Mundo de ficçãoIniciar sessãoEla tem um único propósito: vingança. Guiada por uma ambição feroz e indiferente a qualquer consequência, ela avança sozinha por um caminho sem retorno. Dona de uma beleza hipnotizante, uma lábia afiada e um caráter tão sedutor quanto perigoso, Estella usa cada palavra e cada gesto como uma arma. Nada nem ninguém está a salvo de sua manipulação. Em sua jornada sombria, ela se revela uma anti-heroína capaz de desmontar vidas com a mesma facilidade com que conquista confiança. Sem aliados, sem remorso e sem limites, Estella prova que a justiça que busca é tão impiedosa quanto ela mesma. Uma vilã irresistível. Um plano perfeito. E uma teia de segredos que pode desmoronar com o menor deslize.
Ler maisArgentina Patagônia...
A vida é feita de oportunidades, e poucas pessoas sabem aproveitá-las. Eu estou entre essas poucas. Nunca deixo passar uma chance; todas que surgem à minha frente, agarro como se fosse o último pedaço de pão em um mundo onde todos passam fome. Talvez haja algo em mim que me torne única: entre bilhões de pessoas, sou aquela que, quando as oportunidades não aparecem, eu as crio. — Está linda, meu amor — Diego diz, me olhando com seus olhos cheios de amor. — São seus olhos, mas você tem razão, realmente estou linda — digo, me olhando no espelho e amando cada detalhe do meu vestido de formatura. — Esse vestido até parece de grife — ele comenta. — Realmente parece, mas comprei no bazar, foi dois mil peso — minto. Esse vestido custou uma fortuna, e eu só consegui comprá-lo graças ao dinheiro do professor Pedro. — Queria tanto poder ir à sua formatura, mas não vou poder. Minha mãe precisa de mim. — Estou triste por isso. Tomara que minha sogrinha melhore logo. Mas pode deixar, assim que eu receber meu diploma, corro para cá e vamos comemorar juntos, meu amor — digo, selando seus lábios com um beijo apaixonado. Amo Diego, amo com todo o meu coração, mas ele tem um enorme defeito que, infelizmente, me faz querer desistir dele: ele é pobre. Daqueles pobres que parecem amar ser pobres, e eu odeio isso. Odeio ser pobre. Não vejo a hora de sumir deste maldito povoado miserável. Ele é lindo, carinhoso, e quando eu o vejo, meu coração dispara. Quando ele me beija, o mundo ao meu redor parece desaparecer, e só existimos nós dois. Mas minha raiva e ódio por este lugar são mais fortes que esse amor, e por isso esta será a última semana que ficarei ao seu lado. — Te amo, Diego. Até mais tarde. Já vou indo porque não quero chegar atrasada, tenho que pegar o ônibus, e você sabe como demora — digo, e ele me enche de beijos. Adoro o carinho dele. Quando finalmente saio do povoado, vejo professor Pedro me esperando. — Boa noite, professor Pedro — digo, depositando um beijo demorado em seu rosto. Ele fecha os olhos por um breve momento, e sei o quanto esse meu gesto o afeta. Cruzo as pernas de propósito, sabendo que a fenda do meu vestido revelaria a renda da minha calcinha. O jeito como ele me olha e morde o lábio me deixa bastante satisfeita. — Ai, minha nossa, que vergonha — digo, fingindo timidez ao fechar rapidamente a abertura. — O vestido ficou lindo em você, Estella. Está perfeita — ele me elogia, me comendo com os olhos. — Obrigada! Você tem um ótimo gosto. Se não fosse por você, eu nem iria à formatura — digo, tocando de leve sua perna. — Eu não podia deixar que minha melhor aluna perdesse um momento tão especial só por não ter um vestido adequado — ele responde, olhando para minha mão. Fingindo constrangimento, a retiro. Ele estaciona o carro uma esquina antes de chegarmos à faculdade. — Obrigada, professor. Te vejo lá dentro — digo, dando outro beijo em seu rosto antes de sair do carro. Dentro do auditório, subo honrada ao palco para fazer meu discurso e agradecimentos. — Boa noite a todos! É com imensa honra e emoção que subo aqui hoje, representando a turma de Psicologia. Este é um momento que sonhamos durante anos e, agora, se torna realidade. A jornada que trilhamos até aqui não foi fácil. Foram anos de aprendizado, noites em claro, leituras intermináveis e, muitas vezes, aquele questionamento interno: “Será que vou conseguir?” Mas a verdade é que cada desafio nos moldou, nos fortaleceu e nos preparou para o mundo que nos espera lá fora. Estudar Psicologia é mais do que compreender teorias, diagnósticos e tratamentos. Nós aprendemos a entender a complexidade humana, a ouvir com empatia e a enxergar o ser humano além de seus sintomas. Aprendemos que, por trás de cada comportamento, há uma história; que cada mente é única, e que a nossa missão, como futuros psicólogos, é ajudar as pessoas a