Tudo muda na vida de Bárbara quando descobre que está presa a um casamento arranjado com o CEO implacável e arrogante Henrique Marcini.. Seus pais tinha um acordo com o magnata das indústrias têxtil Hermano Mancini, pai de Henrique, e por razões desconhecidas, forçará o filho a casar com Bárbara. A vida tranquila de Bárbara se transformará ao chegar na mansão de Henrique após o casamento. Ele tornará a vida dela um inferno pois não queria esse casamento arranjado. Em meio às discussões e muitos segredos, o casamento arranjado poderá se tornar uma realidade? O Casal poderá se apaixonar?
Ler maisO Rolls Royce Phantom deslizava silencioso pelas ruas arborizadas, o couro italiano sob o peso do corpo tenso de Henrique Mancini.. A gravata, apertada em seu pescoço, parecia sufocá-lo tanto quanto a ideia do casamento iminente. Lá fora, a cidade fervilhava indiferente à sua tormenta interna. Dentro do carro, o silêncio era denso, quebrado apenas pelo som abafado do tráfego distante. Henrique olhava pela janela, mas não via a paisagem. Via apenas a armadilha que se fechava sobre ele. Um casamento arranjado. Uma negociação fria entre seu pai, um magnata da indústria têxtil, e o pai de Bárbara Sousa, um pequeno agricultor à beira da falência.
Henrique nunca conhecera Bárbara. Sabia apenas o necessário: simples, humilde, e filha de agricultores. Tudo o que ele desprezava..Sua vida era feita de champanhe francês, jantares em restaurantes estrelados e mulheres sofisticadas que o adoravam pelo dinheiro e poder. Bárbara Sousa era uma anomalia em seu mundo impecável, uma peça fora do lugar em seu quebra-cabeça de perfeição. O veículo saiu da pista seca e entrou na estrada de terra até chegar a casa daquela que seria sua futura esposa. O carro parou diante de uma pequena casa de tijolos à vista, com um jardim modesto, mas bem cuidado, onde girassóis tímidos se espreguiçavam em direção ao sol. O contraste com a mansão moderna onde Henrique vivia era gritante. Um aperto no estômago o avisou que estava entrando em território desconhecido, e hostil. Respirou fundo, ajeitou o terno Armani enquanto seu motorista abria a porta do carro para ele sair . A porta da casa se abriu e uma mulher de rosto enrugado, mas com um sorriso acolhedor, surgiu. Era Dona Marta, mãe de Bárbara. — Senhor Henrique! Seja bem-vindo a nossa casa! Bárbara está lá dentro, se arrumando. Entre, entre! -- A mulher com humildade e gentileza o ajudou a entrar empurrando com as mãos.. Henrique forçou um sorriso educado, sentindo-se um peixe fora d’água. A sala era pequena e aconchegante, com móveis simples e fotografias emolduradas nas paredes. Retratos de família, sorrisos genuínos, uma vida inteira resumida em imagens desbotadas pelo tempo. Nada da ostentação fria a que estava acostumado. Uma porta se abriu no fundo da sala e Henrique sentiu o ar escapar de seus pulmões. Ela era… Barbara Sousa...diferente do que imaginava. Não usava um vestido de grife, mas um simples vestido azul claro que acentuava a delicadeza de sua figura. Seus cabelos castanhos, presos em um coque frouxo, emolduravam um rosto de traços suaves e expressivos. Os olhos, grandes e castanhos, o fitaram com uma mistura de timidez e curiosidade. Henrique, acostumado a olhares de admiração, sentiu-se estranhamente desarmado. Não havia bajulação em seus olhos, apenas uma avaliação silenciosa, como se ela estivesse tentando decifrar o enigma por trás da máscara de arrogância que ele usava com tanta maestria. — Bárbara, este é Henrique, seu… noivo — Dona Marta anunciou, com um tom de voz que misturava orgulho e nervosismo.. Bárbara deu um pequeno passo à frente, estendendo a mão. — Prazer em conhecê-lo, Senhor Mancini. Henrique apertou sua mão, surpreendendo-se com a firmeza do aperto. — O prazer é meu, Bárbara.. -- Ele a examinou de cima para baixo, curvando os lábios com desagrado. A voz dela era suave, mas firme. Não havia um traço de bajulação, o que o intrigou ainda mais. Ele esperava uma donzela em perigo, implorando por seu resgate. Em vez disso, encontrou uma mulher que, apesar da situação desfavorável, parecia encarar o futuro de frente, com dignidade e uma força silenciosa que ele não conseguia compreender. Pela primeira vez desde que o acordo fora selado, Henrique sentiu uma pontada de… curiosidade. Quem era Bárbara Sousa, e o que ela faria com o poder que ele, involuntariamente, estava lhe entregando? Ele esperava que o olhar dela se desviasse, que a timidez a dominasse, mas Bárbara sustentou seu escrutínio com uma calma inesperada. O ligeiro arqueamento de seus lábios em desgosto não a afetou. Em vez disso, um brilho quase imperceptível surgiu em seus