Catarina foi lançada ao inferno pelo próprio pai e pela madrasta. Filha legítima da temida máfia Lorenzo, cresceu com a marca da tragédia: sua mãe, a verdadeira chefe da organização, foi enganada e morta pela amante do marido. Agora, anos depois, Catarina retorna à cidade. Oficialmente, para cumprir um casamento arranjado com a máfia americana. Secretamente, para recuperar o legado de sua mãe e derramar o sangue de quem a traiu. Ninguém desconfia que a doce noiva é, na verdade, a assassina mais cruel da máfia. Entre paixões proibidas, intrigas que corroem e um desejo avassalador, Catarina terá de escolher: se render ao amor ou completar sua vingança até o fim.
Ler maisOlá, me chamo Juliana. Sou médica, recém-chegada à clínica mais… peculiar da cidade — aqui só atendemos o submundo. Antes que me julguem, escutem: eu precisava do dinheiro. Minha família foi deixada na falência pelo meu pai, que, após a morte da minha mãe, casou-se com sua amante. Ela tem uma filha mais velha que eu.
Não vivo exatamente miserável — afinal, para tocar o dinheiro da minha mãe, ele precisa cuidar de mim. Mas o dinheiro, aquele que era meu por direito, não chega nem perto das minhas mãos. Então eu trabalho. Muito. Tenho dois empregos: de dia, salvo vidas como médica. À noite… bem, digamos que ajudo a “desaparecer” alguns problemas do submundo. Ei, não me julguem. Eu disse que precisava do dinheiro. Capítulo 1 O sol ainda nem tinha decidido se levantaria quando Juliana foi arrancada do sono pelos gritos estridentes de sua meia-irmã, Lúcia. — Juliana! Você viu minha blusa nova?! — berrava do quarto ao lado, a voz atravessando as paredes finas do apartamento. — Onde você colocou?! Eu preciso dela AGORA! Juliana bufou, jogando o cobertor para o lado. Aquela era a rotina matinal que ela odiava: despertar já estressada, com o coração acelerado e o cérebro tentando funcionar antes mesmo de receber sua primeira dose de café. Ela levantou-se com preguiça, esfregando os olhos. “Por que eu não posso ter um minuto de paz?” murmurou, passando pelo corredor estreito, desviando de sapatos espalhados e roupas pelo chão. Lúcia estava no meio do quarto, jogando tudo para o alto como se o mundo tivesse acabado. — Lúcia, pelo amor de Deus… — disse Juliana, tentando soar calma, mas a irritação já subindo pela garganta. — Você sempre faz isso! Todo dia o mesmo drama! Mas, é claro, Lúcia não ouviu. O berreiro continuava, ecoando pelo apartamento, como se fosse projetado especialmente para torturá-la logo no início do dia. Juliana respirou fundo, sabendo que aquele era só o primeiro dos muitos desafios que a esperavam antes de sequer colocar os pés fora de casa. E, naquele momento, ela já se perguntava se conseguiria sobreviver a mais um dia inteira entre caos, gritos e a pressão de manter seus dois mundos — o médico e o mortalmente perigoso — em equilíbrio. Juliana finalmente conseguiu passar pelo quarto de Lúcia sem ser esmagada por mais uma tempestade de roupas espalhadas pelo chão. Chegando à cozinha, preparou rapidamente seu café — forte, amargo, exatamente como precisava para enfrentar o dia que se anunciava caótico. Enquanto tomava o primeiro gole, seu olhar se perdeu pela janela. A cidade despertava com a mesma pressa de sempre, mas para Juliana, a rotina era mais do que simplesmente encarar o trânsito e os compromissos. Ela carregava dois mundos dentro de si, e nenhum deles podia saber do outro. Após se vestir com o jaleco impecável de médica, checou rapidamente a bolsa: estetoscópio, luvas, máscara… tudo em ordem. Tudo pronto para salvar vidas. Ou pelo menos tentar. Mas no fundo, Juliana sabia que a noite traria outro tipo de desafio. Um mundo onde a vida e a morte dançavam em um fio invisível, e onde ela tinha que ser tão certeira quanto na mesa de cirurgia. Um mundo onde cada decisão podia custar caro. Ela respirou fundo, tentando engolir a ansiedade que já borbulhava em seu estômago. O dia começava, e com ele, a rotina implacável que ela não podia abandonar. Primeiro, salvar vidas. Depois, lidar com as sombras que só ela conhecia. Com um último olhar para o café ainda quente, Juliana saiu de casa. O caos familiar ficaria para trás — por enquanto. Juliana empurrou a porta da clínica e foi imediatamente recebida pelo aroma familiar de antisséptico misturado com café forte. — Bom dia, Juliana! — chamou