Nos Braços do CEO

Nos Braços do CEOPT

Romance
Última atualização: 2025-07-30
DD. Oliveira  Atualizado agora
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10
2 Avaliações
40Capítulos
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Resumo
Índice

Após anos tentando salvar um casamento à beira do colapso, Isadora Monteiro decide apostar tudo em um fim de semana romântico em um resort de luxo no interior de São Paulo. O que ela não esperava era descobrir, da forma mais cruel, que estava sozinha naquela luta. Traída, humilhada e emocionalmente devastada, ela foge sem rumo pelas estradas chuvosas da serra, apenas para cruzar o caminho de um estranho enigmático que mudaria sua vida para sempre. Rafael Duarte, um CEO bilionário que vive à sombra dos próprios traumas, esconde-se do mundo atrás de uma fachada fria e impecável. Mas o encontro inesperado com Isadora — marcado por um acidente e um gesto de compaixão — abala suas defesas e o força a enfrentar sentimentos que há muito tentou enterrar. Entre segredos, recomeços e um projeto de inteligência artificial que pode mudar o futuro, Isadora se verá dividida entre o medo de amar novamente e a possibilidade de encontrar, finalmente, um refúgio seguro... nos braços do homem que menos esperava. Porque, às vezes, é justamente no improvável que a vida revela sua parte mais verdadeira.

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Capítulo 1

Capítulo 1 — A Última Chance

O relógio digital da suíte marcava 7h15 da manhã quando Isadora despertou. Do lado de fora, o céu da Serra da Mantiqueira ainda estava envolto por uma névoa fina, e os primeiros raios de sol filtravam-se pelas cortinas de linho branco. O quarto, amplo e sofisticado, parecia frio e impessoal — apesar da vista encantadora para o vale, havia um silêncio sufocante no ar.

Ela estendeu a mão lentamente até o outro lado da cama king size, mas encontrou apenas o vazio. O lençol ainda gelado.

A mesma cena há meses.

‘Mais uma manhã sem ele...’ — pensou, os dedos deslizando no espaço onde Rodrigo deveria estar.

Suspirou. Pegou o celular. Nenhuma mensagem. Nenhuma ligação perdida. Nem mesmo um bom dia.

E muito menos, uma lembrança da data: dois anos de casamento.

‘Ele esqueceu. De novo.’ — engoliu seco, sentindo a dor raspar a garganta.

Levantou-se com certa lentidão, caminhando até o espelho da penteadeira da suíte. Seus olhos estavam inchados, as olheiras mais profundas do que gostaria de admitir, e o brilho que costumava ter parecia apagado.

‘Quando foi que me perdi tanto assim?’ — questionou-se em silêncio. — ‘Parei de me cuidar, de me amar… tudo por alguém que já nem me nota.’

Engolindo o choro, respirou fundo. Era difícil se olhar e aceitar o que via. Mas naquele dia, naquele cenário bucólico e silencioso, algo diferente surgiu dentro dela: uma força tímida, mas decidida.

‘Hoje... vai ser diferente. Nem que seja pela última vez, eu vou tentar. Vou lembrar a ele quem eu sou. Quem nós fomos.’

Determinada, foi até o chuveiro. A água quente escorreu pelo seu corpo, levando consigo um pouco da frustração que a consumia. Vestiu um roupão de algodão branco e caminhou até o closet da suíte, onde escolhera uma roupa especial para aquele dia: uma blusa de seda azul clara, calça de alfaiataria e um par de saltos nude. Discreta, elegante.

Desceu para o café da manhã sozinha, como nos dias anteriores. O salão do resort era todo envidraçado, revelando as montanhas verdes e o lago sereno logo adiante.

Após comer pouco — quase nada —, passou as horas seguintes no spa do hotel, rendendo-se a massagens com óleos essenciais, banhos de imersão com lavanda e um ritual facial relaxante. Tudo aquilo que deveria revigorar seu corpo, mas que ainda não alcançava a alma.

No início da tarde, agendou um horário no salão do próprio resort. Cabelos escovados com ondas suaves, maquiagem leve, batom cor vinho. E, por fim, o vestido que havia comprado semanas antes, esperando usar em um jantar especial com Rodrigo: um modelo vermelho de alfaiataria, justo, de decote discreto e costas nuas.

Ao se olhar no espelho, por um breve momento, viu a mulher que costumava ser. Forte. Confiante. Amável.

‘Se isso não chamar a atenção dele... nada mais vai.’

Era fim de tarde quando decidiu voltar para casa. Rodrigo não apareceu no resort, nem enviou mensagem. Nada. Nenhuma justificativa.

Com o coração apertado e um vazio difícil de explicar, ela entrou no carro e pegou a estrada de volta a São Paulo.

Chovia leve. A neblina começava a se deitar sobre as curvas da serra. As mãos de Isadora apertavam o volante com força. A música baixa no rádio não ajudava. As lembranças, sim — essas gritavam.

A ligação, inesperada, chegou quase ao entardecer.

Era Bruna, a secretária de Rodrigo. A voz dela parecia tensa.

— Senhora Isadora... me desculpe ligar, mas achei que devia saber. O doutor Rodrigo está no escritório hoje... desde cedo.

— E por que está me ligando? — Isadora perguntou, confusa.

