Será a luz capaz de escapar a escuridão ou deixará ser corrompida por ela? Ela era um anjo, uma noviça, doce e ingénua Ele era um anjo caído, o rei de seu próprio inferno nada nele era bom Ela era luz Ele era a sombra corrompendo sua alma moral e testando sua sanidade Lilian nunca achou que para ela existia uma outra vida além dos cantos de um convento, ela era devota até seu caminho cruzar com o dele. Ele foi criado para ser uma arma, frio e cruel, ele vivia para vingança até conhecer ela, e foi obsessão a primeira vista. Ele a queria e ele a teria. Ela achou que estive no céu mas quanto tempo um paraíso dura no inferno?
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— Pare de pensar tanto querida, vai tudo correr bem! — Beatriz diz, enquanto passa a escova em meus cabelos. — Ah.. é que estou muito ansiosa. Eu nunca tive a oportunidade de ver como o mundo lá fora, realmente é — confesso limpando o suor das minhas mãos na bara da minha túnica, e por um instinto coço o nariz. Eu cresci em um orfanato da igreja no interior de Calábria, me mudei para Sicília ainda muito jovem e desde lá nunca mais deixei o convento, nem mesmo para ir a catedral e eu queria muito, mas em algumas semanas não serei mais Lilian a noviça, mas sim me tornarei uma irmã e receberei a minha recomendação para alguma catedral em Roma, eu me preparei para isso a minha vida inteira. — Relaxa garota. Você merece sair um pouco se não vai acabar mofando aqui dentro, você é jovem e está mais velha que a madre — Brinca tirando sarro da madre Fernanda, um doce de pessoa por mais que sempre mantenha a postura de mulher de aço. — Irmã Beatriz! — Soco de leve seu braço incrédula e ela gargalha alto — Vá tenta interagir um pouco e beba algumas taças de vinho. — Bea, eu não posso beber e de certeza tenho que me manter focada no objetivo, é um evento para caridade. — Ah minha dosse Yelena, tão jovem e ingénua, você sabe que só tomar um pouco de vinho não vai fazer com que você cruze com o diabo e acabar dançando com ele. Ela coloca o veu branco em minha cabeça, escondendo todos os meus cabelos. Eu era uma das últimas noviças, e estava ansiosa para me tornar uma freira. — Eu não posso me apegar as coisas do mundo, vai contra os meus votos. — Você ainda não fez os votos princesa. O mundo tem tanto para você ver e explorar. — Para uma irmã você é muito má influencia, sabia? — Quem disse que sou uma irmã? — Franzo o cenho e ela desata a gargalhar segurando sua barriga. — Deveria ver a sua cara, eu tô brincando garota. — Você me assustou. — Yelena você é tão ingénua que chega a dar pena. — Porquê você fica me chamando de Yelena? — Eu gosto, combina mais com você. A irmã Selina aparece avisando que a madre está me esperando lá embaixo. Me despeço de Beatriz e sigo meu caminho cumprimentando algumas irmãs pelo percurso, até que avisto a carinha velha e beige das irmãs, meu coração b**e acelerado e fico tremula. — Boa noite madre. — Abaixo a cabeça entrando no carro e me acomodando. Tento a todo custo, manter as minhas mãos paradas. Era um hábito meu, ficar inquieta e mexer os dedos como se não houvesse amanhã, sempre que estava nervosa. — Boa noite. — Responde, curta ligando o carro e os faróis iluminam o caminho. Desde que saimos dos muros do convento eu não parava de escutar a madre falando sobre a importância de me manter quieta e não falar com estranhos, e assim foram se seguindo os minutos. — Revendo as regras, o que você não deve fazer durante está noite? — a madre perguntou, assim que as luzes da civilização aparecem no horizonte. — Não me separar da senhora, não falar com estranhos, não beber! — repito suas palavras, mantendo minha atenção nas cores e na beleza das luzes que tomavam conta da noite estrelada de Sicília. — O diabo pode ser tentador, mantenha seus caminhos com Deus. — Ela diz. Assinto mas segundos depois fico de queixo caído ao passar por grandes portões, o carro estaciona em