Milena, com o sorriso típico que sempre conseguia aliviar um pouco da tensão que ela carregava desde o apartamento. — Você chegou cedo hoje… — acrescentou Jonatas, apoiando-se casualmente no balcão, o olhar divertido brilhando por trás dos óculos. — Oi, gente… — respondeu Juliana, tentando parecer mais calma do que se sentia. — Mais cedo que de costume, sim. Lúcia resolveu me acordar aos gritos. É o início perfeito do dia, né? Milena riu baixinho, balançando a cabeça. — Ah, eu lembro desses dias… — disse. — Mas você sobreviveu, e isso já é algo. Quer café? Jonatas deu uma piscadela. — Melhor se preparar bem. Hoje o plantão vai ser puxado… e a noite nem se fala. Juliana sorriu, mas por dentro seu coração acelerou. Eles sabiam. Não precisava dizer mais nada — Milena e Jonatas também dividiam a vida dupla. Durante o dia, salvavam pacientes. À noite, lidavam com os “serviços” que ninguém ousava nomear. — Certo, vou me preparar então… — disse Juliana, guardando sua bolsa no armário e lavando as mãos. — Vamos fazer o que fazemos de melhor. — Salvar vidas de dia, destruir problemas de noite… — completou Jonatas, com um leve sorriso malicioso. — Nada como um trabalho equilibrado, não é? Milena riu novamente, enquanto Juliana sentiu aquele raro momento de camaradagem que só quem vive os dois lados do mundo podia entender. Por um instante, o caos familiar, a pressão do dinheiro, tudo isso pareceu distante. Mas ela sabia que não duraria muito. O dia ainda estava começando, e a noite… bem, a noite teria seus próprios desafios. O dia passou rápido demais. A clínica parecia uma zona de guerra, refletindo fielmente o caos que tomava a cidade. Vários mortos e feridos chegavam em ondas, vítimas das disputas sangrentas entre as máfias locais. Juliana respirava fundo entre um atendimento e outro, cada sutura e cada compressa de sangue a lembrando do preço que a cidade pagava por seu poder. Pelo menos, pensou, era dinheiro a mais entrando no bolso — dinheiro que poderia, de alguma forma, equilibrar a injustiça que sua própria família tinha cometido contra ela. Quando finalmente conseguiram um momento de respiro, Jonatas se aproximou, inclinando-se contra o balcão com aquele sorriso malicioso de sempre. — Tá com a cabeça onde, boneca? — perguntou, olhando para Juliana com olhos que misturavam diversão e preocupação. — Recebemos um pedido alto dessa vez. Vai ser complicado… mas pelo menos a gente vai ficar mais quente do que ficamos nessa sala. Juliana não pôde evitar rir, apesar do cansaço e do cheiro de sangue que ainda pairava no ar. — Ah, vocês dois… — disse, sacudindo a cabeça. — Sempre prontos para complicar ainda mais a minha vida, né? Milena, que passava por ali, soltou uma risadinha, entendendo perfeitamente o duplo sentido.capítulo -12 Dentro de um mês, o casamento estaria marcado. Mas Catarina não tinha tempo para pensar nisso. Assim que a reunião terminou, saiu apressada, alegando ter algo importante para fazer por sua avó. Ao entrar no táxi, trocou rapidamente de roupa e refez o cabelo, mudando completamente a aparência. Passando por um beco, trocou de carro três vezes, desaparecendo da vista de qualquer possível observador até chegar ao destino: seu apartamento. Lá, começou a preparar suas armas e equipamentos. Um relatório de missão chegou, detalhando o próximo alvo. Não se tratava de alguém importante, mas ao ler o nome e a foto, seu coração acelerou: era o homem que a havia drogado na boate. Um sorriso frio surgiu em seus lábios. — Finalmente… — murmurou para si mesma. — Acho que vou me divertir um pouco. A adrenalina começou a subir, e cada detalhe do plano se formava em sua mente. Ela não só buscaria cumprir a missão — agora, seria pessoal Perfeito! Vamos deixar a cena direta, tensa e es
Capítulo 11 – O Escritório Poucos minutos depois, Catarina e o homem entraram no escritório principal da mansão. O ambiente era luxuoso, paredes cobertas por madeira escura, estantes repletas de livros raros e um enorme quadro da família Lorenzo pendurado acima da lareira. Sentados em posição de destaque estavam os anciãos das duas famílias. Ao lado deles, o pai de Catarina, com um sorriso satisfeito, e o pai de Matheus, imponente como sempre. — Finalmente — disse o ancião Lorenzo. — É hora de apresentar os noivos. Catarina deu um passo à frente, mantendo o olhar firme. Só então percebeu o choque: o homem que havia tentado dominá-la na sacada, aquele que agora ela ainda podia sentir o cheiro, era Matheus, seu noivo prometido. O silêncio foi cortado pela voz grave dele, que se adiantou: — É uma honra… finalmente conhecer minha noiva. Catarina sustentou o olhar dele, o punhal ainda guardado em sua mente. O sorriso discreto que estampou os lábios não era de alegria Catarina mante
