Ana
Eu sabia que Lex não era um cara comum. Ele era um perigo com terno.
E eu estava indo direto pra boca do lobo.
Quando virei a esquina e vi o letreiro do restaurante, minhas pernas tremeram.
“Rocco’s” era chique demais pro meu gosto. Janelas grandes, luz baixa, música ambiente tocando violino. Eu devia ter ido embora. Mas continuei.
Abri a porta e o ambiente me engoliu. O cheiro de vinho caro, velas, gente bonita. Me senti um peixe fora d’água. Um peixe pelado. Com uma plaquinha escrita “chifruda e instável”.
Mas então eu vi ele. Lex. Sentado à mesa do canto. Terno escuro, expressão tranquila, como se jantares assim fossem uma “terça” qualquer.
O olhar dele cruzou o meu, e ele levantou com um sorriso tranquilo e tentador.
—Você veio. — disse, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
—Pois é. Ainda dá tempo de fugir? — brinquei, tentando disfarçar o frio na barriga.
—Sempre dá. Mas não hoje.
Ele puxou a cadeira pra mim. Galanteador. Arrogante. Perfeito demais pra ser real.
Sent