AGE GAP — TRAFICANTE POSSESSIVO — TRAFICANTE OBSESSIVO — ROMANCE NO MORRO SINOPSE: No coração do Morro do Alemão, duas vidas tão opostas quanto o dia e a noite se cruzam em uma teia de tensão, segredos e escolhas perigosas. Jade Bellini, uma jovem de 19 anos conhecida como a "princesinha do morro", tenta viver longe das sombras que dominam a comunidade. Após perder a mãe e ser abandonada pelo pai, ela encontrou refúgio ao lado da tia-avó, mantendo-se alheia às festas, ao tráfico e ao temido Falcão, o dono do morro, cuja reputação de "diabo em carne e osso" a faz se esconder cada vez mais. Do outro lado está Dante Moretti vulgo (Falcão), um homem de 27 anos cuja presença impõe medo e respeito. Com um corpo repleto de tatuagens e uma mente fria e calculista, ele governa o morro ao lado de seus dois fiéis aliados. Cruel e determinado, Falcão não se apega a ninguém, confiando apenas em si mesmo para manter seu império intacto. Mas quando os caminhos de Jade e Dante se entrelaçam, as barreiras que ambos ergueram começam a ruir. Enquanto ela tenta manter sua integridade em um mundo que insiste em corrompê-la, ele se vê dividido entre sua natureza implacável e algo que começa a despertar dentro dele. Em meio a uma guerra invisível entre desejo e perigo, Jade e Dante descobrem que o destino pode ser tão cruel quanto o morro que os cerca. Em uma trama onde o amor é tão arriscado quanto enfrentar a morte, até onde eles estarão dispostos a ir para desafiar tudo e todos?
Leer másDesde moleque, enfrentei muita coisa na vida. Uma das primeiras dificuldades foi ser escorraçado pela minha avó. Ela nunca gostou de mim, nem da minha irmã, e acabou colocando minha mãe para fora. Na bagagem, estávamos nós, porque, infelizmente, as condições não eram das melhores. Com doze anos de idade, me vi na rua, procurando algo para fazer. Comecei vendendo bala no sinal, mas nem tudo era como a gente espera. Alguns ajudavam, outros não. Mas, no fim das contas, todos tinham sua razão. Hoje em dia, é muito mais fácil qualquer moleque de rua se envolver com o crime. Mas, naquela época, quando comecei a vender balinhas no sinal, eu ainda não estava envolvido.
Foi só dois anos depois, quando as coisas começaram a piorar, que me vi entrando no crime. Fui me envolvendo aos poucos e, de repente, já estava fazendo as entregas para os caras. Nessa mesma época, conheci o Faísca e o GW, dois moleques que também resolveram se meter no crime. Com o tempo, acabamos criando uma boa amizade, porque, afinal, eu não estava completamente sozinho. Outros tentaram, mas muitos se deram mal. Muitos achavam que podiam enganar os bandidos, mas acabaram se dando mal.
Hoje, vejo as coisas com mais clareza. Tudo o que passei até aqui foi difícil. Mas lembrar do passado me fortalece. Eu tinha apenas quinze anos quando matei o dono do Morro do Alemão e assumi o lugar dele. Foi a melhor coisa que fiz, sem sombra de dúvida. O cara não só era um monstro, como também tinha a intenção de destruir a minha família. Ele estuprou minha mãe e queria fazer o mesmo com a minha irmã. Mas eu cheguei a tempo. Naquele momento, a raiva me cegou. Peguei uma faca e cortei a garganta dele, vendo o sangue jorrar como de um porco imundo. Não houve arrependimento, apenas uma necessidade brutal de vingança. A raiva foi o que me guiou naquele instante.
Assumir o controle do morro não foi fácil, mas eu sabia que era necessário. Faísca e GW se tornaram meus aliados, pessoas em quem eu podia confiar, os que estavam ao meu lado em todas as horas. Juntos, começamos a dominar o Morro do Alemão. O caminho foi árduo, mas, como dizem, quem luta pelo que é seu, acaba conquistando. E eu não tinha mais nada a perder.
— Qual foi Falcão. — ouço a voz do Faísca me tirando a atenção dos meus pensamentos.
— Sabe bater mais não caralho? — pergunto e ele rir.
— O melhor é chegar assim, que você fica puto. — disse rindo. — Mas aí, te passar a visão, o carregamento está tudo em ordem.
— Maravilha, e a droga? — Pergunto.
— Também está em ordem, o GW foi fazer a distribuição, e hoje é só sucesso. — disse sorrindo.
— Caralho mane, tá maluco, eu estava pensando no passado, e lembrei que hoje tem um churras na laje. — ele rir.
— Porra, tá ligado que tu só lembra das coisas em cima da hora. — disse rindo.