encontrarem seus próprios caminhos de cura e crescimento. Hoje, não celebramos apenas a conclusão de uma etapa acadêmica, mas o início de uma caminhada profissional. Sabemos que, ao sairmos daqui, teremos a responsabilidade de aplicar tudo o que aprendemos. Iremos lidar com pessoas em suas maiores vulnerabilidades e, ao mesmo tempo, testemunhar suas forças e resiliências. Gostaria de agradecer, em nome de toda a turma, aos nossos professores. Vocês foram mais que mestres. Foram mentores, exemplos de dedicação e sabedoria. Obrigada por cada ensinamento e por acreditarem em nosso potencial, mesmo quando nós mesmos duvidamos. Aos nossos familiares e amigos, que estiveram ao nosso lado, nos apoiando e nos dando forças nos momentos mais difíceis, o nosso mais profundo agradecimento. Parabéns a todos os formandos! Hoje, saímos daqui psicólogos, prontos para transformar vidas e, quem sabe, o mundo. Muito obrigada! Termino meu discurso e, por um breve momento, o silêncio reina na sala. Posso sentir os olhares me analisando, como se tentassem desvendar o que há por trás das minhas palavras. Então, como se um botão fosse acionado, os aplausos começam. Primeiro tímidos, depois mais fortes. Todos estão impressionados. Eles acreditam no que disse, mas mal sabem que cada palavra foi cuidadosamente planejada. Eu sorrio, mas é o sorriso que aprendi a usar ao longo dos anos – aquele que esconde o que realmente penso. Escolhi a faculdade de Psicologia, não porque amo a área, mas porque ela é uma ferramenta poderosa para os meus planos futuros. Entender como as pessoas pensam, como manipulá-las, é uma vantagem que ninguém aqui sequer desconfia que eu almejo. Enquanto me despeço do palco, sinto a adrenalina correr em minhas veias. Já posso prever o que virá a seguir: as portas que essa escolha abrirá, os contatos que farei. Aproximo-me de algumas pessoas, aperto de mãos formais, sorrisos forçados, mas dentro de mim há uma certeza: estou no controle. Os aplausos ainda ecoam nos corredores da minha mente, mas meus pensamentos já estão à frente, focados no próximo passo. Me despeço dos meus colegas após aproveitar bastante a festa, e, como combinamos, o professor Pedro me espera mais afastado da faculdade. — Você brilhou como nunca esta noite — ele diz com orgulho. — Não me elogie tanto, professor. Assim eu fico sem graça — digo, tentando soar tímida, mas deixando transparecer um sorriso discreto. — Não me chame mais de professor, apenas Pedro — ele responde, a voz carregada com uma suavidade sedutora. Pedro é um homem bonito, sem dúvida, mas ele não é Diego. Ainda assim, se eu tiver que trocar o amor da minha vida por dinheiro, que seja por um homem rico e atraente como ele. — Vou tentar... — digo, hesitante, enquanto meus olhos encontram os dele. — É que, depois de cinco anos te chamando de professor, não sei se vou conseguir me acostumar a te chamar de outra forma. Minha mão vai lentamente ao meu cabelo, puxando uma mecha para o lado, revelando meu pescoço de maneira calculada, uma sensualidade discreta, mas intencional. Pedro mantém o olhar firme e, por um breve momento, a tensão entre nós é palpável. Eu não sei se estou disposta a perder Diego, mas talvez Pedro possa me dar algo que nunca imaginei.Ela era uma verdadeira tentação; seu perfume doce parecia feito para me seduzir, fazendo com que meu corpo reagisse, e meu desejo ficasse visivelmente evidente. Caminhei até ela, tentando controlar o impulso de tomá-la nos meus braços e fazer todas as loucuras que passavam pela minha mente.— Você me mandou uma mensagem dizendo que queria me ver, e com a confusão com a Sophia, só me lembrei agora. Por que queria me ver? — questionei, tentando desviar o foco da minha mente, que estava fixada em possuí-la.— Queria te convidar para jantar e agradecer por me ceder esse apartamento para morar. Hoje em dia, é tão difícil encontrar alguém tão generoso. Nos conhecemos há pouco tempo e você já fez tanto por mim — ela disse, com uma voz doce e um olhar terno.— E vou fazer muito mais, se você me permitir, é claro.— Acho que já me ajudou bastante, não? Agora preciso caminhar com minhas próprias pernas — disse — E agora, senhor Darian Volkan, sente-se aqui, que vou preparar um jantar delicioso
