Diga sim para mim!

Vitória,

Ele não diz mas nada, apenas se levanta da cadeia, e pede para eu esperar ele aqui. Ele sai, e eu me levanto para olhar as coisas dele, pode ser que tenha algo que eu possa usar em algum momento. Mas, a úncia coisa que encontro, é um chaveiro de canivete, o resto é só livros e pastas. Pego ele e coloco dentro de minha calcinha, e volto para o meu lugar.

Alguns minutos depois ele volta e se senta na cadeira, e me fala:

— Está livre do cativeiro. Daqui, você irá direto para o seu quarto.

— Não acredito. Ninguém faz a dama de ferro a mudar de idéia. O que você prometeu para ela?

— Uma noite de prazer. — Ergo uma sobrancelha. — Vamos fazer assim, amanhã eu volto e se você não tiver ido para o calabouço, você me conta do porque bateu na coleguinha, ok?

— Combinado. — Ele começa a recolher as coisas dele e colocar tudo dentro da bolsa. Tomara que ele não sinta falta do canivete. Mas, quando ele fica em pé, suspiro aliviada. Ele não percebeu.

Me levanto também, e nos despedimos na porta. Ele segue o caminho dele e eu sou levada pela guarda até a minha cela. Realmente, ele conseguiu me tirar do calabouço. Agora sinto que vou poder tirar proveito dele a meu favor. Principalmente, porque ele é um dos que querem saber sobre a morte do meu pai.

Me deito na minha cama, e mesmo o colchão sendo fino, eu prefiro ficar aqui. As outras meninas nem se aproximam de mim, o que é perfeito. Fecho os meus olhos, e descanso o que não pude fazer no calabouço.

A hora do jantar chega, e eu olho onde posso colocar o chaveiro para não ser pega. Espero todas saírem, e como eu sempre sou a última, ninguém desconfia de nada. Quando estou sozinha, tiro o canivete da minha calcinha, faço um rasgou no colchão e coloco o canivete dentro. Cubro com o lenço e sigo para a fila, e seguimos para o refeitório.

Dessa vez, consigo comer em paz. Mesmo com alguns olhos em cima de mim, ninguém se aproxima, nem mesmo para tirar satisfação. Passo os olhos pelo refeitório, e não vejo a folgada aqui. Deve está na enfermaria ainda, ou mesmo em um hospital. Estando longe de mim, é o que importa.

Voltamos para os quartos, me deito na minha cama e passo a mão do lado do colchão, e ao sentir que o chaveiro ainda está aqui, suspiro aliviada. Mas, quando as luzes apagam, as duas meninas se levantam da cama e se aproximam de mim.

Que inferno!

— Você bateu na nossa amiga, sabia que eles está no hospital muito mal?

— Não sabia, mas é bom saber. E para vocês também, pois é melhor ficar longe de mim, ou vou fazer o mesmo com cada uma. — Elas começam a dar risada, e isso não é nada bom.

— Se acha a super heróina? Peguem ela. — Elas me puxam pelas pernas e me derruba de cama. Elas começam a me chutar, várias e várias vezes. Nas minhas costelas, pernas, braços, elas não miram, apenas chutam.

Protejo o meu rosto, sentido cada pancada sem poder fazer nada. Nada agora, mas eu vou pegar uma por uma depois. As presas começam a gritar, e a guarda interrompe a diversão delas. Fecho os meus olhos, e finjo o desmaio.

— Que merda vocês fizeram? Vai as duas para o calabouço.

— Não, ela que começou a gente só se defendeu.

— Não estou vendo nenhuma de vocês machucada. Guardas. — Ela grita e mais guardas vem. Uma delas me paga no colo para me levar a enfermaria, e sinto uma dor dos infernos. Sou colocada na marca, mas não abro o olho, permaneço no meu fingimento.

— O corpo dela está todo machucado. Vou precisar fazer um raio x para ver se quebrou algo. — Sinto uma picada no meu braço e resmungo de dor.

— Trate logo dela. — A diretora fala. — E não gaste muito, ela já me deu muito prejuízo. Foram 6 malditos anos que tive mais problemas em toda minha vida. Não vejo a hora dela completar 21 e eu ficar livre dela.

Ela nem imagina que esse também é o meu sonho. Aos poucos, vou sentindo muito sono, e acabo apagando.

(...)

Quando acordo tento me levantar, mas sinto um dor latejante nas minhas costelas. A dor é tão forte, que não consigo nem respirar direito.

— Mais problemas. — Acompanho de onde veio a voz e lá está ele, sentado ao meu lado em uma cadeira. — Nos vimos 3 vezes. Já te vi fedendo e agora toda arrebentada. Será que teremos um dia que você não se mete em confusão?

— Eu só estava me defendendo.

— Eu sei, você sempre fica na defensiva nas palavras, imagino que seria assim também nos gestos. Mas, você é um ímã para problemas, só eu posso te ajudar, mas só você se abrir comigo e confiar em mim, Vitória.

— Não vai mudar em nada, porque não sei se você sabe, mas esse reformatório é dividido em duas partes. A boa e a ruim, tente adivinhar de que lado eu estou? — Ele serra os olhos e levanta a cabeça, solta um suspiro e se aproxima mais.

— Somente eu posso te ajudar. — Ele repete silabando. — Vamos começar pelo básico, porque bateu a cabeça da menina na parede do banheiro? — Conto a história toda, desde eu falando com a menina do quarto até a parte que ela se doeu e mandou eu secar ela com a língua. — Uau, ousada. Por isso apanhou ontem das meninas do seu quarto? Porque não usou o canivete que roubou da minha bolsa?

— Eu não...

— Não teste a minha inteligência, Vitória. Porque não usou? — Viro o rosto para o lado. — Se não me contar, eu vou falar para a diretora que você me roubou, e você vai voltar para o calabouço .

Viro o meu rosto para ele e dou de ombro. Ele não pode fazer esse tipo de chantagens comigo, mas o meu erro foi olhar em seus olhos, que parece hipnotizantes.

— Não deu tempo de usar, elas me puxaram de uma vez e já foram me batendo.

— Diga sim para mim, e eu prometo mudar a sua vida a partir de agora. Se caso alguém a machuque, eu tomarei as providências necessárias.

— Sim! — Digo sem pensar, sem ao menos ter noção de onde eu estou me metendo. Ele abre a bolsa dele e retira uma pulseira de couro preta com suas siglas nela: ES.

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