— Vai se foder porra. — esbravejo. — Vou comer as puta que eu quiser hoje.
— Como sempre, você pega todas. — dou risada.
— Vou deixar pra tu? — gargalho ao pega um fininho na minha mesa, acendo ele e começo a fumar.
— Deus dividiu o pão seu filho da puta. — gargalhei.
— Mas não dividiu a mulher. — exclamo. — Mas pode pegar quem tu quiser, eu quero algo novo, boceta nova. — sorrio enquanto vou fumando meu fininho na tranquilidade.
— Vou seguir meu bonde, preciso resolver umas pendencias chefe. — aceno com a cabeça.
Ele faz toque comigo e acaba saindo, da minha sala, o Faísca é uma boa pessoa, mas as vezes acaba se tornando inconveniente pelo simples fato de que ele entra na minha sala como se estivesse na casa dele, e isso é algo que odeio, o GW é do mesmo jeito, mas a gente na marra vai colocando ordem e eles acabam aderindo, só que não é exatamente assim. No fim eles sempre fazem as coisas para me ver irritado, mas estou na paz hoje, comi uma boceta mais cedo, estou na tranquilidade, pelo menos temporariamente.
Sento na minha cadeira, respiro fundo, tentando manter a calma. Eles sabem como mexer comigo, mas não vou deixar isso me afetar hoje. Faísca e GW, sempre com as piadas, sempre com aquela energia de moleque de rua querendo testar os limites. Eles sabem que não é qualquer um que pode mexer comigo, mas ainda assim, fazem questão de tentar. É assim que funciona, não é? Testar quem realmente está no comando. Mas é claro, ele vai continuar. E o GW não deve demorar a aparecer. O jogo deles é esse. Mas por enquanto, eu ainda estou de boa, aproveitando essa paz temporária. Afinal, nem sempre é possível manter tudo em ordem. Eles vão tentar, vão continuar querendo brincar de desafiar, mas a cada tentativa, vão aprendendo que comigo o negócio é diferente. Eu não sou o cara que brinca de "moleque", não sou o cara que se perde em joguinhos. Quando falo sério, é porque já tomei uma decisão.
Agora, me recosto na cadeira e tento relaxar. Não sei por quanto tempo vou conseguir, mas por enquanto, a tranquilidade é minha.
Após algum tempo, levantei da cadeira e saí da minha sala. Sair pela porta da boca, dei uma olhada rápida nos meus vapor ali na contenção, todos cumprimentando de longe, sabendo que o dia estava sendo tranquilo. Não tinha muito o que fazer ali, então continuei meu caminho. Fui até a moto, que estava estacionada perto, montei nela sem pressa, já sabendo que a estrada para casa ia ser o que eu precisava para terminar o dia em paz. Acionei o motor e, ao som do ronco do motor, segui em direção à casa. A noite ia chegando, o vento batendo no rosto, e eu só pensava em chegar logo, sem que nada me interrompesse. Hoje, pelo menos, era um daqueles raros dias em que a tranquilidade parecia estar ao meu lado. Só que ainda estava para me preparar para o churrasco lá na laje dos parceiros.
Antes que eu pudesse ser ainda mais humilhada, consegui reunir forças suficientes e, em um impulso, subi as escadas apressada. Corri para o quarto que, por um curto período, chamava de meu. Quando finalmente entrei, a porta fechada atrás de mim me deu uma sensação de alívio momentâneo. Só então, como se uma válvula de escape fosse acionada, o choro tomou conta de mim. A dor, a humilhação… era demais para suportar. Ninguém merece passar por algo assim, e por um momento eu desejei poder apagar tudo, mas sabia que não seria possível. Fiquei ali, encolhida no chão do quarto, por um tempo que parecia uma eternidade. O cansaço foi tão grande que, finalmente, caí em um sono profundo, ainda que vazio, como se estivesse tentando escapar da realidade.No dia seguinte, acordei com batidas fortes na porta. O som me puxou para a consciência, e, ainda sem entender bem o que estava acontecendo, olhei para o relógio sobre a cômoda. O ponteiro marcava cinco da manhã. A sensação de cansaço parecia aind
Quando me escondi atrás do sofá, o barulho dos tiros parecia ensurdecedor, cada disparo fazia meu coração saltar no peito. Antes, sempre que algo assim acontecia, eu me agarrava à minha tia, buscando conforto e segurança nos braços dela. Agora, estava completamente sozinha. A ideia de que a senhora Helena talvez não estivesse em casa me deixava inquieta. O fato de ela não ter aparecido, nem dado sinal de que tinha escutado algo, me fazia questionar: será que ela estava aqui? Será que também estava escondida em algum canto da casa? Eu queria levantar, queria correr para o quarto e me trancar lá dentro, mas o medo era maior do que eu. Minhas pernas tremiam tanto que pareciam feitas de gelatina. Era como se meu próprio corpo se recusasse a reagir.Não sei quanto tempo fiquei ali, encolhida no chão, abraçando os próprios joelhos e rezando baixinho para que tudo acabasse logo. O tempo parecia se arrastar. Cada novo disparo me fazia prender a respiração, como se, de alguma forma, isso pudes
