Antônio, visivelmente perturbado, desviou o olhar. Respirou fundo, como se buscasse forças para revelar um segredo doloroso. Sua voz saiu baixa, rouca.
— Não é o André, Bruno. É o pai dele... Augusto. Ele... ele matou a sua tia, Helena.
Bruno sentiu um choque percorrer seu corpo. Tia Helena, a irmã mais nova do seu pai, de quem ele tinha apenas vagas lembranças. Ele se lembrava de ouvir sussurros sobre uma tragédia, uma morte repentina, mas nunca soube os detalhes.
— O quê? Como assim? — perguntou Bruno, incrédulo.
— Foi um acidente de carro — continuou Antônio, a voz embargada pela emoção. — Augusto estava dirigindo bêbado, em alta velocidade. Ele fugiu do local sem prestar socorro. Helena... ela morreu no hospital. A justiça foi lenta, ele acabou se safando com uma pena leve. Mas eu nunca esqueci. Nunca o perdoei. E jurei que jamais permitiria que alguém daquela família se aproximasse da minha.
Bruno ficou em silêncio por um longo momento, processando a revelação. A história