#MÉNAGE #AGEGAP #HOT #CEO #IRMÃOSBILIONÁRIOS #CONTRATODECASAMENTO Ele é o perigo em forma de homem, pura tentação e erotismo. Soberbo, imprevisível, o tipo que coleciona inimigos — e vinganças. Mas justamente o homem de quem todas deveriam fugir acaba com o destino entrelaçado ao de uma universitária... e um anel no dedo que não passa de encenação. Ela jamais imaginou que seus sonhos precisariam se equilibrar na corda bamba de um noivado forjado — e na fúria sedutora daquele galã sombrio. Do choque entre duas almas despedaçadas nasce uma faísca impossível de conter. Entre segredos, chantagens e madrugadas em brasa, um sentimento improvável insiste em florescer. Porque, às vezes, é no olho do furacão que o amor mostra sua face mais selvagem.
Ler mais"Raica"
São Paulo, Brasil. Um ano antes…
Escuto os gritos ainda do jardim, então corro desesperada, temo não chegar a tempo, temo que meu pai conclua por fim o que almeja desde que descobriu que meu irmão não é sua marionete. É alguém com escolhas e vontades próprias, alguém diferente dele, muito diferente. Minha respiração vaza forte, meu corpo treme e nem sei como consigo ter equilíbrio para alcançar a porta.
— SOLTA ELE!
É o que consigo gritar antes de avançar para cima do meu pai com uma força inexplicável, monto em suas costas como se ele fosse um touro raivoso, domo seus movimentos para soltar meu irmão das garras cruéis, impiedosas. E consigo, toda a fúria é minha agora.
— Não me impeça de dar um corretivo nesse garoto, não me impeça, sua puta! — brame, alavancando meu corpo e o arremessando ao chão como um saco pesado de entulho podre. Sinto alguns ossos trincarem com a queda. — Se está do lado dessa bicha, é igual. É igual a ele. Meu Deus, por que o castigo?
— Como ousa clamar por Deus se é o próprio demônio?
O tapa se forma na mão enorme, fecho os olhos para receber a punição severa por escolher Renan. Prendo a respiração por escolher o respeito e o amor, e recusar a opressão e a tirania que nos asfixia desde criança.
— NÃO!
Perco o tempo que Renan acerta a cabeça do meu pai, perco o tempo que sua revolta toma a frente e o faz parar por alguns minutos.
— Basta, irmão… — Impeço-o de um segundo golpe, seu tórax subindo e descendo sem controle, o choro se mistura com o sangue que escorrega gélido no rosto sempre alegre, mas que ultimamente só expressa tristeza. — Ele está inconsciente. — Retiro de suas mãos a escultura de barro, amparo seu corpo ao redor dos meus braços.
— Matei ele?
— Não — garanto, quando dobro os joelhos próximo ao quadril e sinto a pulsação. — Não matamos ele.
— Infelizmente, é o que grita meu coração.
— Mas ele vai nos matar assim que acordar.
Essa é uma verdade nua e crua difícil de ouvir, pois pais deviam proteger e amar, não ferir.
Olho ao redor sentindo falta de uma peça nesse jogo infeliz.
— Cadê a mamãe?
— Não sei.
Não é novidade o abandono.
— Vamos embora! — Seguro a mão do meu irmão caçula e o arrasto escada acima. — Pegue suas coisas, vamos embora desta casa.
Renan arregala os olhos, perplexo. É o certo.
Morar com meu pai se tornou um atentado à nossa vida, ele não aceita a orientação sexual do meu irmão, eu não aceito viver uma vida asfixiante e hipócrita como a que se impõem nessa casa. Não há outra saída a não ser trilharmos o nosso próprio caminho.
— Raica, tem certeza? Abro a mala.
— Tenho, jamais abandonaria você, estamos juntos e vamos ser felizes longe deles. — Mesmo com um conjunto de cabides sustentados pelos meus braços, detenho um passo e olho no fundo dos seus olhos tão verdes quanto aos meus. — Você e eu somos um, a partir de agora nada e nem ninguém vai nos magoar, caso aconteça, que se preparem para a fúria dos irmãos Vásquez. Merecemos ser livres, merecemos sorrir sem culpa, essa casa não nos permite nada disso.
As lágrimas se formam rápido e trilham sua bochecha, meu irmão me puxa para seu corpo, não há lugar no mundo mais quentinho e aconchegante que seu abraço.
