Há cinco anos Ângela Torres tenta engravidar de Heitor Torres, e todas as vezes ela sofre abortos. O que Ângela não sabia era que a amante de seu marido, a envenenava provocando os abortos. Após ser humilhada e deserdada, ela chega ao fundo do poço ao descobrir que a amante de seu marido é sua própria prima, Ana Clara Machado. A prima que ela acolheu em sua própria casa... "Uma cobra venenosa que eu acolhi e cuidei, como ela pode me trair assim? Como os dois podem me trair assim?" Ângela é jogada na sarjeta, sem pai e sem marido. Cinco anos depois, Ângela retorna como uma herdeira que detém o poder para salvar a indústria Torres. Sua condição? Que Heitor se case com ela! Ao tirar o véu, ela espera que ele fique assustado ao vê-la, mas ele fica deslumbrado com sua beleza. Ele parece diferente, muito parecido com o homem que ela se apaixonou no passado. Ele não a reconhece. Como o homem que a abandonou grávida e destruiu sua vida não a reconhece?
Leer másUma semana depois, a mansão estava silenciosa, mas carregada de expectativa. Heitor estava no quarto, observando pela janela. O sol da tarde iluminava o jardim, e foi nesse momento que ele a viu.Ângela chegava com Noah nos braços, o pequeno rindo, alheio à tensão que pairava no ar. O coração de Heitor disparou, uma alegria súbita e avassaladora o encheu, quase fazendo-o esquecer a fraqueza que ainda carregava do hospital. Cada passo dela pelo jardim parecia acelerar o pulso dele, como se o tempo tivesse parado apenas para observá-la.Ela deixou a criança com a governanta, que o recebeu com um sorriso acolhedor, e subiu silenciosa até o quarto de Heitor. Cada passo ecoava pelo corredor, aumentando o frio que se formava na barriga dele, misturando esperança e medo.— Ângela… — começou ele, a voz cheia de expectativa. Ele estendeu os braços, desejando envolvê-la em um abraço, sentir o calor dela de novo.Ela recuou, firme, os olhos brilhando de emoção, mas a parede que havia construído
Ângela segurava o celular com as mãos trêmulas, os dedos apertando o aparelho como se a vida de seu filho dependesse disso — e dependia. Ligou para Heitor, cada toque ecoando em seu peito como um tambor de guerra.De repente, o som estridente do celular dele cortou o ar do hospital. Ela olhou para trás e congelou.Ele estava ali, na entrada da recepção, pálido, os olhos cansados e o corpo ainda frágil da febre que havia sofrido. O choque nos dois foi imediato; a sala pareceu desaparecer ao redor.— Eu ouvi tudo. — A voz dele saiu rouca, carregada de tensão e drama. — Se o médico precisar do meu sangue, pode pegar tudo. — Cada palavra parecia custar esforço, mas ele não hesitava.Ângela engoliu em seco, o coração disparando. O sangue frio que ela tentava manter se misturava à urgência que queimava em suas veias.O médico se aproximou, observando Heitor com preocupação.— Ele parece muito fraco… talvez não consiga aguentar uma transfusão completa. — A voz era cautelosa, quase implorando
Ângela avançou num impulso, o coração acelerado. Aproximou-se da cama e tocou a pele úmida de suor de Heitor. Estava em chamas.— Heitor… — sussurrou, quase sem perceber.Os olhos dele permaneceram fechados, a respiração entrecortada. Então, num murmúrio fraco, escapou de seus lábios:— Ângela…O som a atingiu como uma lâmina. Seu nome. Não “senhora”, não “madame”. Apenas Ângela.A garganta dela se apertou. O peito subia e descia em descompasso. Por um segundo, esqueceu-se de tudo — da vingança, da mágoa, do ódio que alimentava. Apenas o viu, perdido em febre, clamando por ela como se fosse sua única âncora.Num gesto rápido, chamou um médico.. . .— Ele está esgotado. — o profissional explicou após examiná-lo. — Estresse extremo, noites sem dormir, falta de alimentação. O corpo dele entrou em colapso. Se insistir nesse ritmo, não terá forças para continuar.Ângela ouviu em silêncio, os dedos crispados contra o vestido. Queria perguntar desde quando ele se negligenciava assim, mas co
Ângela permaneceu imóvel, observando pela vitrine.Ana Clara estava sentada em uma mesa elegante, ao lado de um homem mais velho, de terno impecável. O sorriso dela era ensaiado, venenoso, enquanto o garçom se aproximava.Heitor.Ângela viu a cena se desenrolar como um pesadelo familiar. Ana Clara franziu o nariz, reclamando do prato, e antes que ele pudesse retirá-lo, arremessou a comida contra o peito de Heitor.Ele permaneceu parado, o uniforme encharcado, a vergonha estampada no rosto. Ana Clara riu alto, exibindo-se para os clientes ao redor, e saiu de braços dados com o homem rico, satisfeita com o espetáculo.Ângela sentiu a bile subir à garganta. Não de piedade por Heitor — ainda não queria admitir isso — mas de raiva pela prima que continuava espalhando veneno.. . .No dia seguinte, mandou seus assistentes investigarem. O relatório veio rápido: Ana Clara havia se tornado amante de um empresário casado, e agora alegava estar grávida dele. O detalhe mais interessante: Ana Clar
As batidas na porta continuavam, firmes, desesperadas.— Ângela! Abre essa porta, por favor! — a voz dele tremia, carregada de urgência.Ela apertou as mãos contra o peito, o coração disparado. Cada pancada parecia ecoar dentro dela. Por um momento pensou em ignorá-lo, deixá-lo implorar até perder a voz. Mas a raiva queimava em seu peito, e com um gesto brusco, girou a chave e abriu a porta.Heitor entrou de imediato. O rosto tenso, os olhos avermelhados.— Por que você nunca me contou? — a voz dele era quase um sussurro, mas havia desespero em cada palavra. — Esse menino… ele é meu filho, não é? Por que me escondeu isso?Ângela sentiu o chão tremer sob os pés. O corpo inteiro latejava de ódio.— Está realmente me perguntando isso, Heitor? — sua voz cortava o ar como lâmina. — Depois de me trair com a minha própria prima? Depois de me humilhar, de me expulsar da sua vida como se eu fosse lixo? Ela ainda me envenenou! me fez sofrer abortos! Ele engoliu em seco. Aproximou-se devagar, a
O vestido branco pesava sobre seus ombros.Pesava mais que os cinco anos de dor que ela carregava.Cinco anos de humilhação.Cinco anos sabendo que Heitor estava com sua prima.Seus olhos queimavam de ódio.Seu coração batia descompassado.O véu cobria seu rosto, mas não podia esconder o poder que brotava dela.Cada passo na igreja fazia o chão tremer sob seu peso.Cada olhar dos convidados parecia julgá-la, mas ela não sentia medo.Nada importava além daquele momento.Ela lembrava de cada aborto, cada mentira, cada noite em que se sentira sozinha.A raiva fervia em suas veias.O corpo gelado, mas o sangue fervendo de desejo e vingança.Heitor estava lá.Impecável.Confiante.Não fazia ideia de quem estava prestes a enfrentar.Não a reconheceu.Ela sorriu.Pequeno. Frio. Calculado.O suficiente para que ele sentisse um arrepio.O padre disse as palavras:— Pode beijar a noiva.Ela ergueu a mão lentamente.O véu caiu.O silêncio foi absoluto.Heitor recuou.Os olhos arregalados.O choq
Último capítulo