Os bailes aqui no morro são os melhores. Não tem essa de festa meia-boca, aqui é tudo no alto nível, com os DJs mais fodas, aqueles que fazem o asfalto tremer e a favela inteira vibrar. Quanto maior a festa, maior a visibilidade da comunidade, e isso só fortalece nossas vendas e negociações. O dinheiro precisa correr, e eu faço questão de garantir que ele nunca pare. Aqui, ninguém trabalha de graça, e tudo tem um preço. Claro, não somos cegos para os inimigos que rondam, esperando qualquer deslize para tentar nos atingir. Mas, no fim, o que importa é que a favela esteja abastecida, que o povo tenha motivo para sorrir e, principalmente, que o nosso nome continue pesando mais do que qualquer ameaça. A favela pulsa, e quem manda nela sou eu. Do camarote, observo tudo. O fluxo intenso de gente, os corpos suados dançando ao som do funk, as negociações acontecendo na surdina, cada detalhe está sob o meu olhar. Bebo sem pressa, tragando minha maconha enquanto a adrenalina da noite corre solt