Mundo de ficçãoIniciar sessãoTrês anos de casamento. Três abortos espontâneos. No dia em que perdeu o terceiro filho, Isabela Silva saiu do hospital sozinha. No mesmo instante, seu marido, Cristiano Pereira, comemorava o nascimento de gêmeos ao lado da cunhada. Foi ali que ela tomou sua decisão. Naquela noite, entregou a Cristiano o acordo de divórcio. — Vamos nos separar. É melhor para você. — Disse Isabela. Cristiano riu, incrédulo. — Você acha mesmo que consegue me deixar? E, se a intenção é me segurar, não venha fingir bondade dizendo que é para o meu bem. Isabela não discutiu. Apenas virou as costas e foi embora. Ela estava, de fato, pensando no bem dele. Porque já havia encontrado um apoio que nem mesmo Cristiano, o homem mais poderoso de Monte Dourado, teria condições de enfrentar. Ao cortar definitivamente com o passado, Isabela deixou de fingir fragilidade. Quando suas verdadeiras identidades vieram à tona, uma após a outra, toda a família Pereira ficou em choque. A mulher humilhada, sem família influente, fácil de pisar… Era a mesma pessoa? — Belinha, divorcie-se logo. Eu já não aguento mais esperar. — Disse o CEO de um grupo multinacional. — Divórcio. Agora. — Ordenou um magnata financeiro. — Ou a família Pereira vai à falência. — O processo não será problema algum. — Garantiu um advogado internacional de renome. Cristiano sempre acreditou que Isabela jamais o deixaria. Até o dia em que percebeu que ela havia se tornado inalcançável. Naquele momento, toda a certeza que ele chamava de arrogância se despedaçou por completo.
Ler maisTaís estava fora de si de tanta raiva.Saiu direto para a empresa, decidida a procurar Cristiano.No escritório, Samuel ainda elaborava o relatório:— Senhor, as pessoas que mandamos seguir a senhora Isabela… Perderam o rastro.O rosto de Cristiano acabara de se fechar, o olhar mergulhando na sombra, quando Taís entrou como um furacão e se jogou na cadeira à frente dele.— Irmão, essa Isabela não dá mais! — Disparou, sem nem respirar. — Olha o que ela fez com a cunhada!Taís continuou, cada vez mais exaltada:— Ela disse mesmo que mandou alguém te entregar um acordo de divórcio? Se mandou, assina logo! Quem ela pensa que é? Mulher melhor do que ela tem aos montes!Ela se inclinou para a frente, tomada pela fúria:— Ela acha mesmo que você não tem coragem de se divorciar?Dominada pela raiva, Taís despejou uma frase atrás da outra, sem dar espaço para ninguém interromper.Ela se lembrava bem de quando Cristiano ainda não era casado. Quantas mulheres, do nível de uma "cunhada perfeita" c
A imagem daquele homem de Y voltou à mente de Cristiano.Ele tinha quase certeza de já tê-lo visto antes… Ao lado de Sérgio.Então era alguém de Sérgio.Sérgio ainda tinha mandado alguém protegê-la?O quê? Achava que a família Pereira iria engolir Isabela viva?Só de pensar na ligação entre Sérgio e Isabela, o peito de Cristiano queimava de raiva. A ponto de doer.Isabela estava prestes a chegar a Vale Sereno quando um número desconhecido apareceu no visor do celular.Ela atendeu:— Alô.— Sou eu.A voz estridente de Taís soou do outro lado da linha.Isabela franziu a testa.Ela nunca gostara de Taís. Aquela voz já era desagradável por natureza e, quando falava, vinha sempre carregada de ironia venenosa. Ainda mais agora, com aquele tom arrogante, cheio de si.Isabela baixou o olhar. A voz saiu fria:— O que você quer?— Você me bloqueou? — Taís elevou o tom.— E daí?Não havia mais nenhum traço da antiga tolerância.Ou melhor… Havia seis meses que Isabela não tolerava mais ninguém da f
