Isadora o olhou por um segundo, com os olhos brilhando de raiva. Respirou fundo.
— Com licença.
Virou-se e saiu. Mas enquanto caminhava pelo corredor de volta à sua sala, uma lágrima silenciosa escapou de seus olhos e rolou pela bochecha. O seu corpo tremia levemente, e os seus passos hesitavam como se cada um exigisse um esforço para seguir. Uma frase pulsava na sua mente com força:
— "Eu odeio-o."
Isadora ficou do lado de fora da sala dele, encarava a tela do tablet na sua mão, mas sem ver uma linha.
Queria agradecer pela noite anterior. Pela ajuda. Pela gentileza silenciosa de quem a resgatou no seu pior momento. Mas ele havia destruído tudo com uma frieza que feria mais do que mil palavras. E Rafael, sozinho na sala, permaneceu em silêncio, encarando a porta fechada com os olhos turvos. Ele sentia a dor. Sentia o peso. Mas não podia fraquejar. Não agora.
"Desculpa, Isadora... mas eu não posso ceder. Não agora."
Rafael, por trás da porta, ainda segurava a xicara de café como se ali