A porta principal da mansão se abriu com o rangido suave que Vinícius conhecia desde a infância — mas nada naquele ambiente lhe pareceu familiar quando ele deu o primeiro passo para dentro.
O silêncio da entrada era denso, expectante.
Henrique fechou a porta após Vinícius entrar e caminhava um passo atrás, discreto como sempre, mas atento. Ainda assim, foi Vinícius quem desacelerou, sentindo o peso dos olhos que o aguardavam na sala.
Quando entrou, todos estavam lá.
Todos.
Clara foi a primeira a se levantar. Os olhos grandes, tensos, encontraram os dele com um misto de alívio e pânico. As mãos unidas no colo estavam apertadas demais, como se tentassem impedir o próprio tremor.
Leonardo estava ao fundo, o maxilar travado, ombros enrijecidos, as mãos enfiadas nos bolsos como se escondessem um perigo prestes a romper.
Suzana exibia seu sorriso calculado de sempre. Postura impecável. Olhar afiado. Como se cada microexpressão de Vinícius fosse uma página de um livro que ela sa