Ana
Quando eu empurrei a porta da sala, senti meu estômago dar aquele mergulho chato, tipo montanha-russa que você não pediu pra entrar. Lá estava ela. A famosa mãe do Lex. Elena Moreau Cavalcanti. A mulher que, só pelo jeito que segurava a bolsa, já parecia me julgar pelo ar que eu respirava.
E olha… ela era exatamente como eu tinha imaginado na minha cabeça paranoica: postura impecável, cabelo milimetricamente arrumado, roupa cara que gritava “eu comprei isso numa loja que você não entra nem pra pedir informação”, e aquele olhar… aquele olhar de scanner de aeroporto, passando por mim dos pés à cabeça como se procurasse contrabando.
Cida estava parada ao lado dela, rígida, como se estivesse protegendo a casa de um incêndio silencioso. A mulher abriu um sorrisinho seco quando me viu, um sorriso tão falso que quase deu pra ouvir o clique do plástico.
— Ana, bom dia — Cida disse, como se tivesse acabado de me chamar pra ver um ET na sala.
Eu só balancei a cabeça e respirei fundo antes d