As batidas na porta continuavam, firmes, desesperadas.
— Ângela! Abre essa porta, por favor! — a voz dele tremia, carregada de urgência.
Ela apertou as mãos contra o peito, o coração disparado. Cada pancada parecia ecoar dentro dela. Por um momento pensou em ignorá-lo, deixá-lo implorar até perder a voz. Mas a raiva queimava em seu peito, e com um gesto brusco, girou a chave e abriu a porta.
Heitor entrou de imediato. O rosto tenso, os olhos avermelhados.
— Por que você nunca me contou? — a voz dele era quase um sussurro, mas havia desespero em cada palavra. — Esse menino… ele é meu filho, não é? Por que me escondeu isso?
Ângela sentiu o chão tremer sob os pés. O corpo inteiro latejava de ódio.
— Está realmente me perguntando isso, Heitor? — sua voz cortava o ar como lâmina. — Depois de me trair com a minha própria prima? Depois de me humilhar, de me expulsar da sua vida como se eu fosse lixo? Ela ainda me envenenou! me fez sofrer abortos!
Ele engoliu em seco. Aproximou-se devagar, a