Vitória,
Desperto em uma gaiola com um colchão em baixo. Começo a me debater sacudir ela para alguém me tirar daqui, mas, do nada, a gaiola começa a dar choque, e eu me encolho, não encarando na grade. — Fica quieta, tenho que falar com você. — Um homem barrigudo de barba se agacha de frente a minha gaiola. — Você tem duas escolhas, ser rebelde e ser leiloada dentro de gaiola como um animal, ou, se comportar e ser leiloada como uma pessoa normal. — Leiloada? Vocês vão me vender igual um animal ou um objeto de qualquer jeito. — Posso te garantir que Dora da gaiola é melhor, já viu o sistema que ela tem, não é? Bom, você tem que me dar a resposta em até duas horas, pois o leilão vai começar logo logo. A escolha é sua. Ele se levanta e sai. Olho para a porta e vejo que tem um mecanismo de segurança, ou seja, fugir não tenho como. Janelas não tem nesse lugar, parede até um quarto do pânico. Mas, eu posso aceitar a proposta dele e conseguir fugir do comprador, vou poder fingir obediência e dá no pé quando eles menos esperarem. Posso pegar um comprador bom também, alguém que seja como nos contos de fadas que me tire da escravidão. Fico as duas horas pensando nas minhas alternativas, e quando o barrigudo volta, a minha única opção, é aceitar a obediência. — Boa garota, esse é a melhor alternativa. Vou abrir a gaiola, mas se comporta, ou o seu leilão não será hoje, porque eu posso ser bem cruel, e deixar você toda machucada. — Eu vou me comportar, eu juro. — Ele concorda com a cabeça, abre a jaula e me ajuda a sair. — Uma mulher vai vir para te produzir, quero você uma mulher linda lá fora. Quanto mais bonita, mais o lance será maior. Você ainda é virgem? — Não, já transei com o meu psicólogo. — Que pena, iria valer muito mais dinheiro. — Aleguem b**e na porta e ele coloca a palma da mão e a porta se abre. — Deixe ela belíssima, já sabe como funciona. — Sim senhor. — Ela responde ele sai, deixando nós duas sozinhas. Ela manda eu me sentar na cadeia, e começa a me maquiar. — Seus olhos são lindos, nem o céu consegue ser tão azul assim. Solto um suspiro, mais uma que fala comigo como se tivesse buscando amizade. Ela percebeu que eu não queria conversar, e não falou mais nada, apenas, terminou a maquiagem. Depois, ela mostra algumas roupas para eu escolher, e eu pego um vestido preto, pois estou de luto, luto da minha liberdade. Tirei um verme do mundo, e estou pagando muito caro por isso! — Sei que você não quer falar, mas você está muito bonita. Vai ganhar um bom dinheiro no leilão. — Não vou receber nada desse dinheiro, estou sendo leiloada sem escolha, forçada, por obrigação... entendeu? — Ela arregala os olhos e concorda com a cabeça. Ela começa a recolher as coisas dela, e pede para que eu fique no canto da parede. Me nego a ir, mas ela me fala que arras da porta em seguranças com armas de choque, e eles vão me machucar caso eu tentei fugir. Vou pro canto da parede e ela b**e na porta. Um homem de terno abre e ela ainda olha para trás e sai. Me sento na cadeira me lembrando do psicólogo. Não consegui nem pegar o cartão dele para ligar, eu deveria ter decorado o número dele, pois ele disse que só ele poderia me ajudar...não, ele não pode fazer nada, não pode me tirar do calabouço e nem impedir da dama de ferro de me vender. Estou sozinha, completamente sozinha. Minha mãe se foi, matei o meu pai, não tenho irmãos, primos nem tios. Não tenho nada nem ninguém para me ajudar. Fecho os meus olhos e me lembro da minha mãe. Era tão boa, fazia tudo que podia para mim. Muitas vezes eu queria uma bala de caramelo, mas, meu pai negava dar dinheiro para ela, então, ela queimava o açúcar e fazia para mim. Nossa, eu amava. A porta se abre novamente e o barrigudo vem caminhando até a mim. — Já estão todos no salão, é sua vez de brilhar, meu pequeno passarinho. — Eu me chamo Vitória. — Não importa, você será chamada pelo nome que seu novo dono escolher. Vitória foi a menina que matou o próprio pai, matou uma colega no quartinho e foi morta pelas detentas. Sabia que você não existe mais? Já tem até atestado de óbito. — O quê? — Ele sorrir, pega no meu braço e vai me conduzindo por um corredor enorme. E, enquanto eu vou caminhando, vou pensando no que ele falou. Se eu vou sair daqui vendida, eu vou ter uma vida lá fora, ou não? — Fica aqui até às porta se abrirem, faça posses bonitas, pois quando maior o lance, mais rico é o cara que te arrematar. Pensa que, dependendo de como você for com ele, pode ganhar o mundo. — Eu realmente estou morta? — Sim, falei a verdade quanto a isso. Pensa que será uma nova vida, será o que você e o seu dono quiser. Por isso, faça de tudo para pegar o cara mais rico do salão, ok? — Concordo com a cabeça, pois vou poder usar a minha sedução para acabar com as cinco que armaram para mim e principalmente, a dama de ferro, essas não perde por esperar. As cortinas se abrem e todos os homens estão sentados em cadeiras estofadas. Porém, todos estão de máscaras, não consigo ver o rosto de ninguém. Alguns homens estão com mulheres sentadas em suas pernas, outros estão completamente sozinhos. — Vamos conversar o lance com 50 mil euros, quem dá mais? — 60 mil! — 70 mil! — 100 mil! — os lances começam a subir e eu vou olhando para o rosto de cada um, tentando imaginar o que tem por debaixo das máscaras. Tem uma tela grande atrás de mim, ela mostra perfeitamente o meu rosto. Mas, ela vai descendo, e o lance sobe cada vez mais, chegando em 1 milhão de euros. — Esse é o maior lance da história, dole uma, dole duas... — Cinco milhões de dólares! — Essa voz, é igual a do psicólogo. Ele se levanta com a plaquinha e vem caminhando até perto de mim olho para usa mão e o brilho dourado das letras chega a brilhar. — Acho que ninguém vai dar mais que isso, então, vendida para o mestre número 20! Mestre? De quê?