Houve um silêncio incômodo antes de Bruna continuar:

— É que... ele não está sozinho. Está com uma mulher. Estão no escritório há horas. A porta... fechada. Achei que... bom... me desculpe se me intrometo.

Isadora desligou sem responder.

O mundo, que já estava turvo pela chuva, pareceu borrar ainda mais.

Mudou o rumo e seguiu direto para o prédio da R.B. Advocacia, no centro de São Paulo. O trânsito lento ajudava a conter a explosão que rugia dentro do peito.

Ao chegar, subiu ao 23º andar. A secretária não estava na recepção. O corredor, silencioso. A porta do escritório, entreaberta.

Ela empurrou devagar.

E viu.

Rodrigo. De costas. Sem camisa. Abraçado a uma mulher de cabelos ruivos, sentada sobre a mesa onde ele costumava assinar os contratos mais importantes da empresa. A mulher inclinando a cabeça para trás, olhou em sua direção e um sorriso vitorioso se espalhou pelos lábios dela.

O coração de Isadora implodiu.

Ela recuou sem fazer barulho. O grito preso na garganta queimava. Ela esbarrou no vaso de planta na entrada da sala, o barulho do gemido dela fez Rodrigo olhar.

— Isadora!...

Ela saiu.

Correu até o carro, ligou o motor e saiu dirigindo pelas ruas molhadas. O choro era incontrolável. As lágrimas embaralhavam a visão. As mãos tremiam.

A chuva engrossava, e o céu da cidade parecia tão cinza quanto sua alma.

Num trecho mais escuro da estrada de volta, em uma rua sinuosa e quase deserta, ela viu — tarde demais — a silhueta que se projetava sobre o asfalto molhado.

Um baque.

Pânico.

— Meu Deus! — gritou, freando bruscamente e saindo do carro com o coração disparado.

O homem estava caído à beira da pista, com a roupa ensopada, tremendo de frio. Pálido, expressão exausta.

— Moço! Você tá bem? Me perdoa! Eu não te vi! Eu... eu vou chamar uma ambulância — disse, ajoelhando-se ao lado dele.

— Não... só escorreguei. Eu tô bem... — murmurou ele com voz rouca.

Tentou se levantar, mas caiu de novo.

— Você não está bem — afirmou ela. — Eu vou te ajudar.

— Por quê? — ele perguntou, encarando-a com olhos escuros e fundos. — Você nem me conhece.

— E mesmo assim, não consigo te deixar aqui.

Houve um instante de silêncio. Um silêncio diferente. Como se algo os conectasse sem explicação.

Ela o ajudou a entrar no carro, cobriu-o com uma manta do banco de trás e dirigiu até uma pousada rústica próxima dali, que já havia avistado dias antes, em um passeio no resort.

Pediu um quarto, chamou serviço de quarto, ligou o aquecedor.

O homem foi tomar banho, e ela se sentou na beirada da cama. O rosto ainda molhado de chuva e de dor.

‘O que eu estou fazendo?’ — pensou. — ‘Trouxe um estranho para um quarto de hotel... que tipo de mulher eu me tornei?’

A porta do banheiro se abriu.

Ele surgiu com uma toalha enrolada na cintura, cabelos molhados caindo sobre a testa. O corpo magro, mas definido. E os olhos... tristes como os dela.

— Você tá bem? — perguntou ele, com suavidade.

Ela assentiu. Os olhos marejados.

Ele se aproximou, abriu o frigobar e serviu duas taças de vinho.

— Um brinde... à gentileza inesperada — disse, oferecendo uma taça.

O silêncio que se seguiu era quase sagrado.

Quando ela começou a falar, a voz falhava. Contou tudo. Rodrigo. A traição. A humilhação. A solidão.

Ele ouviu em silêncio. Sem interromper.

Quando uma lágrima escorreu por sua bochecha, ele a enxugou com a ponta dos dedos.

Ela não recuou.

Ao contrário, se aproximou mais.

O beijo veio. Natural. Urgente.

E depois, o toque. A entrega. O calor.

Ele sussurrou entre gemidos "Parece que meu corpo esperava o seu" e assim se perderam no prazer e desejos.

Quando, enfim, os corpos adormeceram entrelaçados, Isadora sentiu algo que não soube nomear.

E, ao acordar no meio da noite, cobriu o próprio corpo com o lençol e olhou para o homem ao lado.

O medo veio. A culpa. A realidade.

Levantou-se devagar, pegou a bolsa e saiu do quarto como um fantasma.

Mas sabia, lá no fundo, que aquela noite jamais a deixaria.

E que aquele homem — por mais estranho que fosse — havia marcado o início do fim.

Ou, talvez... o começo de tudo.

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Sabriny Suely B. O
............️...️...️
2025-07-30 09:28:19
1
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Sabriny Suely B. O
tô amando essa história ...️
2025-07-30 09:27:58
1
40 chapters
Capítulo 1 — A Última Chance
Capítulo 2 – Após a Tempestade
Capítulo 3 – Entre o Que Foi e o Que Vem
Capítulo 4 - Ecos de Um Recomeço
Capítulo 5 – Revelações e Confrontos
Capítulo 6 - Desejo. Cru e urgente
Capítulo 7 – Expulsa
Capítulo 8 – Salva por ele
Capítulo 9 – Eu o Odeio
Capítulo 10 – A casa é sua também
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