Mundo de ficçãoIniciar sessãoApós descobrir que foi traída pelo seu amor de infância, um fazendeiro que prometeu que daria o mundo a ela. Ana decide fugir pra cidade e deixar esse amor pra trás. O que ela não esperava era conhecer Lex — um bilionário arrogante, misterioso e irresistível. Que sabe como manter tudo sob o seu controle. Lex faz uma proposta difícil de recusar. Agora, Ana está presa entre o seu amor de infância que esconde muitas verdades… e o homem capaz de virar a vida dela de cabeça pra baixo.
Ler maisAnaUm mês passou tão rápido que eu quase nem percebi. Foi o tipo de mês em que tudo muda, mas ao mesmo tempo parece que nada está realmente no lugar ainda. Eu e o Lex estávamos… bem. Finalmente bem. A mãe dele parou de aparecer na minha frente como se fosse um fantasma elegante e mal-humorado. O Mark se recuperou, voltou pra fazenda e me mandou uma mensagem educada avisando que ia cuidar da vida dele. E eu? Eu só queria respirar sem sentir que estava equilibrando mil bombas no braço.Pois bem, eu devia saber que paz na minha vida dura o quê? Cinco minutos?Só que dessa vez… era bom. Era aquela paz gostosa. Aquela sensação de “caramba, acho que a vida tá mesmo entrando nos trilhos”.O Lex estava diferente. Mais carinhoso. Mais aberto. Mais presente. A terapia dele tinha começado pra valer e, olha, o homem vinha voltando do consultório com um brilho no olhar que me deixava até emocionada. Ele ria mais. Ele dormia melhor. Ele se permitia sentir sem fingir que não sentia. Era lindo.E si
AnaQuando eu cheguei no bar, já estava tudo meio tremido dentro da minha cabeça. Tobias estava encostado no balcão, bebendo uma cerveja como se fosse suco, e quando me viu, abriu os braços como se eu fosse um prêmio que ele tinha acabado de ganhar.— Olha só quem apareceu! — ele disse, me puxando pra um abraço exagerado. — A mulher mais confusa dessa cidade!— Calma aí, né? — eu resmunguei rindo fraco. — Nem pedi minha bebida ainda.Ele me olhou de cima a baixo como quem avalia se eu estava inteira.— Tá com cara de quem viveu cinco temporadas de novela num único dia. — comentou, levantando a mão pro garçom. — Dois shots pra ela. Fortes.— Só um. — corrigi.— Não discute. — ele respondeu, sério demais pra ser verdade.E os dois shots chegaram.Eu peguei o primeiro e virei de uma vez. Ardeu até minha alma, mas naquele momento eu precisava ardida mesmo.Tobias cruzou os braços.— Agora fala. — ordenou. — Despeja. Tudo. Sem pular partes. Sem me poupar, porque eu não sou feito de cristal.
Ana O hospital sempre teve aquele cheiro de desinfetante que queimava um pouco a garganta, mas naquele dia parecia ainda mais forte. Talvez porque meu estômago já estivesse embrulhado antes mesmo de eu entrar. Talvez porque eu sabia que, quando abrisse aquela porta, nada seria simples.Eu caminhei pelo corredor devagar, segurando a bolsa contra o peito. Era loucura, mas meu coração parecia batendo no ritmo do bip das máquinas. A cada passo, uma nova dúvida me enchia a cabeça: *Será que ele estava consciente? Será que lembrava de tudo? O que eu ia dizer?*Parei diante do quarto 217 e respirei fundo. Minhas mãos estavam geladas. Empurrei a porta devagar.E lá estava ele.Mark.Deitado, fraco, pálido… mas com um olhar que eu conhecia melhor do que conhecia o meu próprio. Um olhar que eu tinha amado por anos. Não o olhar arrogante e distraído que ele tinha nos últimos meses, antes de me trair. Era o outro. O primeiro. O que fazia eu esquecer o mundo quando ele sorria.Ele levantou os olh
AnaA mulher me encarou como se tivesse acabado de ganhar uma batalha que eu nem sabia que estava lutando. Só que eu não estava pronta pra baixar a cabeça pra ela. Nem ferrando.Respirei fundo, ajeitei a postura e respondi:— A senhora não pode escolher quem o Lex ama.Elena riu daquele jeito amargo, como se eu tivesse contado uma piada trágica.— Amor? — Ela repetiu, fazendo um gesto com a mão, como se empurrasse a palavra pra longe. — Você realmente acha que sabe alguma coisa sobre o meu filho, menina?— Eu sei o suficiente pra entender que ele merece escolher a própria vida. — retruquei, firme, sentindo minha voz tremer só um pouco. — E a senhora não pode controlar isso.Ela inclinou o rosto, como se estivesse analisando uma formiga que ousou desafiar seu salto.— Ele me deve isso.Eu franzi a testa.— Deve… o quê?Ela apertou os olhos numa mistura de raiva e algo que eu não esperava ver ali: dor.— Ele me deve isso depois do que fez com a minha filha.Meu coração bateu tão forte q
AnaQuando eu empurrei a porta da sala, senti meu estômago dar aquele mergulho chato, tipo montanha-russa que você não pediu pra entrar. Lá estava ela. A famosa mãe do Lex. Elena Moreau Cavalcanti. A mulher que, só pelo jeito que segurava a bolsa, já parecia me julgar pelo ar que eu respirava.E olha… ela era exatamente como eu tinha imaginado na minha cabeça paranoica: postura impecável, cabelo milimetricamente arrumado, roupa cara que gritava “eu comprei isso numa loja que você não entra nem pra pedir informação”, e aquele olhar… aquele olhar de scanner de aeroporto, passando por mim dos pés à cabeça como se procurasse contrabando.Cida estava parada ao lado dela, rígida, como se estivesse protegendo a casa de um incêndio silencioso. A mulher abriu um sorrisinho seco quando me viu, um sorriso tão falso que quase deu pra ouvir o clique do plástico.— Ana, bom dia — Cida disse, como se tivesse acabado de me chamar pra ver um ET na sala.Eu só balancei a cabeça e respirei fundo antes d
AnaAcordei com alguém me chamando. Não aquele “chamando” fofo, tipo toque de despertador baixinho. Era voz mesmo. Voz de gente. Voz insistente. Voz que parecia estar ali há mais tempo do que eu queria admitir.— Ana… Ana… — alguém falava.Demorei uns bons segundos pra entender onde eu estava, por que eu estava ali, por que minha cabeça parecia recheada de algodão e, principalmente, por que eu tinha sonhado com o Lex daquele jeito ridículo que me deixou com a cara enfiada no travesseiro depois.Abri os olhos. A luz do quarto deixava claro que não era cedo. A essa altura, provavelmente já tinha passado de “de manhã” e estava entrando lindamente na categoria “quase tarde”.— Ana! — a voz repetiu, mais forte.Era a Cida. Só podia ser a Cida. Ninguém mais tinha aquele tom de “eu sou educada, mas você tá me deixando maluca”.Eu sentei na cama meio torta, piscando feito alguém que levou um tapa de luz.— Tô indo… — murmurei, ainda com a língua enrolada.Me levantei como se meu corpo fosse f










Último capítulo