frente a uma mansão que mais parecia ter saido de algum livro de história, mas ela estava cercada por homens o que me deixou um pouco acuada. A madre é muito conhecida, as pessoas eram gentis e amáveis, não desgrudei dela nem por um segundo e respondi o básico as pessoas. Quando a madre não estava olhando eu aproveitava para observar as pessoas e como elas estavam deslumbrantes, as mulheres principalmente. Eu não conseguia encarar para os homens por tempo demais sem desviar os olhos, os únicos que conheço são padres. E tudo aquilo era tão novo para mim. Eu queria poder correr pelo salão, tocar em tudo, falar com todos. Sinto um calor estranho, como se algo estivesse fazendo minha temperatura subir, um alerta silencioso. Meu corpo arrepiou, um aviso prévio ultrapassando minha espinha e tive a sensação estranha de estar sendo observada. Era como se eu estivesse no escuro sendo observada por algo sombrio, tento procurar pelo salão, olhando em todas direções, mas encontrei nada. — Me espere aqui! — A madre ordenou, deixando bem claro nas entrelinhas do seu olhar que eu deveria me manter ali, sentada até que ela voltasse. Os minutos foram se passando e eu sentia o tempo se arrastando, o medo abraçava o meu silêncio, eu sabia que tinha algo me observando, mas não tinha como provar e estava assustada demais para se quer abrir a boca para falar. Os segundos form passando e minha bexiga enchia a cada segundo, eu precisava ir ao banheiro, mas a madre mandou eu ficar sentada. Uma parte de mim gritava para que eu me levantasse e fosse ao banheiro, a outra dizia que se eu fizesse isso algo de muito errado iria acontecer. Quando eu já não me aguentava mais, me levantei às pressas e segui as instruções até o banheiro. A madre não estava no meu campo de visão, então se eu voltasse rápido evitaria bronca. Mas a sorte não estava do meu lado, demorei mais tempo a encontrar o caminho de volta do que o de ida, procuro pela mesa onde antes eu estava sentada e sinto calafrios e algo roçando meu braço, meu coração acelera e olho pró lado vendo que estou completamente sozinha, mas eu iria jurar que senti dedos em minha pele. — Calama Lilian é só imaginação sua. Não tem nenhuma força sobrenatural te encarando e você vai encontrar sua mesa — murmuro, para mim mesma tentando afastar a sensação de perigo que se espalhava em meu corpo. — Perdida senhorita? — Levo um susto maior quase tropeçando, porém o homem foi mais rápido e enlaçou seus braços em minha cintura, e impediu que eu fosse de encontro ao chão. Paralisei, surpresa e a respiração ficou presa em meus pulmões, meu coração bateu lentamente mas forte o suficiente para fazer meu peito doer. Meu corpo reagiu de uma forma estranha ao seu toque, era a primeira vez que um homem colocava as mãos em mim e chegava tão perto. O calor se espalha pelo meu core, queimando de dentro para fora, engulo seco umedecendo os lábios e seu olhar segue o movimento da minha língua. Estava hipnotizada, sem palavras sobre o encanto do estranho que ainda me segurava de forma íntima. — Eu.... eu....— Sinto como se ele tivesse uma força sobrehumana se exercendo sobre mim, como um feitiço, que me impede de raciocinar e me mover. O pior era que eu não queria me mover, muito menos me afastar dele. Seus olhos são cor de jade cristalinos, tão lindos e intensos. Eram angélicas, do tipo que você não consegue parar de encarar, era simplesmente o verde mais bonito que eu já vi. Minha intuição gritava para que eu me afastasse, porém eu não consegui me mover, estava completamente enfeitiçada pela sua beleza angelical. O homem possuía a aparência divina mas algo em sua energia era sombria, estava me corroendo igual ferrugem. Sua aura é carregada, sombria e eu sentia isso. A madre disse que o diabo pode ser tentador, tão belo que até eu estava caindo em tentação. Eu achava o diabo ele possui chifres, mas eu estava completamente enganada, ele pode ser um homem