Rafael saiu do quarto e ficou um tempo na sala, o copo de uísque entre os dedos, os pensamentos em turbilhão. A cena dela dormindo, tão frágil e, ao mesmo tempo, tão forte, não saía da sua mente. Ele se perguntava se tinha feito a coisa certa ao sair daquele quarto. Parte dele queria ficar, proteger, cuidar... mas a outra parte, marcada pelas cicatrizes do passado, gritava para manter distância. O copo girava na sua mão como um reflexo da indecisão que o consumia por dentro. "Não posso deixar-me levar. Não posso ser fraco de novo", pensou, levando o uísque aos lábios como se buscasse coragem no fundo do copo. o olhar perdido na penumbra do amanhecer. A lembrança da noite passada o corroía por dentro. O jeito como Isadora o olhou, como se ele fosse a última âncora num mar revolto. E ele foi. Mas agora... precisava manter distância.— Não posso envolver-me... não assim, pensou, levando o copo aos lábios."Se eu me envolver, tudo desmorona. Eu prometi que jamais voltaria a sentir... Não
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