— O que pretende fazer aqui? Uma tatuagem em homenagem ao seu irmão?— Não.Desço da moto e lhe devolvo o capacete.— Então, o quê?— Até mais, Nicholas, obrigada pela carona — digo e apresso os passos para dentro.O estúdio do Dior. B é incrivelmente uma viagem, as paredes te remetem a um cenário de filmes antigos e atuais, assim como o universo dos quadrinhos aparece em grande escala, já vim aqui uma vez quando Renan resolveu que faria uma tatuagem no pescoço e saiu com mais três em outras partes do corpo.— Olá! — falo para a recepcionista, não é a mesma garota que da última vez. — Não tenho horário, será que o Dior pode me atender agora?— Hum, não tenho certeza. — Ela digita no teclado e depois sorri ao me olhar. — Qual seu nome?— Raica Vásquez.A expressão muda depressa, parece me reconhecer. Só que nunca vi essa garota que é um cosplay perfeito da Arlequina.— Licença. — Deixa a recepção por alguns minutos e volta com semblante carinhoso. — Ele vai te atender. Por ali. — Indic
— Estou bem, Aurora, pode ir… — digo e completo o caminho. — Eu prometo que vou ficar bem.Ela anda suave na minha direção e escora na bancada.— Você esteve comigo em todos os momentos, acha mesmo que vou sair daqui antes que esteja bem? — Ela desvia para o meu cabelo fazendo uma careta hilária. — Fora que ainda não terminei com essa juba.— Você é teimosa pra caralho, nem tenho forças para brigar contigo. Pensa em ir ao mercado?Estica os lábios em linha reta, seu olhar avaliativo zomba dos armários vazios.— Sim, não tem nada nesse armário que não seja suplementos, precisamos de comida.— O Renan estava firme na academia, tudo isso é dele. Ou era.Merda!Seguro o choro que rompe tudo.— Certo. — Aurora gruda meu braço e me arrasta para o sofá. — Não demoro, vou comprar um monte de guloseimas. — Beija meu cabelo, pega a bolsa e bate a porta.Desfaço-me no estofado.Deus, tudo nesse apartamento lembra meu irmão.Seu perfume impregna cada canto do lugar, a sensação de que a qualquer i
Quando mamãe ficou grávida marquei no calendário dia após dia até o nascimento do meu irmão, eu tinha quatro anos e já conhecia os números, era uma garotinha curiosa e inteligente. Comemorei sua chegada como um presente de aniversário desejado, treinei bastante com as minhas bonecas para não falhar quando o tivesse em meus braços. Queria cuidar dele, dar mamadeira, auxiliar nos primeiros passos.Acho que cresci precocemente no processo sendo mais que uma irmã para ele. Menina, pequena, solitária, eu prostrei meus joelhinhos no chão e pedi uma companhia para Deus. Queria alguém para brincar comigo, uma vez que nunca obtive um fiasco de atenção dos meus pais. Eles não me ouviam, eu não existia para eles.A conexão com meu irmão foi imediata, éramos gêmeos da mesma placenta, sabíamos o que o outro pensava somente com um lance de olhar, às vezes nem isso, só sentíamos algo surreal, algo nosso.Renan era o centro do meu universo. E agora… o mundo perdeu seu brilho.Faz exatas quarenta e oi
Meus olhos sobem morosos na fachada do prédio de seis andares, uma arquitetura pobre e comum para condomínios residenciais do centro de São Paulo. Retiro os óculos escuros com a mão livre e o encaixo entre os botões abertos da camiseta. Encho o pulmão e o esvazio rapidamente, pois encontro-me no centro de uma situação delicada e não sou um homem sensível que saiba lidar com circunstâncias frágeis.— Merda, tenho que subir.Durante o caminho fui obrigado a desligar o celular, lidar com meus pais no ápice da minha fúria não é recomendável. Não há dúvida que as notícias chegaram na California e a UP é o assunto mundial.O apartamento de Raica é no primeiro andar, opto pela escada, é o tempo que garante um controle racional. No andar, de três, uma das portas está aberta, é nela que entro, sentindo-me um completo idiota com o imenso buquê na mão.— Nicholas?! — A voz macia move meu pescoço de um lado para o outro. Dou-me conta que estagnei na soleira ao reconhecer meu sócio escorado na ban
— Separe as coisas, não estou falando de nós, estou falando de um funcionário, irmão de uma amiga, alguém que fazia parte do círculo de amizade da minha noiva. Não imponha nosso bolor como desculpa.— Desculpa? — Meu punho fecha. — Vai se foder, David! Desde quando preciso dar alguma desculpa, ainda mais para você? Foi uma fatalidade, um erro de merda dos meus seguranças, eu vou resolver…— ELE MORREU, PORRA!— EU SEI, CARALHO, NÃO VOU CONSEGUIR DORMIR NUNCA MAIS DEPOIS DAS CENAS QUE PRESENCIEI NAQUELE MALDITO ESTACIONAMANTO. ENTÃO NÃO VENHA VOCÊ ME ACUSAR, ESTOU ME AÇOITANDO O SUFICIENTE DESDE O MINUTO QUE SAÍ DAQUELE HOSPITAL. DESDE O MINUTO QUE VI O CARAÇÃO DO GAROTO PARAR E SUA IRMÃ IMPLORAR PELA SUA VIDA E EU NÃO SABER O QUE FAZER. NÃO TER EM POSSE UM CORAÇÃO NOVO, O AR DA VIDA.Recaio sobre o encosto, fraco, a consciência pesando em mil pensamentos destrutivos, o corpo queimando com o ódio emitente de apertar cada pescoço dos malditos que tirou a vida do garoto. A garganta ental
— Sério? Não se envergonha do comentário filho da puta? Não tem bocetas o suficiente no seu harém para cobiçar uma garota de luto? Vê se não age como um cretino usando a fragilidade dela para arrastá-la para o seu prostíbulo.Apesar do limitado momento cálido que dividi com ela não ser o suficiente para escanear sua personalidade, foram razoáveis para identificar o tipo de mulher que é Raica Vásquez.— Assim você me ofende. — Ele faz uma interpretação barata de ofendido. Isto só enfatiza o quanto é filho da puta.— Vai se foder!— Ok, vou respeitar.— Não é uma opção, idiota. — Passo da irritação para o alívio, assim que vejo Aurora chegar e acolher Raica em seus braços. — Porra, eles demoraram.É torturante presenciar seu sofrimento sem… sei lá, fazer algo a respeito. Não sei lidar muito com emoções, ainda mais vindo de uma mulher, as únicas intenções quando me aproximo de uma é prazer, nada além.— Pelo visto seu irmão também veio — fala Deloy ao mesmo tempo em que seus olhos sondam
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