Há cinco anos Ângela Torres tenta engravidar de Heitor Torres, e todas as vezes ela sofre abortos. O que Ângela não sabia era que a amante de seu marido, a envenenava provocando os abortos. Após ser humilhada e deserdada, ela chega ao fundo do poço ao descobrir que a amante de seu marido é sua própria prima, Ana Clara Machado. A prima que ela acolheu em sua própria casa... "Uma cobra venenosa que eu acolhi e cuidei, como ela pode me trair assim? Como os dois podem me trair assim?" Ângela é jogada na sarjeta, sem pai e sem marido. Cinco anos depois, Ângela retorna como uma herdeira que detém o poder para salvar a indústria Torres. Sua condição? Que Heitor se case com ela! Ao tirar o véu, ela espera que ele fique assustado ao vê-la, mas ele fica deslumbrado com sua beleza. Ele parece diferente, muito parecido com o homem que ela se apaixonou no passado. Ele não a reconhece. Como o homem que a abandonou grávida e destruiu sua vida não a reconhece?
Leer más— Sinto muito, Sra. Torres, mas receio que não possa engravidar novamente. Esse aborto trouxe complicações graves.
Ângela ouve o diagnóstico do médico em completo silêncio. Seu olhar era vazio. Era o terceiro aborto em cinco anos de casamento. Estava, por acaso, sendo punida por vidas passadas? — Está dizendo que ela não pode mais engravidar? — Heitor Torres questionou o médico. O homem se mantinha impassível ao lado da cama hospitalar. Seu olhar frio e distante. — É improvável que isso aconteça — o médico respondeu com pesar. — Vou deixá-los sozinhos agora. Quando o médico saiu, fechando a porta do quarto, quase esbarrou em uma mulher ruiva e alta, parada muito próxima à porta. Heitor se voltou para Ângela, que fitava a parede branca à sua frente, atônita. — Você fez de propósito. Ao ouvir as palavras de acusação de Heitor, a mulher despertou, olhando na direção do marido. — O quê? — sua voz estava rouca de tanto chorar. Heitor puxou uma cadeira e se sentou de frente para ela. — Você está me punindo, me negando a única coisa que eu desejo de você. Um filho. É isso que está fazendo, Ângela. A mulher sentiu seu coração sendo despedaçado mais uma vez. Como ele ousa me acusar daquilo? Ele acredita que eu perdi meu filho de propósito para feri-lo? Pensou, indignada. — Você só pode estar brincando comigo, Heitor. Acha que eu mesma provocaria um aborto para machucar você? Acha que eu não estou sofrendo? — gritou, sua voz ainda rouca. Heitor a olhou com visível desprezo. — Três abortos. Três vezes que acreditei que seria pai, e você me tirou isso. — Será que realmente é culpa minha? Você nunca está em casa. — o acusou. Heitor se levantou, indignado. — Que culpa eu tenho? Depois de perder tantos filhos, espera que eu não sinta nada?— ele rugiu. — Você acha que eu não sofro? — Ângela gritou. Nem mesmo naquele momento de dor para ela, Heitor ficava ao seu lado. — A culpa é sua. Seu único compromisso nesse casamento é gerar herdeiros, e até nisso você falha. Uma esposa inútil pra mim. Ângela sentia as lágrimas ameaçando cair. Maldito cruel... Por que ele não a amava como ela o amava? Como ele poderia ser tão perverso? — Como você pode falar isso pra mim? Como pode ser tão cruel assim? Heitor se virou e foi até a janela, ficando de costas para a esposa. — Estou extremamente cansado do seu fracasso. — sua voz era fria como aço. E cortava como aço também. Como ele poderia desprezá-la tanto? O que ela podia ter feito contra ele durante esses cinco anos para que ele a odiasse tanto? — Você diz isso porque está apaixonado pela prostituta com quem está me traindo.