Alicia e seu chefe, Ethan, decidem se unir em um plano para incomodar seus ex fingindo que estão juntos. No entanto, o que começa como uma brincadeira se complica quando os sentimentos falsos começam a se tornar reais. Durante dois anos, Alicia Montenegro trabalhou como secretária do influente bilionário Ethan Miller. Para ele, Alicia não passa de uma colega de trabalho: uma mulher discreta, com roupas conservadoras, um coque impecável e sempre disposta a seguir suas ordens. Mas tudo muda quando Alicia sofre sua primeira desilusão amorosa e Ethan começa a perder a batalha para evitar Grace, sua ex-namorada, que agora está casada com um de seus melhores amigos. Em uma tentativa de ajudar um ao outro, eles decidem fingir um relacionamento. Quão difícil pode ser evitar se apaixonar?
Ler maisPOV ALICIA
Oh, Deus! Onde está meu celular?
Dei um tapa na testa e depois cocei a cabeça. Senti pequenos flocos brancos caindo no meu terno preto de negócios, como se fossem flocos de neve.
Droga! Essa caspa está piorando. Talvez seja porque sempre uso o cabelo preso em um coque, como meu namorado gosta, ou talvez seja culpa daquele novo shampoo que experimentei recentemente. Seja o que for… não importa agora. Só preciso encontrar meu celular.
Desesperada, comecei a jogar almofadas, roupas, revistas e qualquer coisa que estivesse no caminho, procurando no meu pequeno apartamento de cinquenta metros quadrados. Onde diabos eu o deixei? Lembro-me de que, ao chegar em casa, só passei pelo banheiro, tirei o casaco e me joguei na cama.
Oh, não…! Acho que o deixei no escritório! Olhei as horas no meu relógio: já eram seis da tarde. Ótimo. Eu precisava do meu celular; Jay me ligaria hoje à noite por volta das oito.
Jay Bredom, meu namorado, é um jovem repórter de campo da rede ABZ Television Network. Ele estava na Flórida cobrindo o caso de uma criança desaparecida. Jay é apaixonado pelo trabalho e por tudo o que faz na vida, e eu sempre o apoio. Sei que ele faz tudo pensando no nosso futuro.
Conheci Jay há dois anos. Eu tinha vinte e um anos e acabara de concluir um curso de secretariado. Um amigo nos apresentou em uma festa de aniversário. Desde o primeiro momento, senti-me atraída pela sua aparência masculina. Ele tinha cabelo liso e loiro acinzentado, e olhos profundos e sonhadores. E aquele sorriso... era tão irresistível! Saímos por um tempo até que decidimos formalizar o relacionamento.
Estava animada. Jay mencionou que tinha algo importante para me dizer quando voltasse. Será que…? A ideia de que ele pudesse me pedir em casamento fez com que eu sorrisse feito uma boba. Meu coração saltava de alegria.
Saí correndo de casa em direção ao escritório, amaldiçoando-me por ser tão distraída. Como pude deixar o celular? Para mim, é como uma extensão da minha mão.
Parei na calçada, esperando por um táxi quando, de repente...
Ah, ótimo! Está chovendo! Meu terno ficou encharcado rapidamente. Onde estão os táxis quando eu preciso? Após cinco minutos, finalmente apareceu um, e eu entrei apressada.
— Senhorita, fique de lado. Está molhando a capa de couro nova do banco — disse o taxista olhando para mim pelo retrovisor, claramente irritado.
— Sim, senhor — respondi, encolhendo-me no canto do banco como um coelhinho molhado.
Finalmente, o táxi parou em frente à Torre Miller, e eu corri para a entrada do edifício.
Já trabalhava há dois anos na Miller Holdings Company como secretária pessoal do diretor-geral e proprietário, Ethan Miller. Meu trabalho era muito estressante, pois meu chefe é muito exigente e de temperamento difícil. Nunca é uma boa ideia contradizê-lo. Mas o salário era excelente, muito mais alto do que pagam em Nova York...
— Voltou, Srta. Montenegro? Esqueceu seu guarda-chuva? — perguntou Dan, o chefe de segurança, com um sorriso sarcástico.
— Que engraçado, Dan. Deixei o celular na mesa — respondi, devolvendo o sorriso e indo em direção ao elevador.
Notei que as luzes do escritório ainda estavam acesas. Hmm… O chefe ainda está aqui?
