Romance Dark: Aos 14 anos, Vitória matou o próprio pai. Ninguém sabe o motivo. Nem a justiça, nem os advogados. Esse segredo ela enterrou junto com a menina que um dia foi. No reformatório, aprendeu que confiar é perigoso e que, pra sobreviver ao inferno, precisava ser fria e antissocial. Mas tudo muda quando um psicólogo diferente de todos entra em sua vida, autoritário, persuasivo e disposto a tudo pra conseguir o que quer. Quando finalmente conquista sua liberdade, Vitória é levada a um leilão e vendida como mercadoria. O comprador? O homem que ela acreditava conhecer. O mesmo que prometeu ajudá-la. O mesmo que parecia ser um bom homem. Agora, ela é dele. Mas o jogo entre predador e presa tá prestes a virar, e Vitória vai descobrir que, por trás do controle dele, existe um homem tão sombrio quanto sedutor.
Ler maisVitória,
Me levanto da cama sobre o barulho da sirene que me perturba todos os dias as 7:00 da manhã. Todas as meninas se levantam apressadas para serem uma das primeiras a tomar banho, pois a água só fica quente por uma hora. As últimas sempre tem que tomar banho frio. Mas, depois de 6 anos e meio dentro desse reformatório, já me acostumei com a água gelada, já não me incomoda mais. O que me incomoda é ser acordadas todos os dias cedo. Enquanto elas correm, eu fico sentada na cama esperando meu corpo acordar, pois até agora, só o meu corpo que despertou. Quando eu vejo a fila ficando menor, com uma menina só esperando para tomar banho, me levanto pego as minhas coisas e fico atrás dela. — Eu gosto do banho frio no verão, só não gosto quando está no inferno. — Reviro os olhos para suas palavras, e fico de lado, mostrando que eu não tenho a minha intenção de conversar. — Podemos ser amigas? — Ah, claro... — Sério? — Ela pergunta animada. — Que não! — Me afasto dela e volto a me sentar na minha cama, vou esperar ela entrar e só depois volto pra fila. Já aprendi a lição dentro desse reformatório, aqui, ninguém é santo, todas são bandidas, umas mataram, outras roubaram e outras se envolveram com coisas ilícitas, tipo vendendo drogas. E todas são falsas, cai na armadilha de ser amiga de umas e tomei no rabo. Hoje, nem bom dia eu dou, para nenhuma delas. Depois que ela entra, espero ainda alguns minutos para me levantar, e nessa hora a diretora, que chamamos ela de dama de ferro, porque sempre nos disciplina com uma barra, entra e fica na minha frente. — Hoje está chegando um novo psicólogo, e a primeira que vai consultar com ele é você. Se fizer o que fez com os outros, eu vou te disciplinar e te colocar no cativeiro. — Todas temos medo do cativeiro, pois não é só um lugar onde ficamos isoladas, ali é um verdadeiro inferno. — Você já ficou lá por dois dias, vou deixar por uma semana para ver se você aprende, estamos entendidas? — Sim, senhora, prometo me comportar com o novo doutor de delinquentes. — Ótimo, você tem vinte minutos para tomar banho, tomar café e se encontrar com ele na sala da psicologia. — Ela vira as costas para sair, e eu levanto a mão e dou o dedo para ela. Para minha sorte, ela não olha para trás. Depois do meu banho, e de comer rápido para não ficar com fome até a hora do almoço, uma das guardinhas me conduz até a psicologia. Me sento na cadeira, e ela prende a minha mão na mesa com a algema. Ele ainda não chegou aqui, não sei porque me apressaram tanto para comer logo. Mas, quando eu penso em pedir para a guarda me levar de volta, ele abre a porta e entra. O cara tem um jeito de ser um deus. Seus cabelos pretos bagunçados para cima, um corpo atlético sendo todo ereto, e uma altura que parece que vai tocar no teto da sala. — Bom dia, pode soltar ela. — Sua voz grossa me deixou de boca aberta, o cara é a perfeição em forma de gente. Coisa assim, eu só tinha visto em novelas e filmes. — Não acho que seja uma boa ideia, doutor, Vitória tem um... — Nessa sala eu mando e escolho o que deve ser feito. Solte a detenta, é uma ordem. — Ainda por cima é autoritário. Levanto a minha mão e olho para a guarda, que ainda pondera em fazer o que o doutor mandou. Mas, sem escolhas, ela