comum, de cabelos negros perfeitamente penteados, veste um terno escuro e feito a medida, ele é alto e forte, e seu toque queima. — Me concede a honra desta dança, senhorita — Ele não espera pela minha resposta e segura minha mão guiando meu corpo através da cintura, ao som da sinfonia envolvente. — Senhor..... eu.... — E novamente as palavras morrem em minha boca. Porquê é tão difícil dizer não? Eu não possuía mais controle sobre meu corpo, o homem me encara profundamente e seus lábios se curvam em um sorriso de canto, mas somente os músculos de sua boca se movem. Seus lábios sorriem, mas seus olhos eles predam. As palavras da madre ecoam novamente em minha cabeça, mas é tão difícil dizer não quando se está dançando com o diabo. Eu estava dançando com o diabo e nem sabia, fora de controle, sentia como se estivesse chegando no paraíso, estava tão perto. Era um jogo em que a minha alma era o preço a ser pago. E pouco sabão eu que aquele séria a virada de toda minha vida. O barulho de salva de palmas me puxa do transe, me trazendo de volta a realidade. Me desvencilhei do encanto homem, e rapidamente fugi dele igual o diabo foge da cruz. Meu coração se aperta com a falta de seu calor, estava confusa, porquê tudo parecia ser tão errado mas eu sentia que era o certo. Quando eu estava em seus braços foi como se nada mais importasse. — Cazzo — A mulher pragueja olhando para sujeira que fiz em seu vestido quando acabei esbarrando nela e derrubando sua bebida. — Me desculpa senhora eu não te vi — tagarelei, nervosa. Eu estava fazendo tudo que a madre disse que era para eu não fazer. — Não tem problema é só um pouco de suco — Ela sorri e sacode o resto do líquido de seu vestido — Não fique assim querida, é só um vestido. Assim que parte do nervosismo passa, encarado a mulher e meu olhar fica em sua barriga levemente arredondada, era perceptível que ela estava grávida. — A... a senhora está grávida? — Tive vontade de bater em mim mesma, que pergunta estúpida Lilian. — Nunca viu uma mulher grávida? — Ela sorri como se eu fosse um ser de outro planeta. Assinto envergonhada e ela solta uma gargalhada doce e contagiante. — Meu amor, algum problema? — Um homem alto, forte e moreno se aproxima e olha para mulher preocupado, a mão dele repousando na barriga dela. — Me desculpa senhor, não foi minha intenção, foi um acidente — O homem era muito intimidador e estava me deixando nervosa, aperto a bara da tunica morrendo de medo. — Foi um acidente querido — Ela explica ao seu marido e sorri para mim — Ela é tão fofa, sou Antonella — Ela estende a mão para mim. Seguro sua mão e sinto o quão leve e delicada ela é, tão suave que deve ser igual tocar uma nuvem bem fofinha. — Lilian, eu te procurei por todo lado! — A madre aparece do meu lado e com uma breve reverência ela cumprimenta o casal — Me desculpa senhor e senhora Bugatti pela inocência da minha noviça. Ela não está acostumada ao mundo aqui fora. — Não foi constrangimento nenhum madre, imagina — Antonella diz e a madre assente — A Lilian é uma garota muito doce. Suas palavras me fizeram ruborizar, olho para madre e fecho o sorriso bobo ao encontrar sua expressão inquieta. — Não vamos mais tomar o vosso tempo, nós estamos de saída! — a madre informa e segura meu braço. — Mas já? — Antonella soa decepcionada — Vocês deveriam ficar mais pouco, aproveitar a noite. — Desculpa senhora Bugatti mas receio que fique para um outro momento — Declara e Antonella assente derrotada, ela acena para mim antes da madre sair me puxando. — Acho que foi uma má ideia tirá-la do convento antes da hora. — Ela parece inquieta, e a madre não é uma mulher de transparecer os seus problemas. — Aconteceu algo com a senhora? — pergunto, preocupada e ela aponta para o carro, entro e aperto o cinto de segurança. — Tem noção do quão preocupada eu fiquei quando te procurei em todo lugar e não te encontrei? — Ela não olha para mim mas seu tom me quebra, eu sabia que ela se preocupava comigo mas não tanto. — Me desculpa madre, nunca mais acontecerá. — murmurei e ela ligou o carro. — Nunca mais acontecerá porquê não haverá uma segunda vez. Eu só havia levantado para ir ao banheiro, que mal poderia acontecer lá, o lugar estava cercado por seguranças. Mantive a cabeça abaixada levando sermões, um atrás do outro, me fazendo sentir mal, por todo caminho até o convento. Já havia passado da hora de retirada, os corredores do convento estavam vazias, seguro a lamparina saindo da pequena capela indo pro meu quarto, encontro Beatriz dormindo. — Como foi? Tomo um susto e quase deixo cair a lamparina. — Que susto Beatriz! Caminho até minha cama, deixo o candeeiro na mesinha ao lado, enquanto me preparava para deitar. — O que você faz acordada tão tarde Bea? — Não é óbvio? — Ela se senta e coloca o travesseiro em suas pernas — Eu não vou falar — Me deito e puxo o cobertor. — Foi tão ruim assim? — Ela j**a o travesseiro em mim — A esposa do Hitler não deixou você se divertir? — Pelo amor de Deus Beatriz lava essa boca, se a madre te escutar você vai pegar um castigo! — Jogo o travesseiro de volta e volto a me deitar — Boa noite, Beatriz — digo, no intuito de acabar com qualquer conversa futura. — Amanhã você não me escapa. — Amanhã. — sussurro. Fecho dos olhos mas não consigo dormir, me viro e nevado o teto e me pego pensando no homem misterioso e em como ele me fez sentir quente, respiro ofegante e tenho a vontade de gritar. — O que aconteceu de tão importante que você não consegue dormir? — Nada de mais, apenas estou rezando. — Mentir é pecado Lilian. Você está agindo como se tivesse perdido a virgindade e está tentando esconder da sua irmã mais velha. — Irmã Beatriz olhe o palavreado. — Deixa de ser inocente e me diga, diga apara irmã, o que aconteceu? — Nem eu sei o que aconteceu...LilianSempre fui uma garota curiosa que não conhecia limites para minha curiosidade. Na mesma intensidade que algo me atormentava e me assustava, algo me chamava para o abismo daquela curiosidade.Não deveria ter tido a brilhante ideia de colocar um garfo na tomada quando eu criança, mas mesmo assim fui em frente. Eu não deveria estar gostando tanto dessas novas sensações. O pecado não deveria me parecer a escolha certa. Redenção. Ela é a que eu deveria estar procurando. O perdão divino. Mas seria mentira, pois no segundo instante em que eu colocasse meus olhos nele, minha alma clamaria pela sua. Eu esperava, de olhos abertos e fixos na porta. Esperava que a qualquer momento ele passaria pela porta e se deitaria ao meu lado. A ideia de ter que compartilhar a cama era aterrorizante, não seria um simples beijo. Estava escrito em seus olhos que ele desejava por mim como o inferno clamava por mais almas. Desejo nu, cru, sujo e depravado.Acordei na manhã seguinte, com o canto dos pás
Lucian Minha casa era um espaço oco, vazio e monocrático. Tudo ía do preto ao branco e do branco ao cinza. As única partes com vida eram o jardim e o meu quarto secreto. Mas isso não perduraria por muito mais tempo. Eu daria a ela permissão para remodelar, decorar e enfeitar a casa do jeito que ela quiser. Qualquer lugar que tenha sido tocado pelas suas mãos abençoadas, era um lugar digno de se viver. — Esse quarto é meio sombrio. — murmurou, varrendo o comodo com o olhar — Este será o meu quarto? — Este é o meu quarto... que a partir de hoje passa a ser nosso. Ela se vira para mim e me olhou surpresa, franzindo o cenho confusa. — No-nosso? — Sim nosso. — Uma mulher é um homem não podem dormir juntos... em pecado. — Quando você aceitar vir deliberadamente comigo, achou que nós fossemos brincar de casinha? Ela engoliu seco e apertou as laterais de seu vestido, a té os nós de seus dedos se tornarem brancos. — É pecado! — sussurrou, mordendo os lábios. — Você pode parec
Lucian Eles dizem que os opostos se atraem, e aquele ditado nunca esteve errado. Ela era o completo oposto de mim, toda bondade que não havia em mim, eu senti nela, e eu a queria. Havia algo em seus olhos, enterrado e adormecido nas profundezas da sua alma, algo sombrio que clamava por libertação. Acho que eu estou apaixonado. Obcecado... desde o primeiro instante em que meus olhos a viram. A mais perfeita das criações divinas. Ela era peculiar, quando me olhava... seus olhos tremiam de pavor e desejo. Era como se sua alma gritasse alto por mim, um vibração que os dois sentíamos. Era predestinado, cruel e sombrio. Lilian mantinha a cabeça baixa. Talvez se perguntado sobre as suas escolhas prévias. Talvez não. Mas ela não havia aberto a boca para falar desde que deixamos os limites do convento. Sua ingenuidade era uma desvantagem para ela, mas um grande vantagem para mim. E eu usaria cada pedaço dela até que ela esteja completamente a minha mercê. Até que tudo na vida dela seja
Lilian Tudo que aconteceu nas últimas duas semanas, tiraram a minha paz de espírito. Cheguei a ficar paranóica, rezando dia e noite sem parar até que aquele pesadelo acabasse, e acabou. Tão misteriosamente como ele havia aparecido ele desapareceu, nunca mais voltou e a energia passou a ser mais leve. Hoje, exatamente nesse dia completo 19 anos. 19 anos desde o momento em que minha mãe me deu a luz e me deixou com as irmãs, pelo menos essa é a história que eu sei. Quando criança eu me perguntava se minha vida teria sido diferente se meus pais me quisessem, se minha mãe não me abandonasse, horas depois ao meu nascimento. Eu não teria que crescer sozinha, passando de um orfanato a um em convento, sendo a única criança sem amigos, sem contacto com o mundo exterior, somente eu e os 3 conventos em que me mudei ao longo dos anos. Respirei fundo passando pela porta do quarto, segui pelo corredor até às escadas pronta para ir até a capela, nada melhor do que iniciar o dia e um novo cic
Lilian Os dias haviam passado igual um relâmpago, tão rápido, mas a memória e o cheiro do homem misterioso ficaram marcados em minha memória igual tatuagem. Tinha algo me observando, escondido entre as sombras, eu sentia que aquela coisa estava por perto mas não podia provar. Não queria ser taxada de louca esquizofrénica, então eu orava todas as noites para que aquele pressentimento desaparecesse. Mas ele nunca desaparecia, o que quer que estivesse me observando, vivia na minha sombra. — Não vai mesmo me contar o que aconteceu naquela noite? — Me assusto largando o prato que estava em minha mão no lavatório. — Que susto irmã Beatriz — Limpo as gotas de água que respingam em meu rosto, encaro a mulher que possui um mau hábito de aparecer como se fosse um fantasma — Eu já disse que nada aconteceu naquele dia — Coço o nariz — E também fofoca é pecado. — Mentira também é pecado e você é uma péssima mentirosa, Lilian. — Ela puxa uma cadeira para mais perto de mim e se senta — Está tão
Lilian— Pare de pensar tanto querida, vai tudo correr bem! — Beatriz diz, enquanto passa a escova em meus cabelos.— Ah.. é que estou muito ansiosa. Eu nunca tive a oportunidade de ver como o mundo lá fora, realmente é — confesso limpando o suor das minhas mãos na bara da minha túnica, e por um instinto coço o nariz. Eu cresci em um orfanato da igreja no interior de Calábria, me mudei para Sicília ainda muito jovem e desde lá nunca mais deixei o convento, nem mesmo para ir a catedral e eu queria muito, mas em algumas semanas não serei mais Lilian a noviça, mas sim me tornarei uma irmã e receberei a minha recomendação para alguma catedral em Roma, eu me preparei para isso a minha vida inteira.— Relaxa garota. Você merece sair um pouco se não vai acabar mofando aqui dentro, você é jovem e está mais velha que a madre — Brinca tirando sarro da madre Fernanda, um doce de pessoa por mais que sempre mantenha a postura de mulher de aço.— Irmã Beatriz! — Soco de leve seu braço incrédula
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