Capítulo 10 – O Primeiro Encontro Catarina observava a paisagem, o brilho da cidade refletindo em seus olhos, quando ouviu passos se aproximando. — Parece que a festa não prendeu sua atenção — disse o homem, com um tom calmo e firme. Ela virou-se devagar, encontrando um par de olhos intensos que a fitavam com interesse. Um estranho para ela, mas claramente alguém de peso dentro daquele salão. — Festas assim nunca me interessaram — respondeu, fria, mantendo o queixo erguido. — Prefiro o silêncio. Ele deu um meio sorriso, inclinando-se levemente contra a mureta. — Silêncio pode ser perigoso… às vezes revela mais do que queremos esconder. Catarina arqueou a sobrancelha, quase desafiadora. — E você? Veio até aqui para fugir ou para observar? — Talvez um pouco dos dois — disse ele, a voz grave soando como um teste. — Gosto de conhecer aqueles que preferem ficar à margem. Costumam ser… mais interessantes. Ela sustentou o olhar dele sem piscar, intrigada com a forma como aquele hom
Capítulo 9 – O Jogo da Reunião Naquela mesma tarde, Catarina deixou o hospital e foi levada de volta à mansão da família. O silêncio dentro do carro só era quebrado pelo som dos pneus no asfalto. O pai, ao lado dela, não disse uma palavra, apenas a olhava de relance com uma mistura de desconfiança e irritação. À noite, os corredores da mansão já estavam tomados por vozes graves e passos pesados: era a reunião da família. Catarina sabia que ali o peso do nome Martins se mostrava em toda sua força. Antes de sair de casa , foi chamada pelos pais. A madrasta se aproximou primeiro, ajustando o vestido dela como se fosse um manequim. O pai, em tom seco e impositivo, deixou claro: — Hoje você vai romper esse noivado. Não há discussão. Catarina apenas sorriu de leve. Para ela, aquilo não era ruim. Quanto mais tempo se mantivesse nesse jogo de aparências, mais difícil seria para voltar sua antiga vida , quem ela realmente era por trás daquela fachada de filha ingênua. Catarina se a
capítulo- 8 encontro Catarina sentiu a droga pulsando em seu corpo, a visão turva, Aproveitando a proximidade de um deles, fingiu aceitar a situação: — Me desamarre… eu não vou fugir queria me divertir e achei vocês — disse, a voz calma, quase sedutora. um deles riu em satisfação Quando outro se aproximou para “ajudar”, ela chutou sua barriga com força. O homem caiu no chão, gemendo de dor. Os dois restantes avançaram, subestimando sua força. Ela, então, sacou a arma que havia escondido na cintura. Um disparo certeiro na cabeça de um deles, outro na perna do segundo, e ambos caíram gritando. A tensão na sala. O som dos tiros misturava-se à música da boate, enquanto Catarina recuperava o controle da situação. Na porta, Mateus arregalou os olhos. Nunca tinha visto ninguém reagir assim. _entao a menina inocente sabe atira.... hum interessante Com a cabeça ainda tonta da droga, Catarina tropeçava pelo beco, se segurando nas paredes para não cair. A visão turva tornava cad
Capítulo 7 – O Escritório A chegada de Catarina à casa dos Martins foi recebida com olhares curiosos e cochichos abafados. Ela manteve a postura calma, vestida de maneira simples, o contraste perfeito para o cenário luxuoso da mansão.Assim que chegou, o pai levou Catarina ao escritório. — Você vai romper esse noivado — ordenou, frio. — Melissa será a escolhida. Catarina o encarou em silêncio, sem demonstrar reação. Por dentro, apenas pensou: Então é assim que ele pretende me apagar do jogo. — Entendeu? — ele reforçou. — Sim, pai — respondeu calma Naquela mesma noite, a fúria queimava no quarto de Melissa. — Isso é ridículo, mãe! Catarina não merece Mateus. Esse lugar é meu! — gritou, tomada pelo ódio. A madrasta, diante do espelho, perguntou calma: — E o que pretende fazer? Melissa apertou os punhos, decidida: — Vou drogá-la. Quando todos descobrirem, a honra dela estará destruída, e ninguém vai querer Catarina como noiva. Um sorriso perverso surgiu nos lábios
Último capítulo