— argumentou Ângela, sua voz repleta de mágoa. Heitor se virou, seu olhar em chamas silenciosas. — Prostituta? É isso que tem a dizer? — perguntou, furioso. — Uma mulher que se deita com um homem casado não tem honra. Você também está abrindo mão da sua toda vez que se deita com ela. Deve ser por isso que Deus não permite que você tenha um filho... Antes que pudesse terminar a frase, o homem cruzou o quarto e a segurou pelo pescoço, apertando com força. — Desgraçada... se existe alguém sendo castigado aqui, é você, não eu! — esbravejou ele. Ângela segurava seus pulsos, tentando em vão diminuir o aperto em seu pescoço. Apenas quando viu seu rosto mudando de cor e seus olhos quase se fechando, Heitor a soltou. Ela teve um acesso de tosse dolorosa enquanto tentava puxar o máximo de ar para seus pulmões. — Queria nunca ter me casado com você — ele disse antes de fechar a porta. Segundos depois, seu celular tocou e, ao ver o brilho da foto de seu pai, atendeu. — Você perdeu o bebê novamente? — o pai perguntou imediatamente, e sua voz era fria. Ângela engoliu em seco. — Sim, pai. — Como pode ser tão inútil? Uma única tarefa! Engravidar do seu marido! Dar um herdeiro à família Torres! Você está nos envergonhando! Sentia seu coração sendo esmagado no peito. Realmente não havia ninguém para entender sua dor? Talvez, se sua mãe estivesse viva, entendesse a dor profunda que estava sentindo. — Me desculpe, pai. Agora preciso desligar. Não esperou resposta e desligou, deitando-se na cama hospitalar, completamente sozinha. Tocou seu ventre, agora vazio, e chorou. Na manhã seguinte, Ângela esperou na porta do hospital por Heitor, mas uma hora depois e ele não havia chegado. Pegou seu celular e viu a mensagem de seu pai: "Assim que estiver recuperada, venha me ver" Respirou fundo. De repente, Heitor surgiu na recepção. Seus cabelos estavam úmidos ainda, e ele usava uma camisa de algodão branca, os botões fechados apressadamente. Assim que se aproximou dela, Ângela viu marcas de batom em sua gola branca. — Isso é batom? — ela questionou, sentindo todo o seu corpo estremecer. — Você me largou aqui no hospital e foi dormir com a sua amante?Ângela olhou nos olhos azuis do homem, ele tossiu diversas vezes e ela segurou sua mão.Aquele homem era seu pai...A mulher sentiu o toque frio das mãos dele e um nó se formou em sua garganta. As mãos dele tremiam.— Você quer vingança. Eles te machucaram tanto assim? — Ângela desviou o olhar e apenas assentiu.— Por que o senhor nunca me procurou? Fui criada por um homem que sabia que eu não era sua filha e apenas me desprezou. — desabafou, sua voz tremendo.De repente se lembrou de como nunca realmente teve escolha sobre como sua vida seria.Tudo havia sido decidido por Patrício Velar, que a via apenas como um objeto que devia gerar lucros para ele.Assim que eu não era mais útil, ele me expulsou de sua vida. Pensou ela amarga.— Sua mãe não desejava um escândalo e na época eu também era casado... ela me fez jurar que não reclamaria sua paternidade. — esclareceu ele.Deus... O que ela devia fazer agora? Sentia um ódio profundo por Heitor e sua prima.Mas havia coisas na casa que e
Como todos que conhecia puderam me trair? Meu pai, minha prima e Heitor. As pessoas em quem eu mais confiava... Como puderam me trair assim? Ângela caminhou pelas ruas segurando apenas uma mochila com algumas roupas e um pouco de dinheiro. Para onde iria? Não sabia. Mas Heitor havia a forçado assinar o divórcio naquela manhã, ao seu lado estava Ana Clara. "Assine e suma da minha vida" Ele havia dito. Sumir? Como depois de cinco anos ele poderia desprezá-la daquela forma? Desde de quando eles tinham um caso? Sentiu seus olhos arderem e de repente uma pontada em seu ventre. Parou de andar e tocou seu ventre. Um chute. Não aquilo não era possível. Esperou. Outro chute. Será... — Ângela Torres? — uma masculina a chamou e ela se virou para a calçada sobressaltada. Um homem alto de terno com olhos a cor de grama a fitava. — Eu não sou mais uma Torres. — ele anunciou. O homem sorriu e se corrigiu. — Uma Velar. Aquele era o nome de seu falso pai que a odiava. — Silvano