A aura ao redor de Cristiano tornava-se cada vez mais instável.Os dedos dele se fecharam ainda mais em torno do pulso de Isabela.— Você sabe muito bem qual é a relação do Sérgio comigo.— E eu lá quero saber que relação ele tem com você? — Respondeu ela, fria.Cristiano ficou sem reação.Isabela continuou, com a voz calma, quase cruel de tão lúcida:— No momento em que você assinar o acordo de divórcio, eu e ele seremos um homem solteiro e uma mulher solteira. Qualquer coisa entre nós será totalmente legítima.Ela fez uma breve pausa e completou, sem piedade:— Já você, do jeito que as coisas estão agora… Depois do divórcio, qualquer coisa sua com a Lílian não vai ter nome bonito nenhum.Antes, quando o casamento dela com Cristiano ainda não havia sido tornado público, muita gente acreditava que ele estivesse morto.Naquele contexto, mesmo que Lílian acabasse se envolvendo com o cunhado, ainda havia quem achasse aquilo… Aceitável.Mas agora era diferente.Tudo era diferente.Todos sa
Era um lugar de pesquisa, não de venda de cosméticos.Então… O que exatamente ela estava fazendo ali?Samuel continuou, em tom contido:— A outra empresa de biotecnologia… Pertence ao senhor Sérgio.Cristiano ficou em silêncio.O ar dentro do carro voltou a ficar pesado, denso."Sérgio…"Ela havia aparecido ali acompanhada de um estrangeiro de Y.Então aquilo significava que ela estava ali para encontrar… Sérgio?Cristiano puxou um cigarro, acendeu e deu uma tragada lenta.Samuel hesitou por um instante antes de perguntar, com cuidado:— Então… Vamos embora agora ou…?— Espera. — Respondeu Cristiano, de forma curta.Enquanto isso, Isabela entrou diretamente em uma das empresas de biotecnologia, acompanhada de Wallace.Ele caminhava meio passo atrás dela, de maneira respeitosa, e não conseguiu esconder a surpresa:— Nunca imaginei que a senhora, Sra. Isabela, tivesse tantos negócios em Nova Aurora. O Sr. Cristiano sabe disso?Isabela não desacelerou o passo.— O que é que ele saberia?N
O quarto de hospital de Lílian estava sempre cheio de gente.Ela tinha dado à família Pereira um par de gêmeos, um menino e uma menina. Por causa disso, até a avó Bianca e o pai Luciano, da parte de Cristiano, tinham passado por ali para vê-la.Quando Bruna voltou ao quarto, Luciano e Bianca já tinham ido embora. No local, restavam apenas Lívia e Taís.Para toda a família Pereira, já não havia dúvidas. Lílian estava doente. Depressão. E, pior ainda, andava confundindo Cristiano com Marcos.Assim que Bruna entrou, viu a filha Taís segurando a mão de Lílian e tentando acalmá-la, com a voz suave:— Fica tranquila, cunhada… O Marcos só tem você no coração. Ele saiu apenas para resolver umas coisas do trabalho. Não vai fugir.— É… É verdade mesmo? — Perguntou Lílian, com a voz embargada.Taís assentiu sem hesitar:— Claro que é. Agora o mais importante é você descansar, cuidar do corpo e se recuperar direitinho.Lílian mordeu o lábio. Os olhos estavam marejados.— Mas por que a Belinha fez
Isabela, desde pequena, crescera sozinha no mundo.Sem apoio, sem proteção.Tudo o que sofria, tudo o que lhe tiravam, ela sempre precisara reivindicar com as próprias mãos.Por isso, nunca fora do tipo que apanha e fica quieta.Antes, tudo o que Lílian fizera vinha sempre envolto em ambiguidades.Sem provas claras de intenção, Isabela não agiria de forma impulsiva.Mas agora havia provas concretas.E, mesmo assim, Cristiano ainda queria que ela poupasse Lílian?O que Isabela não esperava era que ele fosse capaz de arrastá-la para o mesmo lado de Sérgio.— Saia da empresa do Sr. Sérgio.A voz de Isabela vinha baixa e sombria.Cristiano soltou um riso frio.— O quê? Está protegendo ele agora? Isabela, nós ainda não nos divorciamos.Naquele instante, a irritação de Cristiano se espalhava sem controle.Era assim com qualquer pessoa.Uma vez plantada, a semente da desconfiança só crescia.Cego pela própria suspeita, Cristiano já não acreditava nem por um segundo que Sérgio e Isabela não ti





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