O silêncio que se instalou após a declaração de Vinícius parecia quase palpável.
Suzana observava. Leonardo travava o maxilar. Sabrina mordia o lábio.
Cada pessoa na sala parecia conter o ar, esperando o próximo movimento.
Vinícius deu um passo em direção a Clara — um passo firme, decidido, ainda que o corpo denunciasse as costelas doloridas.
— Clara — ele disse, a voz baixa, mas irrefutável — nós precisamos conversar. A sós.
Ela levantou o rosto devagar, como quem se prepara para encarar uma sentença. Seus olhos estavam vermelhos, a respiração curta, e ainda assim havia algo de corajoso na maneira como ela sustentou o olhar dele.
Vinícius estendeu a mão. Um gesto pequeno. Mas nele havia peso demais.
E uma promessa silenciosa de que, dali em diante, nada mais poderia ser varrido para debaixo do tapete.
Clara hesitou. Apenas um segundo. Então ergueu a própria mão, trêmula, para aceitar a dele. Os dedos estavam prestes a se tocar quando—
A porta da entrada explodiu para