olhos castanhos, um desafio sutil que Henrique não soube decifrar. — Por favor, sente-se, Senhor Mancini — disse Dona Marta, indicando o pequeno sofá de dois lugares. Henrique sentou-se, sentindo-se ainda mais deslocado. O tecido áspero do sofá contrastava com o couro macio de seu carro e a seda de seu terno. Bárbara sentou-se na poltrona à frente, as mãos delicadamente repousadas no colo, enquanto Dona Marta se acomodava ao lado de Henrique. O silêncio preencheu a sala, quebrado apenas pelo canto de um pássaro lá fora. Henrique sentiu a necessidade de preenchê-lo, mas as palavras pareciam presas em sua garganta. Não havia um roteiro para aquilo. Em seu mundo, as conversas eram sobre negócios, aquisições, investimentos. Não sobre casamentos arranjados em salas apertadas e cheiros de tempero. Bárbara finalmente quebrou o silêncio. — A minha mãe comentou que seu pai é um magnata da indústria têxtil. A voz dela era suave, mas direta, sem rodeios. Henrique se pegou desprevenido. Ele esperava uma pergunta sobre sua vida luxuosa, sobre seus carros, seu poder. — Sim, ele é — respondeu, tentando manter a postura de indiferença. — E você… o que você faz? — A pergunta dela não continha curiosidade, mas sim uma avaliação fria, quase clínica. Henrique se recostou no sofá, uma ponta de irritação surgindo. — Eu gerencio os negócios da família. Basicamente, eu sou o futuro de tudo isso. Bárbara assentiu lentamente, sem desviar o olhar. — Entendo. Então você é responsável pelo sustento de muitas famílias, certo? A pergunta o pegou de surpresa novamente. Ele nunca havia pensado nisso daquela forma. Para ele, os funcionários eram apenas números, engrenagens na máquina de fazer dinheiro. — Sim, suponho que sim — ele respondeu, hesitante. — Isso é uma grande responsabilidade — ela comentou, e um vislumbre de algo que parecia respeito surgiu em seus olhos, antes de ser rapidamente substituído pela mesma compostura. — É um privilégio poder influenciar a vida de tantas pessoas. Henrique a olhou, confuso. Não era a reação que ele esperava. Ele esperava deslumbramento, talvez inveja. Não aquela sobriedade. Dona Marta, percebendo a tensão, interveio gentilmente. — Bárbara, meu bem, por que você não mostra ao Senhor Henrique o jardim? Ele é tão bonito nessa época do ano. Bárbara se levantou e Henrique a seguiu para fora da casa. O sol da manhã filtrava-se pelas folhas das árvores, criando um jogo de luz e sombra no pequeno jardim. Girassóis balançavam suavemente ao vento, e um aroma doce de flores preenchia o ar. — Minha mãe adora jardinagem — disse Bárbara, com um tom de voz que revelava uma leve ternura. — Ela passa horas aqui. Henrique observou as mãos dela, as unhas curtas e limpas, sem esmalte. Não havia joias, nenhum adorno. Simplicidade. — Você não parece gostar muito de flores — ele comentou, uma tentativa de provocação. Bárbara se virou para ele, os olhos castanhos fixos nos seus. — Gosto do que elas representam. A resiliência. A capacidade de florescer mesmo nas condições mais adversas. Henrique sentiu um arrepio. A frase dela pareceu um golpe sutil, uma indireta velada à situação deles. Ele estava acostumado a dominar, a controlar as conversas, mas Bárbara o estava desarmando com sua calma e suas palavras inesperadas. Quem era Bárbara Sousa? E por que, de repente, ele sentia que ela era quem estava no controle?Antônio ponderou as palavras de Henrique e Bárbara, sua expressão ainda carregada de mágoa, mas com um lampejo de resignação. Ele olhou para Marta, que segurava a mão de Bruno, o rosto dela uma mistura de tristeza e compaixão. O silêncio na sala era pesado, quebrado apenas pelos soluços contidos de Bruno. — Está bem. — A voz de Antônio era rouca, e ele desviou o olhar de Bruno. — Vamos nos reunir com essa advogada. Mas que fique claro, Bruno. Ele finalmente encarou o filho, seus olhos transmitindo uma dor profunda. — Eu ainda estou muito ressentido com você. O que você fez... não tem justificativa. Vai levar muito tempo para que eu consiga te perdoar, se é que um dia consigo. Bruno encolheu-se com as palavras do pai, mas um aceno de cabeça indicou que ele havia entendido. A promessa de perdão era distante, mas a chance de ter a família ao seu lado, mesmo com a dor e a desconfiança, era um fio de esperança. Marta apertou a mão de Bruno, seus olhos fixos em Antônio. — Antônio, p
