Capítulo 3

Ângela fechou levemente os olhos enquanto as mãos de Heitor acariciavam seu ventre.

Ela estava deitada na cama, seus pés balançavam para fora das cobertas e o homem estava sentado ao seu lado.

Ângela tocou seu rosto suavemente e Heitor fechou os olhos.

— Eu gosto do seu toque... — ele sussurrou de olhos fechados.

Será que ele ainda me ama? pensou e quase perguntou a ele.

o homem abriu os olhos cinza.

— Vai dar certo agora, Heitor. Não estamos amaldiçoados. — ela disse quando viu uma sombra em seus olhos.

Heitor engoliu em seco e seu olhar se tornou ressentido.

— Como sabe que não vai acontecer tudo de novo... que você não vai...

Ela colocou um dedo em seus lábios.

— Esse bebê vai nascer. Sei disso.

O homem assentiu e Ângela segurou suas mãos.

Olhou para a aliança nas mãos de ambos.

— Ângela, não vou conseguir perder mais um. — ele disse após um momento. — Você não pode falhar.

— Heitor...

— Talvez devêssemos viver sozinhos. — ele disse de repente.

Ângela franziu o cenho. Do que ele estava falando? Ele queria jogar Ana Clara na rua?

— O que?

— Talvez sua prima, Ana Clara devesse alugar um apartamento. — ele disse de modo cauteloso.

Antes que Ângela pudesse perguntar desde quando ele estava pensando sobre aquilo, a voz de Ana Clara surgiu no corredor.

Ela entrou no quarto segurando uma bandeja de madeira com um copo de suco com gelo.

— Muito cedo para mimar a grávida? — perguntou, sua voz doce.

Ângela olhou para Heitor que pigarreou e se levantou.

— Preciso ir trabalhar. — Anunciou e olhou para Ângela.

Ele abriu a boca para dizer algo, mas Ana Clara o interrompeu.

— Pode ir. Vou cuidar muito bem da minha prima.

A mulher sorriu e caminhou em direção a cama, colocando a bandeja no criado mudo ao lado da cama.

Heitor olhou uma última vez para Ângela.

— Estarei em casa logo. — disse e lançou um olhar para Ana Clara.

Quando a porta se fechou, Ângela deitou e sorriu.

— Viu? Eu disse que meu casamento não terminou.

Ana Clara se sentou na ponta da cama.

— Você acha que ele realmente não vê mais a amante? — a mulher insinuou.

Ângela se sentou na cama e olhou para a prima.

— Desde que comecei o tratamento para engravidar ele está mais presente...na cama. — revelou e teve a certeza de ver uma centelha de raiva nos olhos verdes da prima.

— Isso não significa que ele não veja mais a amante.

Ângela engoliu em seco e sentiu um nó se formando em sua garganta.

Por que ela estava falando aquelas coisas? Queria deixá-la chateada?

— Me deixe sozinha agora. