Clara e Vinícius se conheceram sob circunstâncias estranhas, marcadas por segredos e desconfianças. Um casamento forjado, planos sombrios e mentiras os colocam em um jogo perigoso, onde cada um tenta manipular o outro para atingir seus próprios objetivos. Vinícius, certo de que Clara foi plantada em sua vida para garantir sua morte e tomar sua herança, decide continuar casado para descobrir toda a verdade. Clara, por outro lado, sabe que está presa em uma teia de mentiras orquestrada por forças além de seu controle, e teme que Vinícius descubra seu envolvimento. Mas conforme os dois jogam suas peças, algo inesperado acontece: eles começam a se aproximar de verdade. Entre manipulações, vingança e mistério, surge uma atração irresistível. O que começou como um jogo de poder e vingança lentamente se transforma em algo mais profundo. Agora, ambos estão presos entre o amor nascente e as mentiras que os uniram. Vinícius e Clara precisam enfrentar o dilema de seus sentimentos enquanto lidam com as consequências das mentiras que os cercam. Em meio à tensão e ao perigo, será que o amor será suficiente para redimi-los? Ou as sombras do passado serão fortes demais para serem superadas?
Leer más— Alô? — A voz do outro lado da linha era fria e distante. — Aqui é Suzana Albuquerque, madrasta de Vinícius. Descobrimos recentemente que vocês se casaram.
Clara sentiu o coração disparar, como se estivesse caindo em um abismo profundo. O mundo ao seu redor se tornou um borrão enquanto as palavras de Suzana ecoavam em sua mente. A ideia de perder Vinícius a fazia sentir um peso no peito que nunca havia conhecido antes, uma pressão que a fazia respirar com dificuldade. — Eu... sim, nos casamos — respondeu Clara, a voz hesitante, mal conseguindo conter o tremor. — O que aconteceu? Suzana fez uma pausa, e Clara ouviu sua respiração pesada antes de ela responder, sem qualquer traço de emoção. — Ele sofreu um acidente de avião. Já faz dois dias que estamos à procura — continuou Suzana, como se estivesse falando sobre o tempo. — Achei que você deveria vir. A palavra “acidente” ecoou na mente de Clara, como um sino que badalava em seu coração. O desespero começou a se instalar, e um frio cortante percorreu sua espinha. — Acidente? — Clara repetiu, a voz falhando. — Como... como isso aconteceu? — O avião caiu em uma área remota. As buscas continuam — Suzana suspirou. — É melhor você vir logo, Clara. Podemos precisar de você. O mundo de Clara girava. Ela sentiu o estômago revirar e as mãos suarem, como se estivesse sendo arrastada para um pesadelo. — Estou indo — respondeu ela, desligando o telefone com mãos trêmulas. A viagem foi longa, e o silêncio no carro não ajudava. Clara tentava processar as palavras de Suzana, mas sua mente estava a mil. A cada quilômetro percorrido, o peso da ansiedade a envolvia como um manto pesado. Quando desembarcou, um motorista a aguardava, levando-a diretamente para a mansão da família Albuquerque. Assim que Clara saiu do carro, a imponente porta da mansão se abriu. Suzana estava ali, com Sabrina ao seu lado. Clara, aos 26 anos, era uma mulher de beleza marcante. De estatura mediana, seus 1,65 m combinavam perfeitamente com sua silhueta esbelta e bem definida. Ela possuía um corpo naturalmente atraente, com curvas que chamavam atenção de forma sutil. Seus cabelos longos e castanhos emolduravam seu rosto delicado, destacando seus olhos expressivos e lábios suaves. Sua presença era encantadora, e a elegância natural que exibia não passava despercebida, transmitindo leveza e suavidade. — Clara, que bom que veio — disse Suzana, sorrindo de maneira que não chegava aos olhos. — Precisamos conversar. Suzana, uma mulher elegante e imponente, aos 50 anos, ainda mantinha uma beleza marcante. Seus longos cabelos castanhos estavam sempre bem arrumados, e suas roupas sofisticadas revelavam seu gosto refinado. Com uma personalidade forte, Suzana era determinada e estrategista, acostumada a estar no controle das situações. A irmã mais nova de Vinícius olhou para Clara com um misto de curiosidade e simpatia. — Você deve estar exausta. Vem, entra — disse Sabrina, gentilmente, tentando amenizar o clima tenso. Sabrina, com 24 anos, exalava uma beleza vibrante e jovial. Alta, com cerca de 1,72 m, possuía um corpo esguio, mas com curvas definidas. Seus cabelos loiros caíam em ondas suaves até os ombros, sempre bem arrumados, e seus olhos claros irradiavam energia e confiança. Clara assentiu, sentindo-se deslocada no ambiente luxuoso, mas seguiu as duas para a sala. Assim que se sentaram, Suzana foi direto ao ponto. — Não sabíamos que você e Vinícius tinham se casado — Suzana começou, sem rodeios. — Descobrimos recentemente, ao encontrar os papéis do casamento. Clara sentiu um nó na garganta, mas tentou manter a calma. — Sim... foi algo rápido — ela desviou o olhar, o calor subindo à sua face. — Vinícius e eu decidimos manter segredo por enquanto. Não estávamos escondendo de vocês, só... era complicado. — Complicado, como? — Suzana arqueou uma sobrancelha, o tom carregado de desconfiança. — Vocês mal se conheciam. Isso tudo parece estranho, Clara. Sabrina olhou de soslaio para Suzana, como se desaprovasse o interrogatório. — Mamãe... — começou Sabrina, tentando aliviar a pressão. — Não precisamos fazer tantas perguntas agora. Clara acabou de chegar. Suzana lançou um olhar de advertência para a filha, mas relaxou um pouco. — Tudo bem, Clara — disse Suzana. — Vamos deixar isso de lado por enquanto. Mas precisamos falar sobre o acidente. O que aconteceu com Vinícius é grave. — Grave? — Clara perguntou, tentando controlar o pânico na voz. O coração batia descontrolado. — O que você sabe sobre o acidente? — Foi um acidente de avião. O avião caiu numa área de difícil acesso. As buscas estão sendo feitas, mas as informações são limitadas até agora — respondeu Suzana, com o mesmo tom frio. — Ele estava sozinho? — Clara insistiu, a ansiedade tomando conta. Suzana hesitou, trocando um olhar rápido com Sabrina antes de responder. — Não temos certeza dos detalhes... — disse Suzana, vagamente. — Só sabemos que a situação é crítica. — Então ele... ele pode não... — Clara começou, mas Sabrina interrompeu rapidamente, percebendo a angústia crescente de Clara. — Ainda não sabemos, Clara — disse Sabrina, suavemente. — Não perca a esperança. Estamos fazendo tudo o que podemos para encontrá-lo. Clara assentiu, tentando digerir as informações. Tudo parecia surreal, como se estivesse vivendo um pesadelo do qual não conseguia acordar. Sabrina, percebendo o cansaço de Clara, se levantou. — Acho que você precisa descansar — sugeriu Sabrina, oferecendo um sorriso tranquilizador. — Posso te mostrar o quarto? Clara aceitou a oferta com gratidão. Queria sair dali, longe dos olhares inquisitivos de Suzana. Elas subiram a escadaria da mansão em silêncio. — Aqui é o seu quarto — disse Sabrina, abrindo uma porta de madeira pesada. — Se precisar de qualquer coisa, me avise. Sei que é muita coisa para assimilar agora, mas estou aqui se precisar conversar. — Obrigada, Sabrina — disse Clara, a voz cansada. — Eu realmente aprecio isso. Sabrina se despediu com um aceno, deixando Clara sozinha no quarto. Assim que a porta se fechou, Clara sentou-se na beirada da cama, o corpo exausto e a mente confusa. Deitada na cama, Clara tentou dormir, mas sua mente estava a mil. Pensava no acidente de Vinícius, nas palavras vagas de Suzana, e algo dentro dela gritava que havia mais nessa história. De repente, o som abafado de vozes pelo corredor chamou sua atenção. Clara se levantou, indo até a porta, abrindo-a levemente para escutar melhor. Ela reconheceu a voz de Suzana, falando ao telefone. — Isso precisa ser mantido em segredo até sabermos o que fazer — disse Suzana, a voz baixa e tensa. Clara recuou, o corpo tenso. O que eles estavam escondendo? Seu coração disparou, e naquele momento, Clara soube que estava no meio de algo muito maior do que poderia imaginar. Ela fechou a porta devagar, a mente tomada por suspeitas. Algo estava muito errado, e ela precisaria descobrir o que era.Vinícius fechou a pasta com um estalo e se levantou, ajeitando o blazer como se estivesse pronto para uma missão. Clara o observava com apreensão, ainda sentada à frente dele.— Levante-se. Eu mesmo vou te mostrar onde você vai trabalhar — disse Vinícius, com um tom firme e inquestionável.Clara sentiu um nó na garganta. Não era uma sugestão; era uma ordem. Sem escolha, ela se levantou e o seguiu silenciosamente para fora da sala.Os corredores da empresa estavam tranquilos, mas a tensão entre eles era palpável. Vinícius não disse uma palavra enquanto caminhavam lado a lado, e Clara se sentia sufocada pela frieza dele. Finalmente, eles chegaram a uma sala ao lado do escritório principal de Vinícius.— Aqui será seu espaço — disse ele, abrindo a porta. O escritório era elegante e bem equipado, com uma mesa ampla, janelas grandes que traziam a luz da manhã e equipamentos prontos para uso.Clara ficou parada por um momento, tentando se acostumar com a ideia de trabalhar tão perto dele.—
