Um ímã para confusão!

Vitória,

Ergo uma sobrancelha sem entender. Ele sorrir, abre o fecho dela, pega no meu braço e coloca a pulseira.

— Enquanto você estiver usando ela, estará sobre a minha proteção. Ninguém vai poder tocar em você, para nada sem a minha autorização. Hoje vou trocar você de quarto, vai está em uma sozinha até chegar o dia da sua liberdade. Vai ter tudo que quiser lá dentro, menos um celular. No dia que você sair daqui, eu venho te buscar, e, se você quiser continuar sendo minha, vamos assinar um contrato.

— Ser sua? Um contrato? Não estou entendendo.

— Tudo no seu tempo, Vitória. Te explico melhor quando você sair daqui. Mas, vou deixar um alerta, não pode em hipótese nenhuma retirar a pulseira e vai ter que fazer tudo que eu mandar, entendeu?

Concordo com a cabeça, mas até que gostei dela. Preta com as letras em dourado.

— O que significa ES?

— Enrico Signore, seu dono!

— Meu dono? Não acha isso um exagero?

— Você pode recusar quando quiser, e eu volto a ser o seu psicólogo e nada mais. Voltará para o seu quarto antigo, e tudo vai voltar como era antes. Mas, se preferi continuar, no contrato terá um prazo específico, e tudo que você precisará saber.

Se ele estiver falando a verdade, esse vai ser a primeira vez que eu vou ter paz dentro desse reformatório. Um quarto só pra mim, seria até um sonho. A enfermeira entra e diz que eu já posso voltar para o meu quarto, mas me lembra de passar todos os dias aqui na enfermaria para tomar o antibiótico e o remédio para dor.

O psicólogo me ajuda a levantar da cama e me ajuda a andar. Seguimos para o lado oposto de onde era o meu quarto, me dando a certeza que ele estava falando a verdade. Ele chama a guarda, e ela abre a porta apertando o botão. E quando ela se abre até parece o paraíso.

Nem posso mais chamar de cela, pois aqui é incrivelmente perfeito. Quando me me sento na cama, sinto a macieis dela, totalmente diferente do meu antigo colchão. Por falar nele, o canivete está lá.

— Você só vai sair daqui para fazer as refeições, mas tem um banheiro só para você, a televisão que só tem canal aberto e uma cama macia. Por enquanto, é só isso.

— Está perfeito, melhor do que eu imaginava. Mas tem uma coisa, o seu canivete, ele ficou lá no outro quarto.

— De seu jeito para ir busca-lo, amanhã quando eu vier para sua sessão, quero ele na minha mesa, entendeu? — Concordo com a cabeça, posso ir lá buscar na hora da refeição, quando todo mundo estiver no refeitório. — Eu vou embora, mas não se esqueça, não é para entrar em nenhum briga, mas caso alguém venha para cima de você, se defenda e deixa o resto comigo. — Ele pega dois cartões da sua bolsa e me entrega. — Um você guarda em algum lugar aqui do seu quarto, e o outro você leva para onde for. Se acontecer alguma coisa, me liga que eu venho a qualquer momento.

— Ok, senhor! — Ela sorri de lado, parecendo ter gostado de ter sido chamado de senhor. Ele se aproxima e me dá um beijo na testa e sai do meu quarto. E eu? Eu me deito, aproveitando a cama macia e o silêncio que o quarto tem. Fecho os olhos e durmo, tranquilamente.

(...)

As semanas vão se passando, eu consegui pegar o estilete dele e o entreguei no outro dia. Nos primeiros três dias, eu não tive ninguém me perturbando, mas no quarto dia, as duas meninas que me bateu, saíram do calabouço, e ficaram me mirando de longe. Tento nem olhar para elas, evitando confusão como eu sente fiz.

Mas, como diz o médico dos delinquentes, eu sou um ímã para confusão. Mesmo eu não ficando mais do lado dos quartos delas, continuo sendo o seu alvo. Principalmente por que eu descobri pelas guardas que a Chery ficou com demência, e vai cumprir o resto da pena dela em uma clínica psiquiatra.

Tudo poderia ter sido diferente, se ela tivesse mijado e ido embora, mas não teve que atiçar o meu lado sombrio, agora eu tenha eu ficar pisando em ovo para não arrumar mais confusão. O bom, que eu nem preciso mais usar o banheiro delas, já que eu tenho um particular no meu quarto.

Mas, por obra do destino, ou por obra das inimigas, a três dias para eu ter a minha liberdade a energia do reformatório acaba, deixando todos nós no escuro total. As luzes de emergência se acendem, mas são luzes fracas, que clareiam apenas o caminho para voltarmos para os quartos. Fizemos duas filas, uma para cada lado, mas como sempre, eu fico por último.

Começamos a caminhar em direção aos nossos quartos, e no corredor que faz a divisão dos lados, sinto um braço me puxando.

— Você vem com agente. — Puxo o meu braço de volta e grito por uma das guardas, mas, uma delas tampam a minha boca, e me puxa para o lado. — Você viu o que você fez com a Chery? Ela está louca agora por sua culpa.

— Minha? Ela sempre foi uma doente mental, e parece que vocês são igual a ela. Cuidado para não irem para o mesmo lugar.

— Estamos em cinco agora, o que a super heróina vai fazer? — Eu posso até apanhar, já que são em cinco, mas, não vou levar a pior sozinha dessa vez não.

Me encosto na parede e fico de olho nas cinco, aleatoriamente, esperando a primeira se movimentar. Mesmo que a claridade seja pouca, eu consigo ver cada uma delas.

A primeira se mexe e vem para cima de mim, dou um chute de frente, fazendo ela cair. Vem a outra e depois a outra, e eu vou metendo a mão e o pé onde eu consigo. Até mesmo quando duas me seguram, eu ainda uso os meus pés para me defender. Tenho poucos dias para eu aguentar essas pragas. Uma delas trava uma perna minha, e a outra vem e me acerta um soco na cara.

— Covarde, porque não fica só eu e você, com amigas fica fácil me bater. Até eu seria forte desse jeito.

— Seria impossível, já que você não tem amigas, não tem ninguém do seu lado, a não ser aquele doutor de merda. Tá sendo protegida por ele, não é? Quarto individual, uma vida de princesa. Se você acha que vai sair do reformatório em três dias, está muito enganada, pois dessa vez, você vai pro calabouço e vai mofar lá dentro.

Ela pega uma faca, que somente as tias da cozinha usam, e enfia na sua barriga. As três que estão me segurando me soltam e começam a chamar pelas guardas. Agora sim, eu estou ferrada!

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