retira a algema da minha mão, e eu esfrego meu pulso. — Nos deixe a sós. — Não posso sair da sala... — Eu vou ter que repetir? — Ela bufa, revira os olhos, e sai da sala, me dando um olhar de alerta para que eu fique quieta. Gostei desse doutor, é diferente dos outros. — Vamos começar. Me diz porque está aqui. — Porque matei o meu pai. — Disso eu sei, eu li a sua filha criminal, mas eu quero saber o porquê você o matou? — Porque ele era um filho da putä, isso é tudo que você precisa saber. — Não, eu quero mais. Como eu disse, isso já tem na sua ficha. Quero saber desde quando você começou a pensar que poderia matar ele. Pois eu sei que você não pensou e já colocou em ação. Isso, fica para os profissionais, para iniciantes, sempre tem uma construção antes do ato. O que te incentivou a mata-lo? Abaixo a minha cabeça, e fico brincando com os meus dedos sem responde-lo. Não contei nada para os policiais que me prenderam, não contei pro juiz, nem mesmo para a dama de ferro. Vejo esse cara a primeira vez, e ele acha que eu vou contar para ele? — Ele estrupou você? — Nego com a cabeça. — Te batia, te humilhava? O que ele fazia para você criar ódio por ele. Olho para o lado e solto um suspiro longo mas não respondo. — Podemos ficar aqui o dia todo, Vitória. Eu recebo por hora, então, imagina o quanto você vai me fazer faturar? — Não quero falar nada, mas podemos fazer outra coisa? — Me levanto da mesa e vou caminhando até ele, seus olhos não desgrudam dos meus, então, me sento em seu colo com as pernas abertas, mas ele não se mexe, não é como os outros que me desejava quando eu fazia isso. Ele olha para baixo, pega na minha mão e vira, olhando o meu braço. — Tentativa de suicídio ou apenas uma forma de causar dor em você mesmo para aliviar a culpa? — Puxo o meu braço e me levanto do seu colo. — Aposto que também tem nas coxas, ou estou errado? Fico sem palavras olhando para ele, que tipo de psicólogo esse homem é? Ele se levanta também, e eu sou obrigada a levantar a minha cabeça, correndo o risco de ter um torcicolo, pois o homem é quase um gigante. — Agora que fez essa cena, pode volta para sua cadeira, e me responder o que te perguntei?Vitória, Chamo a Lua mais uma vez, e escolhemos uma palmatória cada uma. Como elas estão sentadas amarradas com as mãos para trás, Lua dá a primeira palmada na mão de uma delas. — Aí, filha da puta. — A primeira reclama, e por ter xingando ela, Lua b**e de novo. O barulho da palmada estrala por todo o ambiente, já que é um quartinho pequeno e sem nada dentro a não ser nós 7 e o armário. Da outra vez, elas estava no controle me agarraram, me prenderam e me bateram. Agora, eu estou no controle, e eu digo as regras aqui. Os cabelos delas estão todos bagunçados, já que se levantaram no susto. De verdade, uma cena até deplorável. É incrível como o medo as consomem quando elas percebem que não são mais as predadoras, as que culpa os outros. — Você são um bando de filhos da putä, escondem suas caras com medo. Se tivessem coragem, mostrava que são. — Seguro na ponta da minhas máscara, mas o anjo que está ao meu lado me barra e nega com a cabeça. Se elas virem o meu rosto, vão me denunciar
Vitória,Depois que a festa acabou, que coloquei todo mundo para dormir, fui atrás do Karl e da Lua. Quero que eles estejam comigo e com nessa vingança final. Final, porque vou pegar as três de uma vez só, para dar um fim a tudo isso logo de uma vez. Eu até contratei uma babá Lara ficar essa noite com os meninos, só para eu ficar despreocupada.— Tem certeza que ainda quer fazer isso, Vick? — Lua me pergunta, eu apenas concordo com a cabeça. — Vai mesmo até a casa delas e fazer tudo lá dentro? E se os vizinhos ouvirem?— Não vamos demorar, será uma coisa rápida. É uma surra em casa um, um corte no rosto para deixar a minha marca e vamos embora.— Tenho um lugar melhor para você levar elas e fazer o que você quiser no tempo que quiser. — Enrico fala se apoiando no batente da porta. — Karl também sabe. Talvez seja melhor do que correr o risco da polícia chegar e você ser presa.— Está bem, estão vamos lá. Mas, como vamos levar elas sem chamar atenção de ninguém, pois elas não vão colabo