Cheguei à minha mesa e suspirei aliviada ao ver meu celular sobre uma pasta laranja. Graças a Deus.
Estava prestes a ir embora quando algo estranho chamou minha atenção.
O que é isso?
Observei um pequeno pedaço de tecido vermelho pendurado no meu lápis. Levantei-o, aproximando-o dos meus olhos. Parece… Meu Deus! É uma calcinha!
Deixei a peça cair no chão, horrorizada por ter tocado a roupa íntima de outra pessoa. Abri a gaveta e tirei uma garrafa de álcool, limpando as mãos rapidamente.
De quem é essa calcinha? Quem a deixou na minha mesa? Isso não tem graça nenhuma. Amanhã mesmo eu informarei isso ao Departamento de Recursos Humanos. Quem quer que tenha sido, merece uma sanção. O Sr. Miller ficaria muito bravo se soubesse disso.
Fechei a gaveta e, de repente, ouvi um gemido, como o de um animal ferido. Fiquei imóvel, aguçando o ouvido. O som vinha da sala do Sr. Miller.
Aproximei-me da porta e, cautelosamente, encostei o ouvido nela, bem quando esta se abriu de repente.
Oh…!
Em um instante, eu estava no chão, olhando para as costas nuas e suadas do Sr. Miller. Fiquei paralisada, observando sua figura musculosa e dominante enquanto ele se movia com força, empurrando seu corpo repetidas vezes…
Pisquei várias vezes. Preciso ir embora. Meu Deus. Ele estava fazendo sexo na sua mesa, e eu o observava como se fosse um espetáculo ao vivo.
Então, ouvi a mulher gritar:
— Mais forte, garoto travesso…! Estou quase lá…!
Espera. Esse sotaque… É a Sra. Hills?
Oh, não… Alguém vai se meter em problemas.
Eles estavam tão absortos no que faziam que nem perceberam minha presença. Fechei a porta lentamente, soltando um suspiro de alívio.
Peguei meu celular e saí correndo do escritório, com a firme intenção de esquecer o que acabara de presenciar.
POV WADECarla estava em pé no meio do meu quarto. Seus olhos vagavam por todos os cantos.— Que quarto grande — disse ela. Ajoelhou-se no chão e passou a mão com prazer sobre o carpete. — Seu tapete é grosso e muito macio. É lindo.Eu não gostava do tapete. Era novo. Tinha pedido para minha mãe trocá-lo, mas agora que a Carla tinha gostado, mudei de ideia. Decidi ficar com ele.Ajoelhei-me ao lado de Carla e ela pegou minha mão e me fez tocar o tapete também.— Este tapete é muito gostoso ao toque — disse ela, rindo baixinho. — Posso tirar os sapatos? Quero sentir com os pés.— Claro. Deixa que eu tiro para você.— Não, não. Eu mesma tiro — disse, tirando as botas e as meias. Sentou-se no chão comigo e esfregou os pés no tapete.— O que você está fazendo?— Você devia tentar. É gostoso — respondeu ela, rindo, aproveitando o momento.Fiquei surpreso quando ela se deitou no chão e começou a rolar sobre o tapete. Parecia uma criança brincando. Meus olhos vagaram preguiçosamente, observan
POV CARLAEu não conseguia parar de olhar, boquiaberta, para a enorme mansão que se erguia à minha frente. Era uma casa linda, pintada de creme, com telhados inclinados, janelas com molduras e sebes bem aparadas ao redor.O celular do Wade vibrou e esperei enquanto ele lia a mensagem. Meus olhos se fixaram na grande fonte de mármore no centro do gramado. No topo, havia um cupido de porcelana dourada olhando para o céu. A água jorrava da flecha que ele segurava. A queda d’água era linda e relaxante de ver.— Vamos entrar — disse Wade, segurando firme a minha mão.— Sim — respondi com uma vozinha assustada.Quando nos aproximamos da porta preta brilhante, fiquei surpresa ao vê-la se abrir pelo meio. Percebi que era uma porta com sensor automático.Meu coração batia forte enquanto entrávamos na mansão. Eu estava perdendo a confiança em mim mesma.Meu Deus. No que é que eu me meti?Naquele momento, desejei ter um vestido bonito para ocasiões assim. Desejei ter sapatos novos, não essas bot
