a ali.

Lavinia viu quando ele se satisfez dentro da empregada e caiu sobre ela, ofegante. Mirtes o beijou e, com um sorriso maldoso, olhou diretamente para a porta — que havia deixado aberta de propósito. Abraçou-o de conchinha e fechou os olhos satisfeita.

Lavinia entendeu naquele instante: tinha uma inimiga oculta dentro da própria casa. Sem saber o porquê, entrou no quarto e chorou compulsivamente, soluçando baixinho. Dormiu profundamente, exausta, e só acordou quase onze da manhã com batidas na porta.

Estava com um pijama curto e transparente. Quando abriu a porta, deparou-se com seu tio: bermuda jeans, sem camisa, os músculos tatuados à mostra. Engoliu seco, assustada com a lembrança da cena da noite anterior.

— Posso entrar? — perguntou ele.

Ela assentiu com a cabeça.

Ele entrou e falou, meio sem jeito:

— Me desculpa por ontem. Isso não vai mais acontecer, eu te garanto. Não sei o que me deu pra ficar daquele jeito. Por favor... me perdoa.

Lavinia baixou os olhos e respondeu séria:

— Você tem um caso com a empregada. Pelo que pude entender... é isso que um casal faz, não é?

— Não é bem do jeito que você tá pensando. Nós transamos quando eu chamo, só quando eu quero...

— Você não me deve explicações. Sou só sua sobrinha. Nada mais. — interrompeu ela, fria.

Ele respirou fundo e disse:

— Vim te avisar que o advogado do seu pai ligou. Está vindo para o Brasil. Vai ler o testamento do Miguel... e parece que tem uma carta que ele deixou, só pra ser aberta nesse momento.

Lavinia arregalou os olhos. Aquilo caiu como uma bomba.

— Quando ele chega? — perguntou, confusa.

— Semana que vem.

R.B. levantou da poltrona do quarto dela e disse:

— Vai tomar café. Hoje você vai sair comigo.

Quando ele virou de costas, ela viu o corpo cheio de chupões, o pescoço arranhado.

— Acho melhor você botar uma camiseta... Essas marcas aí estão feias. Parece que brigou com um gato. — ironizou.

Ele ficou sem graça, paralisado por um instante, e vestiu a camiseta.

Na cozinha, Mirtes já havia posto o café na mesa. Quando viu Lavinia entrando ao lado de R.B., fez uma cara feia.

— Precisa comprar mantimentos. Vou com vocês. disse Mirtes, tentando marcar presença.

Estava toda marcada de chupões, as coxas com marcas das mãos dele.

Na mesma hora, R.B. respondeu:

— A Lavinia é quem vai. A partir de hoje, ela é quem vai cuidar das compras da casa. Hoje só vamos eu e ela. Você fica e dá uma geral nos armários.

Virou para ela e perguntou, sério:

— Já comprou a pílula do dia seguinte?

Lavinia ficou sem graça com o comentário íntimo feito na frente dela. Mirtes percebeu o tom frio na voz dele. Algo estava errado.

R.B. a chamou no escritório. Olhou fixo nos olhos dela e soltou:

— Por que você me dopou sua safada? Anda, responde. Tá pensando que sou otário? Nunca transamos daquele jeito... selvagem, absurdo. Que foi aquilo?

Mirtes engoliu seco, assustada.

— Porque eu te amo, R.B.! Quero você pra mim, só isso...

Mentira. Não existia amor nenhum. Mirtes queria apenas que Lavinia ouvisse tudo. E conseguiu.

R.B. foi direto:

— Você sabe que não tem nenhuma chance de ser minha fiel, não sabe?

Mirtes abaixou a cabeça e chorou lágrimas de crocodilo.

Mas por dentro... sorria.

Tinha conseguido o que queria: plantar a dúvida, marcar território e afastar Lavinia de qualquer possibilidade com o tio.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP