Margarida, uma mulher forte e determinada, vê sua vida virar de cabeça para baixo após descobrir a traição de seu marido. Decidida a virar o jogo, ela firmou um contrato de casamento com o maior rival de seu ex-marido, um empresário ambicioso e implacável. Juntos, os dois embarcam em uma jornada de vingança meticulosa contra o homem que os feriu. No entanto, à medida que trabalham lado a lado para destruir o seu inimigo comum, sentimentos inesperados começam a surgir. Margarida e Ronaldo descobrem que, além da busca pela justiça, estão se apaixonando um pelo outro. Enquanto o plano de vingança se desenrola, eles precisam confrontar suas próprias emoções conflitantes e decidir se o amor pode florescer em meio ao desejo de revanche.
Leer másMargarida O travesseiro parecia… diferente. Algo firme, quente. Abri os olhos devagar, ainda meio tonta de sono. E então percebi. O que estava sob minha cabeça… não era um travesseiro. Era um braço. O braço de Ronaldo. E eu… eu estava com o braço ao redor dele. O susto subiu como um choque. Meu coração disparou e, por reflexo, afastei o braço, como se tivesse encostado em algo proibido. O que ele pensaria? O que Ronaldo pensaria ao me ver assim, enlaçada nele? — Se assustou? — ele perguntou, a voz baixa, ainda rouca da manhã. — Ahh! — ofeguei, sentando meio de lado. — Desculpa, eu… não quis… — Eu não quis te assustar — disse com calma. — Você parecia com muito sono. — Espera… você já estava acordado? — perguntei, quase sem acreditar. — Há quase meia hora — respondeu, com uma expressão tranquila demais para quem estava com alguém dormindo em cima de si. — Ah… eu… — comecei, sem saber onde queria chegar. — Dormiu bem? — perguntou. A pergunta saiu como uma tentat
Ronaldo Documentos assinados. Tudo pronto para a nova fase da minha vida. Agora, eu e Margarida somos oficialmente donos de metade da companhia — aquela que, por tanto tempo, eu quis apenas para mim. No começo, era pura ambição. Queria tirar de João. Queria que fosse minha em sua totalidade. Mas agora… agora também é por ela. Por Margarida. Algo dentro de mim mudou — ou está mudando. No jantar, minha mãe e Margarida conversavam animadamente. As duas pareciam esquecer o tempo, rindo, trocando confidências. Minha mãe… ela não é de se apegar fácil, e ver as duas assim, tão cúmplices, me desconcertava de um jeito bom e ruim ao mesmo tempo. — Ronaldo — a voz do meu pai me tirou dos pensamentos. Levantei a cabeça e o encarei. — Está tudo bem? — Sim, claro — respondi, automático. — Depois daqui, gostaria de falar a sós com você. — Tudo bem. Emma tentava se enturmar na conversa das mulheres. Margarida se esforçava em traduzir cada assunto para o mundo infantil dela, com paciên
Margarida Não consegui dormir. Passei a madrugada inteira relendo os documentos que Ronaldo havia deixado comigo. Cada linha, cada assinatura, cada número… Era real. Mas o que isso realmente significava? Era só uma jogada de negócios… ou algo mais? Quando finalmente peguei no sono, já era quase manhã. E mesmo nos meus sonhos, algo insistia em me chamar. — Margarida? Eu voltei… — dizia uma voz infantil, cheia de vida, rindo. Aquela voz me invadia como um eco antigo, familiar… doce e doloroso ao mesmo tempo. Eu não conseguia ver o rosto do menino, mas algo dentro de mim dizia que ele era importante, essencial. Como se fizesse parte de mim… como se um dia tivesse feito falta. Mas antes que eu pudesse entender, outra voz me puxou de volta à realidade. — Margarida? Você está bem? — era Emma, parada na porta do quarto, os olhos arregalados de preocupação. Sentei-me rapidamente na cama, ainda meio confusa. — Emma, querida… estou bem, só tive um sonho estranho. — Filha, o qu
Ronaldo Logo cedo, meu telefone tocou. Era meu assistente. A voz dele estava animada, quase ofegante de tanta urgência. Quando cheguei no prédio da empresa, meu advogado estava lá, me aguardando. — O documento está pronto. Só falta sua assinatura… e a da Margarida. Por um segundo, fiquei em silêncio. Era isso. O passo decisivo. Um movimento que mudaria tudo. — Foi mais rápido do que imaginei — murmurei, com os olhos fixos nas folhas que ele me entregou. — Sim, mas só foi possível porque Margarida é filha de quem é… e porque João, bem… ele está cada vez mais isolado entre os diretores da empresa — explicou meu advogado, com aquele tom contido de quem sabe que está presenciando o fim de um império. — Felizmente, para mim — respondi, quase como um pensamento alto. — Você sabe que isso vai gerar um caos, certo? Ele vai descobrir. Logo. E quando isso acontecer... não vai ser bonito. Fechei os olhos por um instante. Eu sabia. E mesmo assim... — Ele não precisa gostar. Ele s
Margarida Não posso dizer que a presença dos pais de Ronaldo me incomodou. Pelo contrário, senti-me acolhida. A mãe dele tem a mesma gentileza cativante que vejo em Emma, mas com um toque curioso — ela age como se já me conhecesse de outras vidas. Seus olhos me observam com um calor que ultrapassa a mera cordialidade. É como se ela enxergasse em mim algo que nem eu mesma consigo ver. Emma… ah, essa pequena dama! Ela tem o dom de transformar qualquer manhã cinzenta em primavera. Seu jeito doce, suas risadas espontâneas, o modo como segura minha mão como se fosse a coisa mais natural do mundo… ela está me conquistando mais do que jamais imaginei possível. Hoje, bem cedo, Ronaldo recebeu uma ligação urgente. Antes mesmo do café da manhã, ele se aproximou com um ar de pressa. — Preciso sair agora — disse, com aquele olhar que tenta disfarçar a culpa por nos deixar tão de repente. Notei os olhos atentos dos pais dele, perscrutando cada detalhe, cada gesto. Entendi o que esperavam.
O restaurante que escolhi, pertence ao meu amigo Erick, eu nao me sentaria na mesma mesa que um homem como João se não conhecesse o ambiente. O lugar era de luxo, mas o clima entre nós estava longe de ser refinado. Luzes suaves, garçom discreto, vinho caro… um cenário cuidadosamente escolhido para parecer civilizado. Mas eu sabia exatamente o que João queria com aquele convite: confronto. Ele estava sentado à cabeceira da mesa como se ainda comandasse o mundo. Terno impecável, sorriso ensaiado. Mas os olhos… os olhos traíam sua verdadeira intenção: raiva. — Ronaldo — disse, estendendo a mão com aquela arrogância natural —, obrigado por vir. Apertei sua mão com firmeza, mantendo o olhar. Meu sorriso foi mínimo. Cordialidade, apenas o suficiente. — Quando um concorrente nos convida para jantar, é sempre por um bom motivo — respondi, puxando a cadeira. João riu, tentando disfarçar o incômodo. Mas não demorou. — Vou direto ao ponto — disse ele, recostando-se —. Você casou com
Duas semanas haviam se passado desde o jantar com Abraham. Agora, faltava apenas uma semana para o evento annual da companhia RV.A maior parte dos meus dias era passada em casa, mergulhada em documentos, procurando qualquer brecha, qualquer evidência que pudesse tirar João do controle da JS. Enquanto isso, Ronaldo já havia garantido mais duas parcerias — um avanço significativo, mas o clima ainda era de tensão constante.Naquela manhã, despertei com vozes no andar de baixo. Elas soavam intensas, apressadas. Por um instante, temi que fosse algum convidado indesejado. Meus sentidos se aguçaram. No entanto, logo depois, risos preencheram o ambiente. Risos? Aquilo, sim, era inesperado.Desci com cautela. Ao alcançar a sala, meus olhos encontraram um casal sentado no sofá, de frente para Ronaldo, com Emma nos braços do homem. Quando perceberam minha presença, a surpresa foi instantânea. A mulher se levantou de um salto e caminhou apressada até mim.—Margarida… — murmurou, quase sem ar,
Quando estacionei o carro no jardim, Margarida demorou alguns segundos para sair, sua boca abriu e eu sei que ela queria dizer algo, mas nenhum de nós estava preparado para falar qualquer coisa. É verdade. Eu quase a beijei, e se não fosse o celular e depois o caseiro, só Deus sabe o que teria acontecido depois.Finalmente, saímos do carro. Erick havia ligado e avisado que um dos maiores acionistas do grupo JS havia aceitado conversar comigo a respeito de suas ações na empresa. — Eu preciso ir a um restaurante, vou jantar com Abraham Wilson, você conhece? — perguntei quando chegamos em casa. — Sim, ele era muito amigo do meu pai. Faz muito tempo que não o vejo, você acha que posso ser necessária? Porque eu posso ajudar. — falou, seus olhos parecendo muito esperançosos. — Sim, eu acho que você será muito necessária, venha comigo. — chamei. — Sairemos as sete.— Está bem, até lá. E... Obrigada pelas flores, eu amei, elas são lindas. — falou, sorrindo e cheirando o buquê que ela não
Algumas coisas em nossa vida não têm explicação. Eu estava em um local que, em meu coração, parecia familiar. Eu tinha certeza de que amava aquele lugar, mas minha mente ainda não estava clara. — Isso é lindo — afirmei, encantada. Havia uma propriedade rural com uma casa grande. Atrás das árvores que a cercavam, um rio e uma cachoeira compunham a paisagem. Mais ao longe, um curral onde vários cavalos corriam livres. O cenário parecia saído de um sonho. — Meu Deus, que lugar incrível — murmurei novamente, admirada. — É uma propriedade da família. Eu vinha muito aqui quando era criança — Ronaldo comentou, pensativo. — Meus pais pensaram em vender quando nos mudamos, mas eu implorei para deixarem para mim. Desde então, venho sempre que quero ficar sozinho. — E então, o que eu estou fazendo aqui? — sorri, brincando. — Você está aqui porque agora eu quero ficar sozinho com você... — Ele deu de ombros, mas ao ver meu olhar surpreso, pigarreou e corrigiu: — Com a sua companhia.