Ana
O sussurro no meu ouvido.
O calor no carro.
O olhar dele me dizendo que me conhecia inteira.
Era só um convite, certo? Um acordo. Uma proposta de trabalho. Mas dentro de mim, parecia outra coisa. Uma entrada sem volta.
Quando finalmente consegui dormir, sonhei com ele.
E quando acordei, meu corpo ainda lembrava do toque que nem aconteceu.
A única certeza que eu tinha?
Eu aceitei o acordo… mas talvez tenha vendido minha alma no processo.
…
Quando me olhei no espelho, nem eu me reconheci. O vestido era preto, justo, com uma fenda que beirava a indecência e um decote que deixava bem claro que a Ana de antigamente tinha morrido.
Meu cabelo preso num coque bagunçado, maquiagem leve, batom vinho. Chique sem esforço, como Lex pediu. Ou melhor, como ele mandou.
O carro chegou pontualmente. Um motorista abriu a porta e lá estava ele: Lex, de smoking preto, terno bem cortado, com o olhar afiado como sempre. Ele me examinou com calma. Demais até.
—Se o objetivo era fazer todos perderem a co