POV CARLADepois de horas pensando no que vestir, decidi por uma calça jeans preta e um moletom cor pêssego sob minha parka verde cáqui. Depois calcei botas pretas que iam até a metade da panturrilha. Estava pronta, vestida trinta minutos antes de Wade chegar.Estava nervosa para conhecer a família do Wade. E não é uma família qualquer. São os Pedrosa. Uma das famílias mais ricas do mundo.Como reagiriam ao me conhecer, uma garota comum? Eu queria que gostassem de mim. Só esperava não passar vergonha na frente deles.Pensei várias vezes em desistir, achando que era cedo demais para conhecer a família dele. Ontem ele se tornou oficialmente meu namorado e hoje já vou conhecer os pais. Mas Wade disse que o pai e a mãe também me convidaram, não foi só ele. Esmeralda e Rubi também estavam animadas para me conhecer pessoalmente.Fui até a cozinha buscar os biscoitos que havia assado antes. Fiz muitos biscoitos e os coloquei numa caixa verde grande. Amarrei um laço vermelho por cima da caixa
POV WADE—Ah! Você já chegou. Pode me ajudar com isso? —disse minha mãe quando entrei na cozinha. Ela apontou para a bandeja com a carne marinada.—Claro —peguei a bandeja e a coloquei na geladeira.Mamãe também estava preparando o jantar. Um prato filipino: frango adobo.—Posso provar um pouco? —A comida cheirava tão bem que me deu fome.—Tá bom. Só um pouco. Você não vai querer estragar o jantar —disse minha mãe, colocando um pouco de carne num prato e deixando-o no balcão.Sentei-me no banco do balcão, peguei o prato e cheirei a comida.—Mãe, tem um cabelo na comida —falei, tirando-o.—Sério? Meu Deus. Você devia trocar de xampu, Wade, seu cabelo tá caindo.Balancei a cabeça. Mamãe estava brincando de novo.—Olha, é ruivo. É seu. —Mostrei o cabelo e ela olhou de perto.Mamãe me deu um garfo e uma faca. Comecei a comer.—Mãe.—Sim?—Você se lembra da garota que te vendeu uma caixa de biscoitos, há... —Olhei de lado, tentando lembrar quantos anos tinham se passado.—Uma garota? —Mamã
POV WADEFiquei surpreso ao ver Leonidas na porta. Ficamos nos encarando em um silêncio sepulcral.Droga! Ele deve ter me seguido. A gente se viu fora da minha casa quando eu estava vindo pra cá. Ele dirigia seu novo Audi A8.— Vocês estão juntos? — Leonidas riu com malícia.— Eh... — olhei para Carla e ela devolveu o olhar, depois baixou seus longos cílios negros. — Sim. Deixa eu te explicar...— Não precisa — respondeu em voz baixa, tenso de raiva, e foi embora.Droga! Ele vai contar pro Ismael.— Já volto — falei pra Carla e corri atrás de Leonidas, que andava rápido demais em direção ao carro.— Leonidas, espera! Deixa eu falar com você.Leonidas parou e se virou pra mim, depois me empurrou forte no peito.— Te peguei!— Ei! — Quase caí, mas consegui manter o equilíbrio. — Eu sei. Me desculpa.— Não me importo que você esteja com a Carla. Ela é uma garota legal. O que me incomoda é você ter quebrado o nosso código de irmãos. Vai se ferrar, cara. Como você pôde fazer isso com o Ism
POV CARLAEram oito da noite e eu estava no Skype, conversando por videochamada com Wade. Ele mostrou o quarto girando rapidamente o notebook. Embora não desse para ver muito bem, consegui perceber o quanto era grande e bonito.— Está tudo bagunçado aqui. Vou arrumar depois e amanhã te mostro meu quarto — disse, pegando coisas do chão: a mochila, uma calça e alguns sapatos.— Você não precisa fazer isso por mim.— Não... eu quero fazer — disse ele, jogando uma camiseta para o lado. — Eu costumo limpar meu quarto com frequência. Só que ultimamente estive muito ocupado.— Você limpa seu quarto?— Sim, eu. Minha irmã e eu limpamos nossos quartos. Minha mãe nos ensinou desde pequenos, senão meu pai grita: "Não criei filhos preguiçosos!"Fiquei surpresa por ele ainda fazer tarefas domésticas, mesmo tendo tantos empregados. A mãe dele devia ser incrível.Ele bateu as mãos para tirar a poeira, sentou-se, apoiou os braços na mesa e se inclinou na minha direção.— Estava com muita vontade de t
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