Mundo de ficçãoIniciar sessãoSalvatore Mancini, um poderoso mafioso marcado pela frieza e pelo controle, vê sua vida virar um jogo perigoso quando é obrigado a se casar com Helena Romano — a jovem doce e inocente que jamais desejou esse destino. Seu coração, no entanto, pertence a Lívia, uma bailarina intensa e fogosa que desperta nele uma paixão avassaladora. No início, o casamento é apenas uma fachada: sem consumação, sem amor, apenas traição escondida nos braços de Lívia. Mas, pouco a pouco, Salvatore começa a se sentir atraído pela esposa que jurava não querer. Só que Helena não é a menina frágil que aparentava ser. Ao descobrir a infidelidade, revela sua verdadeira face: calculista, manipuladora e disposta a transformar o jogo a seu favor. Entre ameaças de anulação, segredos expostos e uma guerra silenciosa de poder, nasce uma relação marcada por ódio e desejo. No submundo da máfia, onde paixão e vingança caminham lado a lado, cada gesto pode ser tanto uma arma quanto uma declaração de desejo. E quando o coração se mistura com a destruição, quem sobreviverá a esse jogo de poder?
Ler maisO quarto estava mergulhado em penumbra, apenas o brilho prateado da lua atravessava as cortinas e desenhava linhas sobre nossos corpos. O ar estava denso, carregado de calor e desejo. Lívia se movia sobre mim com firmeza, como se cada gesto fosse uma dança selvagem, cada beijo uma promessa de eternidade.
Eu a segurava pelos quadris, sentindo o ritmo dela me dominar. Sua pele quente contra a minha, o roçar dos seus cabelos úmidos sobre meu rosto, o perfume doce misturado ao suor tudo me deixava embriagado. . Ela mordia meus lábios, provocando-me, e eu respondia com força, como se quisesse gravar em sua pele a certeza de que era minha. O coração batia descompassado, não apenas pelo desejo, mas pela sensação de que aquele momento era mais do que físico: era um pacto silencioso, uma união que desafiava qualquer tradição. — Você é minha perdição — murmurei contra sua boca, e ela sorriu, triunfante, como uma deusa que sabe o poder que exerce. O calor da pele dela misturava-se ao meu, e por um instante a vida parecia simples: apenas amor e desejo, sem máfia, sem obrigações, sem o peso de um sobrenome. Fizemos amor como se fosse a última vez, como se o tempo estivesse prestes a nos roubar. Mas o destino não perdoa homens como eu. O celular vibrou na mesa de cabeceira, um som seco que rasgou o instante. Lívia arqueou o corpo, surpresa, mas não parou. Eu, ofegante, estendi a mão e vi o nome na tela: Richard. Meu pai. O patriarca. O contraste foi cruel. Do êxtase ao gelo. Do prazer ao peso da tradição. Atendi, ainda com o coração acelerado. A voz dele atravessou a madrugada como uma sentença: — Salvatore, já tens trinta e seis anos. Está na hora de assumir teu posto. Mas minha condição é clara: casar. Não com quem desejas, mas com quem eu escolher. Se não obedeceres, não serás meu herdeiro. O choque foi brutal. O corpo de Lívia ainda sobre o meu, o perfume dela queimando minha pele, e aquelas palavras me atingindo como um tiro. — Não pode me impor isso, pai — rosnei, tentando conter a fúria. — Posso. E já escolhi a noiva. Se não aceitares, Alex herdará o trono. Olhei para Lívia. Seus olhos faiscavam, mas agora não de paixão, e sim de medo. O anel em sua mão brilhava como um lembrete cruel do futuro que eu queria, mas que se desfazia diante de mim. Richard encerrou a chamada sem esperar resposta. O silêncio que ficou era mais pesado que qualquer palavra. Lívia se afastou, os olhos marejados. — Então é isso? Ou eu, ou o poder? Engoli seco, incapaz de responder. O peso da escolha me esmagava. Na manhã seguinte, o salão da casa da família estava carregado de tensão. Richard ocupava a cabeceira como um rei cruel, e eu, seu primogênito, estava prestes a ser coroado ou condenado. Alex bufava, sempre pronto para tomar o que era meu, e Sofia, minha irmã caçula, observava em silêncio, como se pressentisse a tempestade que se aproximava. — A Cosa Nostra precisa de um chefe jovem — anunciou meu pai, com a voz grave que fazia o ar pesar. Como todos sabem, Salvatore é meu herdeiro. Mas minha condição é simples: casar. Meu coração disparou. Eu já via o futuro diante de mim: Lívia ao meu