O sangue ainda escorria pelo meu braço, pingando no chão conforme a moto avançava. Mas nada disso me importava. Eu só respiraria tranquilo quando tivesse certeza de que a favela estava segura.Então, os foguetes subiram, estourando no céu como fogos de artifício.Alerta.O rádio chiou antes da voz de Faísca chegar firme.— Já saíram do morro.A porra do BOPE recuou.Mas eu sabia que isso não era o fim. No morro, a guerra nunca termina.— Vamos voltar. — ordenei, e ele seguiu comigo direto para o postinho.— Preciso me certificar de que ficará bem, chefe. — disse o mesmo, acelerando a moto pelas vielas estreitas do morro. O cheiro de pólvora ainda impregnava o ar, e o eco dos últimos disparos se misturava ao barulho dos foguetes avisando que o confronto havia cessado.Assim que nos aproximamos, vi o movimento intenso na frente do posto. Gente ferida por todo lado, alguns baleados, outros só com escoriações de quem tentou correr no meio do tiroteio e caiu. O caos era sempre o mesmo. O p
Eu estava cheio de ódio, fervendo por dentro. Minha mente trabalhava rápido, martelando a mesma questão repetidamente: como caralho essas duas conseguiram sair daqui sem que ninguém percebesse? Eu pago essa porra de segurança para quê? Para ficarem de enfeite? Isso não pode se repetir. Se essa vagabunda conseguiu escapar uma vez, pode tentar de novo, e eu não vou permitir.E o pior é que, agora, eu ficava me perguntando que tipo de merda passou pela minha cabeça quando decidi aceitar essa loirinha como pagamento. Eu devia ter arrancado o couro daquele primo dela e resolvido essa porra de outra forma. Mas não, eu trouxe essa desgraça para dentro da minha casa. Só que agora não tem volta. Se essa filha da puta achou que ia sair ilesa dessa dívida, está muito enganada. Eu vou cobrar tudo dela, centavo por centavo, gota por gota. Ela vai se foder na minha mão, e ainda vai me agradecer por não ter feito pior. Ela entrou em casa, apavorada, e eu ia logo atrás para continuar deixando claro q
Quando o Falcão segurou meu pescoço, o medo tomou conta de mim de uma forma sufocante. Minhas pernas tremiam, e meu corpo inteiro ficou paralisado diante da brutalidade daquele toque. A respiração ficou presa na garganta, e um arrepio gélido percorreu minha espinha, me fazendo sentir ainda menor diante dele. Eu sabia que não tinha para onde correr, que não havia escapatória. Meu destino já estava selado no instante em que decidi sair daquela casa. Nunca deveria ter dado ouvidos à Sophia. Nunca deveria ter me deixado levar pela sua empolgação e caído na ilusão de que seria apenas uma noite qualquer. Agora, ali, sob o olhar impiedoso do Falcão, sentia cada célula do meu corpo implorar por proteção, mesmo sabendo que não havia para onde fugir. Os olhos dele eram sombrios, carregados de raiva e de uma frieza que me fazia sentir ainda mais vulnerável.O peso das minhas escolhas recaiu sobre mim como uma avalanche. Durante tanto tempo, planejei formas de escapar, imaginando mil possibilidad
Os bailes aqui no morro são os melhores. Não tem essa de festa meia-boca, aqui é tudo no alto nível, com os DJs mais fodas, aqueles que fazem o asfalto tremer e a favela inteira vibrar. Quanto maior a festa, maior a visibilidade da comunidade, e isso só fortalece nossas vendas e negociações. O dinheiro precisa correr, e eu faço questão de garantir que ele nunca pare. Aqui, ninguém trabalha de graça, e tudo tem um preço. Claro, não somos cegos para os inimigos que rondam, esperando qualquer deslize para tentar nos atingir. Mas, no fim, o que importa é que a favela esteja abastecida, que o povo tenha motivo para sorrir e, principalmente, que o nosso nome continue pesando mais do que qualquer ameaça. A favela pulsa, e quem manda nela sou eu. Do camarote, observo tudo. O fluxo intenso de gente, os corpos suados dançando ao som do funk, as negociações acontecendo na surdina, cada detalhe está sob o meu olhar. Bebo sem pressa, tragando minha maconha enquanto a adrenalina da noite corre solt
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