Ângela olhou para a TV onde exibia suas fotos com outro homem. Isabela Velar, sua irmã ligou a TV e a sacudiu para que ela olhasse. — Ângela! Veja! Oh meu Deus. Ângela estava deitada na cama de seu antigo quarto na casa de seu pai há três semanas, desde que Heitor pediu o divórcio. Ela fitou a matéria sobre ela. "Sra. Torres trai o marido" Em seguida suas fotos eram mostradas com algumas censuras. Isabela olhou para ela. — Você fez isso Ângela? Você traiu seu marido mesmo? Ela sentia seu corpo pesado. Sua cabeça doía terrivelmente e ela olhou para o seu celular. Diversas mensagens de revistas e programas de fofoca querendo uma entrevistas. Deus, porque isso estava acontecendo comigo? E onde estava Ana Clara? Ela já devia ter trazido suas coisas para a casa de seu pai. Ângela foi expulsa por Heitor, porque após três semanas Ana Clara ainda não havia vindo para a casa Velar? A porta do quarto foi aberta abruptamente e Patrício Velar entrou. Ele a olhou como se ela foss
Ângela suspirou e abriu os olhos. O quarto estava completamente escuro, suas mãos vagaram pela cama em busca do celular. Seus dedos acharam o criado-mudo e ela começou a procurar o celular, até que esbarrou em algo. Um som alto de vidro se quebrando preencheu o quarto, gotas de suco de laranja espirraram ao redor dela. — Merda! As luzes do quarto se acenderam. Heitor estava parado na porta, sua expressão estava estranha. — Heitor? Que horas são? — Ângela, quem é esse homem? — ele arremessou um pacote sobre ela. Os olhos de Heitor estavam vidrados. Seus cabelos estavam bagunçados e seus olhos cinza vermelhos. Quando Ângela abriu o pacote, viu fotos horríveis de si mesma deitada na cama com um homem nu ao seu lado. Ela olhou cada uma das fotos enquanto seu coração batia cada vez mais forte. — O que? Como... eu... — Você não vale nada. Uma hipócrita. — Heitor rugiu. Seu rosto estava vermelho e ele estava segurando uma garrafa de uísque. — Essas fotos são fa
Ângela fechou levemente os olhos enquanto as mãos de Heitor acariciavam seu ventre. Ela estava deitada na cama, seus pés balançavam para fora das cobertas e o homem estava sentado ao seu lado. Ângela tocou seu rosto suavemente e Heitor fechou os olhos. — Eu gosto do seu toque... — ele sussurrou de olhos fechados. Será que ele ainda me ama? pensou e quase perguntou a ele. o homem abriu os olhos cinza. — Vai dar certo agora, Heitor. Não estamos amaldiçoados. — ela disse quando viu uma sombra em seus olhos. Heitor engoliu em seco e seu olhar se tornou ressentido. — Como sabe que não vai acontecer tudo de novo... que você não vai... Ela colocou um dedo em seus lábios. — Esse bebê vai nascer. Sei disso. O homem assentiu e Ângela segurou suas mãos. Olhou para a aliança nas mãos de ambos. — Ângela, não vou conseguir perder mais um. — ele disse após um momento. — Você não pode falhar. — Heitor... — Talvez devêssemos viver sozinhos. — ele disse de repente. Ângela fr
Como ele poderia ser capaz de abandoná-la no hospital e passar a noite com sua amante? Ângela se casou com Heitor Torres por amor, não apenas por um acordo entre as famílias Torres e Velar. Ela estendeu a mão e tocou a gola de sua camisa. — Como pode fazer isso? Eu acabei de perder o nosso filho... — ela gritou e segurou com força a camisa branca. As lágrimas desciam profusamente pelo seu rosto. Heitor segurou seus pulsos, tentando contê-la. As pessoas ao redor da recepção observavam a cena, e os sussurros aumentavam: — Veja, aquele homem não é Heitor Torres? — Sim, CEO das Indústrias Torres. Aquela é sua esposa. Ao que parece, acabou de perder mais um filho deles. — Será que eles vão se divorciar? Ângela continuou segurando a camisa de Heitor. O homem a arrastou para fora da recepção. Para a chuva. — Você ficou louca? — ele gritou e segurou seus pulsos, puxando-os para longe de sua camisa. — Louca? Você me abandonou aqui... — ela gritou de volta. Ângela sentia a chuva ca
Último capítulo