Laura decidiu dirigir de volta para o resort. Não havia bebido tanto, estava sóbria e firme, então ajudou Isadora a se acomodar no banco do passageiro e assumiu o volante em silêncio. No caminho, respeitou o silêncio da amiga, percebendo que ela não queria conversar.
Ao chegarem no resort, Laura hesitou por um instante antes de perguntar:
— Tem certeza de que não quer dormir lá em casa hoje? Eu ficaria mais tranquila...
— Não, Laura... — respondeu Isadora com um sorriso cansado. — Você já me ajudou tanto. Não quero dar mais trabalho. Obrigada pela noite, de verdade. Apesar do final, eu amei estar com você. Amanhã volto para casa e arrumo minha vida.
Elas se despediram com um breve abraço, e Isadora entrou.
Lá dentro, o silêncio parecia mais profundo do que o normal. Ela subiu para a suíte. Tirou a roupa, deixou-a cair no chão como quem se despia também da dor, e foi para o banho. A água quente escorria sobre o corpo, como se pudesse lavar não apenas o cansaço, mas também os fragmentos