Henrique chegou ao hospital sentindo o peso do dia, mas também um certo alívio por ter encontrado Natália. Ver Bárbara ali, esperando por ele, acalmou seu coração. Ele a encontrou na sala de espera, os olhos marejados de cansaço, mas um sorriso pequeno surgiu em seus lábios ao vê-lo. — Oi — ela disse, levantando-se para abraçá-lo. O abraço foi apertado, um refúgio para ambos. — Oi, meu amor. Como eles estão? — perguntou Henrique, afagando os cabelos dela. — Melhores. O médico disse que a melhora está sendo feita, mas é um bom sinal. Meu pai já conseguiu tomar um pouco de sopa. — A voz dela era embargada pela emoção e o alívio. Henrique beijou a testa dela. — Isso é maravilhoso, meu amor. Uma ótima notícia. Acredito que amanhã, eles poderão receber alta. Eles se sentaram, e Henrique resumiu o encontro com Natália Pacheco, omitindo os detalhes que pudessem reacender o ciúme de Bárbara, mas enfatizando a competência da advogada e a complexidade do caso de Bruno. Bárbara ouviu
Enquanto Bárbara o abraçava, Henrique sentiu o peso de suas palavras. A confiança dela era um presente que ele não queria estragar. Ele a beijou suavemente nos lábios. — Tem certeza, meu amor? Eu realmente não me importaria se você fosse comigo, pelo contrário, iria amar sua companhia. Bárbara balançou a cabeça, forçando um sorriso. — Tenho sim. Meus pais precisam de mim aqui. E você tem que resolver as coisas do Bruno. Vai lá, eu confio em você. Só me liga depois e me conta tudo. Henrique assentiu, compreendendo. — Certo. Vou manter você informada. Eu te amo. — Eu também te amo, respondeu Bárbara, o tom um pouco mais leve. Henrique seguiu para o encontro com Natália Pacheco no restaurante Teramana, no centro. O local era elegante e discreto, perfeito para a discussão de assuntos delicados. Ele chegou alguns minutos antes do horário marcado e escolheu uma mesa reservada. Pontualmente às cinco da tarde, Natália Pacheco entrou no restaurante. Henrique a reconheceu imediatam
Antônio ficou calado, mas a repreensão da filha o fez considerar o pedido. Bárbara, com a voz um pouco mais suave, mas ainda firme, tentou convencer o pai. - Pai, nós passamos por muita coisa. A última coisa que precisamos agora é de mais problemas. O Dr. André está aqui para nos ajudar, e o senhor precisa se cuidar. Por favor, faça isso por nós, pela mamãe, por mim. Antônio suspirou profundamente, percebendo a seriedade no tom da filha. Ele sabia que ela estava certa. A teimosia não os levaria a lugar nenhum. Com um aceno relutante, ele se deitou na cama, ainda com os braços cruzados, mas permitindo que André se aproximasse para examiná-lo. André manteve a postura profissional, ignorando o desconforto inicial e o semblante fechado de Antônio. Ele realizou um exame rápido e cuidadoso em ambos, verificando seus sinais vitais e fazendo algumas perguntas sobre o que sentiam. - Ambos estão estáveis, mas o repouso é fundamental. Vou prescrever alguns medicamentos para dor e ansiedad
Longe dali, Alan, escondido no porão da embarcação, sentiu o motor ganhar força. O barco começou a se mover, lentamente no início, depois ganhando velocidade. Ele estava fugindo, mas para onde? A promessa à sua mãe era a única coisa que o mantinha em pé, a única coisa que lhe dava um novo propósito. Encontrar sua irmã. Mas como faria isso, um homem foragido, com um passado criminoso? Ele sabia que precisava de tempo, de recursos, de uma nova identidade. A raiva por Herbert Moreira ardia em seu peito. Ele era um peão, sim, mas um peão que agora tinha um objetivo próprio. E ele não descansaria até alcançá-lo. Na mansão, Bárbara abraçou fortemente Bruno. O alívio lavou seu coração apertado depois de dias de angústia e tristeza. Logo seguida, ela se agarrou a Henrique como uma criança que havia recebido um presente mais que especial. - Precisamos ir até o hospital. Ela disse beijando com carinho a bochecha do marido. - Vamos agora mesmo, respondeu Bruno levantando-se da cadeira co
Enquanto a polícia procurava exaustivamente pelos reféns e sequestradores, Alan pegou sua arma e depositou novamente na cintura. Na hora que ia guardar o equipamento na maleta, Herbert Moreira ligou de novo pra ele.. Alan segurou o aparelho telefônico nas mãos enquanto uma enxurrada de pensamentos passaram por sua mente. - Sr. Moreira? Em que posso ajudar? Ele perguntou. - Alan, - a voz grossa e cruel ecoou no outro lado da linha, - tenho gente do meu lado na polícia. Eles estão fechando o cerco. Precisa sair daí urgentemente. E deixando claro, Alan, se caso pegarem vocês, vocês não me conhecem. Permaneça com o bico fechado. Até porquê, eu sou a autoridade maior e você é um bandido. Mas não se preocupe, se te prenderem , arrumarei um advogado bom para diminuir sua sentença. Alan respirou fundo tentando controlar a raiva. - Não se preocupe.. Ficarei em silêncio. Alan lembrou novamente das palavras sinceras da sua mãe que morreu pedindo para que ele abandonasse essa vida crim
Último capítulo