Vitória,Ficamos cinco dias no hospital, porque a Holly estava um pouco amarelada, os médicos disse ser Icterícia, então, minha pequena teve que tomar banho de luz. Mas, logo ficou boa, mas ainda sim, o medido pediu para levar eles para tomar banho de sol pela manhã.O meu maior desejo é chegar em casa e apresentar os meus filhos para minha mãe, porém, Enrico disse que ela pode assemelhar a mim, e acabar não querendo me devolver, ou, fazer como fazia com a boneca que ninguém tiraria mais dela.Mas eu creio que não, minha mãe evoluiu muito esses últimos dias. Menso ainda grudada na boneca dela, eu consigo tirar do seu colo e me colocar no lugar, ela aceita essa troca numa boa.Chegamos em casa, e ela está no cantinho dela no jardim. Mesmo com medo, Enrico vai até ela a busca para vim para a sala. Os bebês ainda estão no bebê conforto, quero ver a reação dela só ver eles. Ela vem, e como uma criança curiosa, ela se aproxima do bebê conforto e fica olhando para eles. Ela o inclina a cab
Vitória,— É por isso que vem aqui todos os dias? — Ele pergunta bem sério. — Para se agarrar ao médico da sua mãe?— Não, foi só para agradecer. Eu ou poder levar a minha mãe para nossa casa. — Ele está sério, muito sério, e tenho até medo que ele tenha uma recaída e volte a ser como antes. Ele olha para o médico com a cara fechada, e eu me aproximo dele para acalma-lo. — Olha para mim, eu te amo, amo só você. Foi só agradecimento, eu juro.— Não faça mais isso, eu não suporto ver homens perto de você, mas me controlo. Agora ver você abraçando eles, é como se acendesse o meu pavio, e logo eu vou explodir.— Eu me deitei no colo da minha mãe hoje. Tirei essa boneca nojenta e me coloquei no lugar dela. — Sua raiva diminui, e ele dá um leve sorriso. Conto tudo para ele como eu fiz para me colocar no lugar da boneca, e ele fica muito feliz com isso. — Aí foi quando ele disse que eu poderia levar ela pra casa, ara ver como vai ser a reação dela.— Tá bom, só não faça mais isso, está bem?
Vitória,Os dias vão se passando, paguei uns detetives particulares para ficarem de olho nas meninas para que eu não a perca de vista. E todos os dias eles me mandam um relatório de tudo que elas andam fazendo.Minha barriga cresce a cada semana, e todas as vezes me olho no espelho louca para quer eles nascem logo. Pois os quero em meus braços, sentir o cheirinho deles, sentir eles de verdade. Eu já tenho a sensação de ser mãe sabendo que eles estão dentro de mim, mas acho que isso vai ficar mais forte quando poder olhar para eles de verdade.Enrico comprou uma nova casa perto da clínica, o que facilita muito a minha ida até lá para ver a minha mãe. Todas as vezes que eu chego, ela olha para mim e esboça um sorriso. Mas, logo sua atenção se volta para a boneca. Eu preciso fazer alguma coisa para trocar de lugar com ela, talvez se a minha mãe me olhasse por mais de um minuto, ela saberia que eu sou a filha dela, e não aquela boneca nojenta.Sim, eu estou com ciúmes da boneca, pois rece
Vitória,Assim que Karl chega com os testes, eles me entregam e mandam eu ir ao banheiro. Depois de fazer xixi no potinho, coloco os palitinhos dentro e espero. Isso não vai dar positivo, pois me lembro de tomar o anticoncepcional com o Enrico. Minha bunda até doeu.Depois de um tempinho, um dos testes forma dois pauzinhos rosa, e o outro um sinal de mais. Olho na embalagem o que significa, e eu não posso acreditar. Eu realmente estou grávida. Mas Enrico tinha me dito uma vez para não engravidar para não atrapalhar nosso momento.Seguro os dois testes na mão, abro a porta e dou de cara com o médico que disse que eu estou grávida e o Enrico. Estendo os testes para ele. Ele olha, olha e depois passa para o médico e me encara.— Eu sabia, raramente eu erro. — O doutor diz, enquanto eu e Enrico nos encaramos.— Pode nos dar licença, por favor. — Enrico fala sem tirar os olhos de mim, e como sempre, ele esconde sua emoção, me deixando aflita se ele gostou da novidade ou não.Assim que eles
Último capítulo