Não dava para acreditar que aquela maldita estava bem ali, na minha frente. Precisava pensar rápido, pois ela se aproximava com aquele sorriso cínico.— Estella, querida, tudo bem? — perguntou assim que chegou perto.— Tudo bem, e você? — respondi.— Não tenho passado muito bem, sabe, aquele problema de sempre — disse com a cara mais debochada possível. Ódio dessa piranha!Olhei para Darian, que estava ao meu lado.— Sinto muito por você — falei, encarando-a com frieza.— E esse seu amigo? Não o conhecia. Quanta deselegância.— Esse é o Darian — apresentei, querendo matá-la.— Muito prazer, senhorita — Darian a cumprimentou com elegância.— O prazer é meu — ela respondeu.— Katty, querida, foi um prazer falar com você, mas precisamos ir — forcei um sorriso.— O prazer foi meu. Mas queria falar com você em particular, vai ser rápido — insistiu a desgraçada.— Vou te esperar no carro — Darian disse educadamente, despedindo-se com um aceno.Assim que ele se afastou, agarrei o braço de
Um mês depois… Tudo estava acontecendo como planejado. Darian estava cuidando de mim e, além disso, entrou em parceria comigo — ou pelo menos foi o que ele inventou. Ele me cedeu o espaço onde eu realizava as terapias, em troca de, uma vez por semana, eu atender os funcionários da indústria dele. Hoje, depois de muita insistência e de me vencer pelo falso cansaço, aceitei morar em um de seus apartamentos porque Pedro descobriu que eu estava no hotel e começou a fazer escândalos. Ele está completamente fora de si. Achei que seria fácil me livrar daquele idiota. Detesto gente sem orgulho, que se rasteja pedindo perdão. Babaca! Outra que está me tirando do sério é aquela idiota da Katarine, mas não darei mais um centavo sequer para ela. Aquela maldita... puta de quinta! O telefone em minha mesa tocou, tirando-me dos pensamentos. — Dra. Estella, sua paciente já chegou — anunciou minha assistente. — Ok. Mande entrar — ordenei, pegando a ficha da paciente. Quando li o nome, f
Eu era inteligente o suficiente para saber que, com Darian, não precisava fazer o jogo da mulher frágil e indefesa—esse tipo ele já tinha. Ele precisava de uma mulher melhor, como eu: desafiadora, dominante e corajosa o bastante para não me importar e nem me intimidar com sua posição social. Ele era um cachorro grande e valente, mas até os cães mais ferozes podem ser adestrados, e eu o adestraria. Ele ia me obedecer. Só precisava dizer meias verdades, o suficiente para parecer sincera e confiável.— Gosto disso em você. Me fascina como diz as coisas abertamente, sem medo de ser julgada — ele diz.— Dizer isso a você não significa que eu não tenha medo, mas não sou covarde. É exatamente por isso que, mesmo temendo, compartilho essas coisas com você. Sabe por quê? Porque sou corajosa. Sentir medo, temer algo, é normal afinal, somos humanos, mas o ato de enfrentar ou recuar é o que define quem somos — digo, olhando diretamente em seus olhos. Seu sorriso de aprovação me diz que, mais uma
Durante o caminho para o restaurante, minha mente fervia. Eu não conseguia parar de pensar na idiota da Katarine, que agora estava ameaçando contar tudo para Pedro caso eu não lhe desse mais dinheiro. Ah, mas ela não sabe do que sou capaz! Até parece que uma puta de quinta ia ficar me chantageando. Quem ela pensa que é? — Está tudo bem, amiga? Sim, tirando o fato de que talvez eu precise calar uma vadia para sempre. — Não… é o Pedro que não para de me encher de mensagens. Lá na casa do Darian, ele ligou dizendo que está me esperando na sua casa! Estou cansada e, por isso, acabei reservando um quarto no hotel. Não quero ver o Pedro — menti, soltando um suspiro bem ensaiado. — Ah, pensei que fosse ficar mais tempo comigo — Matteo lamentou. — Também pensei, amigo, mas não vai dar certo. O Pedro sabe que estou com você e vai ficar indo lá, insistindo, e eu não quero trazer meus problemas para você. Ele assentiu, compreensivo. — Tudo bem, mas, se quiser voltar, minha casa está de
Eu estava obcecado? Talvez só um pouco. Ou talvez estivesse agindo como um menino mimado que quer tudo o que vê. Quero Estella, e aquele tapa só aumentou meu desejo por ela. Agora que está livre, nada mais está no meu caminho. Vou possuí-la, e isso já é um fato. — Darian? — O que foi? — Você está me ouvindo? Faz horas que estou falando com você, mas parece que está em outro mundo! — Shopia, parei de te ouvir na primeira frase que saiu da sua boca — respondi, impaciente. — O quê? Por que está fazendo isso? Por que está me tratando assim? Estou aqui te dizendo todos os motivos para continuarmos juntos, e você simplesmente me ignorou? — Ela fala ressentida. — Só quero que entenda que acabou. Não quero mais, Shopia! ACABOU! — esbravejo. — Eu te amo! Não pode destruir nosso relacionamento assim! Você só está cansado e estressado, por isso está agindo sem pensar — insistiu.Tento controlar minha raiva, mas é quase impossível. — Você não se ama, como pode me amar? O que sente não é a
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