Clara ficou no sofá por um longo tempo, envolvida em uma tempestade de emoções. A casa, silenciosa, agora parecia sufocante. As palavras de Vinícius ecoavam em sua mente como um veredito final: "Eu não vou perdoar isso. Nunca."Ela sabia que não poderia ficar parada. Precisava pensar no próximo passo, precisava garantir que sua família e Vinícius estivessem seguros. Mesmo que ele não quisesse mais vê-la, ela ainda o amava e não poderia permitir que Suzana e Leonardo vencessem.Com esforço, Clara se levantou e foi até o quarto de hóspedes. Precisava descansar, mas seu coração estava tão inquieto que não conseguia sequer fechar os olhos. Cada vez que tentava, a expressão de raiva e decepção de Vinícius invadia seus pensamentos.Vinícius entrou no escritório e fechou a porta com força, tentando controlar a avalanche de emoções que o consumia. A raiva, a traição e a confusão se misturavam em sua mente, formando um turbilhão que ele não sabia como administrar.Ele se sentou na poltrona e p
Ela respirou fundo, tentando reunir forças.— Eu não quero esconder nada de você, mas... tem coisas que são maiores do que eu, do que nós.Vinícius passou a mão pelo rosto, exasperado.— Chega de enigmas, Clara. Eu só quero a verdade. Seja lá qual for.Clara hesitou por um instante, mas antes que pudesse continuar, o som do celular dele vibrando na mesa interrompeu o momento. Ambos olharam para o aparelho, e o nome Leonardo apareceu na tela.O olhar de Vinícius endureceu instantaneamente. Ele pegou o celular e recusou a ligação, largando-o na mesa com mais força do que pretendia.— Eu não acredito nisso... — murmurou, a voz baixa e cheia de frustração. — Como você espera que eu confie em você quando ele não para de te procurar?Clara sentiu o chão se abrir sob seus pés. Ela precisava falar, precisava explicar, mas como? Vinícius já estava à beira do limite.— Não é o que você está pensando, Vinícius. Não tem nada entre mim e o Leonardo. Vinícius soltou uma risada amarga.— Então por
O quarto parecia sufocante. Clara sentia o peso da decisão que precisava tomar. O olhar de Vinícius era implacável, misturando raiva, confusão e um toque de dor que ela não suportava ver. Ele merecia a verdade, mas como poderia contar sem colocar a vida dele em risco? Ela respirou fundo, tentando controlar as lágrimas. — Vinícius... eu... — começou, mas a voz falhou. — Fala logo, Clara! — ele exigiu, impaciente, dando mais um passo à frente. — Do que você está falando? O que você e Leonardo estão escondendo? Clara desviou o olhar, tentando encontrar coragem para falar. O silêncio entre eles era denso, pesado, quase insuportável. Cada segundo que passava deixava Vinícius mais impaciente e ela mais desesperada. — Não posso te dizer tudo, Vinícius. Pelo menos, não agora — sussurrou, sabendo que essa resposta apenas aumentaria a fúria dele. — Não pode ou não quer? — Vinícius estreitou os olhos, como se estivesse tentando decifrá-la. — Você realmente acha que eu vou aceitar isso
Naquela manhã, o sol mal havia nascido quando Clara ouviu uma batida suave na porta. Surpresa por não esperar ninguém tão cedo, ela foi até a entrada e abriu a porta. Suzana estava ali, impecável como sempre, com um olhar que misturava determinação e algo mais sinistro. — Podemos conversar, Clara? — perguntou Suzana, em um tom de falsa doçura. Clara hesitou, mas sabia que recusar seria inútil. Ela a convidou para entrar, e logo as duas estavam novamente na varanda, onde Suzana gostava de discutir seus planos sem que ninguém mais pudesse ouvir. — O que você quer agora? — Clara perguntou, com um tom de cansaço evidente. Suzana sorriu levemente, como se estivesse no controle total da situação. — Vim apenas te lembrar de que as coisas ainda não estão resolvidas. Sei que Leonardo e você querem desistir de tudo, mas... você sabe que não é tão simples assim. — Suzana deu uma olhada ao redor antes de continuar. — Eu ainda estou de olho, Clara. Se você tentar escapar desse plano, seus
Quando Clara acordou no quarto de hóspedes, o sol já começava a iluminar o espaço. Ela sabia que provavelmente Vinícius já havia saído. O distanciamento entre eles era evidente.Ela pegou o celular ao lado da cama e rapidamente discou o número de sua mãe. Enquanto o telefone chamava, sentiu uma pontada de ansiedade.— Oi, mãe — disse ela quando sua mãe atendeu. — Como estão as coisas? Já conseguiram avançar com a mudança?A voz de sua mãe, cansada, mas tranquila, respondeu:— Estamos quase terminando, Clara. Estamos só esperando o caminhão chegar com a mudança. Até o fim da tarde ele chega.Clara sentiu um pequeno alívio em saber que seus pais estavam longe de Valença, isso a deixava mais tranquila, mas a pressão que sentia por tudo o que acontecia ainda pesava sobre ela.— Isso é ótimo. Fico mais aliviada sabendo que vocês estão a salvo — disse Clara, tentando esconder a tensão em sua voz.Sua mãe fez uma pausa antes de continuar.— Filha, você está bem? Parece tão preocupada...Clar
Último capítulo