lado, oficializada como minha esposa. Mas Richard estreitou os olhos, frio como sempre. — Não está pensando naquela bailarina vulgar, está? Meu peito queimava. — Como você sabe? — Eu mandei te seguir. Escolha, Salvatore. O que vale mais? Sua bailarina ou o posto de comando da máfia? Se escolher ela, será deserdado. O mundo girava. Meus planos, meus sonhos, tudo se despedaçava diante de mim. — Caso não queira seu cargo, seu irmão Alex vai adorar. O silêncio se prolongou. Eu sabia que Alex sorria por dentro, esperando minha queda. Respirei fundo, e pela primeira vez, baixei a cabeça diante de Richard. — Eu aceito, pai. Casarei com quem escolher. As palavras saíram como veneno, queimando minha garganta. Richard sorriu, satisfeito, como um carrasco que vê sua vítima ajoelhar. — Assim deve ser. A lealdade à família está acima de qualquer paixão. De volta ao apartamento, encontrei Lívia sentada na cama, ainda com o anel no dedo, mas com os olhos cheios de perguntas. — Ele sabe de mim, não é? — murmurou. Assenti, incapaz de esconder a verdade. — Sabe. E me deu um ultimato. Ela respirou fundo, tentando conter as lágrimas. — Então você precisa escolher. Aproximei-me, segurei seu rosto entre minhas mãos. — Eu já escolhi. Os olhos dela se arregalaram, buscando esperança. Mas minha voz foi um punhal: — Vou casar com quem meu pai determinar. O silêncio que se seguiu foi mortal. Lívia afastou minhas mãos, como se queimassem. — Então é isso? sussurrou. — Você vai me deixar? Não consegui responder. O peso da decisão me esmagava, mas eu sabia que não havia volta. — Você pode ter o trono, Salvatore — disse, com a voz quebrada. — Mas perdeu a única coisa que realmente era sua. Naquela noite, sozinho em meu escritório, encarei o copo de whisky e o vazio que me consumia. Eu havia escolhido o poder, mas o gosto era amargo. O trono estava ao alcance das minhas mãos, mas custava o preço da minha alma. O relógio marcava meia-noite quando decidi. Peguei o celular e disquei o número do patriarca. — Pai — disse, com a voz firme. — Estou pronto. Do outro lado, silêncio. Apenas o som da respiração pesada dele. — Então prepare-se, Salvatore. O casamento será anunciado em breve. Richard desligou, deixando-me sozinho com minha própria ruína. Olhei para o quarto ao lado, onde Lívia dormia em lágrimas, e percebi que a guerra já havia começado. Não contra Alex, não contra Richard, mas contra mim mesmo. E naquele instante, percebi que o verdadeiro inimigo era a escolha errada e irreversível que eu havia feito.”Depois daquele jantar, Salvatore e eu ficamos agindo como estranhos — trocando poucas palavras ou nenhuma. A frieza que tinha construído em meu peito parecia uma muralha impenetrável, um jeito de me proteger de mais uma decepção. Mas quando eu o vi ferido, sendo literalmente carregado pelos amigos, algo em mim se quebrou. Não consegui continuar com a minha fachada de indiferença; me levantei num instante e acompanhei eles até o quarto, com o único intuito de ajudar-no de alguma forma.— Posso ajudar em alguma coisa? — perguntei, minha voz mais baixa do que queria.Um dos homens que o acompanhava — Lorenzo, acho que se chamava — virou-se para mim com um sorriso malicioso:— Ajude seu marido a tomar banho.Eu encolhi os ombros, meu rosto pegando fogo de vergonha. Salvatore olhou para o amigo com um ar recriminador, e eles levaram-no até o banheiro antes de sair, nos deixando a sós.— Não precisa, consigo me virar sozinho — negou ele, mas eu insisti. Não ia querer ficar parecendo a santa
Os dias seguintes, Helena e eu dormíamos lado a lado como estranhos — na frente dos outros ela era doce, no quarto, fria como gelo. Neste momento, estava em uma missão em um dos nossos portos de abastecimento de drogas que foi invadido. O primeiro tiro estourou no ar como um trovão, e a confusão se espalhou rapidamente. Minha mente vagava livremente, mas o corpo agia por instinto. Duas vezes Lorenzo fez cobertura para mim, empurrando-me para baixo antes que outra bala me acertasse. Matei muitos inimigos, meu dedo firmado no gatilho sem vacilar — era isso ou morrer. No fim, levei um tiro na coxa esquerda, mas só quando a luta acabou e a área ficou limpa, permiti-me fraquejar. Sentei no chão, o sangue escorrendo no sapato.— Chefe, você está bem? — Lorenzo gritou se agachando do meu lado.— Levei um tiro.Ele e Dimitri me levaram até o carro: eles foram me dando cobertura, poderia ainda ter algum sobrevivente escondido. Cheguei escorado em seus ombros, sangue a cada passo. Sofia e
Saí do quarto sem olhar para trás. A porta se fechou com força, como se fosse um ponto final, mas dentro de mim nada estava concluído. Minha boca ainda ardia, vermelha pelo beijo que não deveria ter acontecido. Um beijo de guerra, de raiva, mas também de algo que eu não conseguia nomear. Eu havia vencido naquela noite. Expus Salvatore, humilhei Lívia, conquistei a opinião das mulheres da Famiglia. Era o triunfo que eu sempre desejei. Mas por que, então, meu coração batia tão descompassado? O ódio que eu sentia por ele era real. A traição, a covardia, a dor que me causou — tudo isso me alimentava. Mas quando nossos olhares se cruzaram, percebi que não era imune a Salvatore. E, pelo jeito como ele me beijou, ele também não era imune a mim. Havia uma chama acesa entre nós impossível de apagar. Caminhei pelo corredor, tentando recuperar o controle. Eu precisava ser forte, precisava manter minha posição. Não podia me permitir fraquejar diante dele. Não queria, de modo algum, estar à
Nunca imaginei que aquela noite terminaria assim. Eu, Salvatore, o homem que sempre ditou as regras, fui obrigado a me curvar diante de todos. Quando Helena ergueu a taça e me encarou com aquele olhar frio, senti meu coração apertar. Ela sabia. Sabia da bailarina, sabia da traição, sabia de tudo. E com poucas palavras me colocou contra a parede, ameaçando expor diante da Famiglia que nosso casamento nunca fora consumado. O medo me tomou. Não pelo segredo em si, mas pelo que significava: a perda da minha honra, da minha autoridade, da minha posição como Dom. Eu não podia permitir que isso acontecesse. Então, engoli o orgulho e fiz o que ela mandou. Brindei. Declarei amor. Diante de todos. Personifiquei o papel de bobo da corte. Cada palavra que saiu da minha boca foi como veneno. Eu disse que a amava, que ela era meu poder, que me completava. Vi os olhares se voltarem para mim, alguns surpresos, outros desconfiados. Mas todos acreditaram. Helena me obrigou a vestir uma máscara qu
Eu sabia que aquela noite seria o meu palco. O jantar seguia com conversas superficiais, mas eu sentia cada olhar pesar sobre mim. Os conselheiros cochichavam, o pai de Salvatore mantinha sua postura rígida, e Alex tinha o olhar atento, torcendo para que o circo pegasse fogo. Dimitri e Lorenzo me analisavam, mas quando eu devolvia o olhar, desviavam os olhos, como se pressentissem a tempestade que se aproximava. Foi nesse intervalo que meus pais chegaram. Leônidas, todo pomposo, cumprimentou primeiro os homens da Famiglia e só depois veio até mim. Ele me deu um beijo terno no rosto — Está linda, filha! — Obrigada, pai. Minha mãe me abraçou apertado. Por um instante, quis me perder naquele abraço e chorar, mas recobrei a razão e lembrei da minha missão. Afastei-me com um sorriso doce. Eles se sentaram à mesa e se enfiaram nas conversas, sem imaginar o que estava prestes a acontecer ali. Lívia entrou mais tarde, atrasada de propósito, vestida em vermelho como um lembrete cruel
Senti o coração bater como um tambor de guerra. A raiva queimava em meu peito, mas não desviei o olhar. — Desejo é passageiro. Poder é eterno. E eu sou o poder na vida de Salvatore. Você é só um capricho barato. O sorriso dela se alargou, venenoso. — Veremos. O Diabo sempre cobra seu preço. Talvez o preço seja você. Sofia, pálida, me puxou pelo braço, tentando me afastar. — Helena, por favor… não aqui. Não agora. Mas eu não me movi. Permaneci diante de Lívia, encarando-a como se pudesse queimá-la com os olhos. — Aproveite sua dança, Lívia. Porque quando o jantar chegar, todos verão quem realmente manda nesta casa. Inclusive você. Ela inclinou a cabeça, como uma predadora que observa sua presa antes do ataque. — Estou ansiosa, Helena. Ansiosa para ver até onde vai sua coragem. __ vai se surpreender Dando as costas a ela juntamente com Sofia me dirigir a saida, ainda pude ouvir sua última provocação .___ De um beijo em Salvatore por mim.Afinal, eu já o tive inteir
Último capítulo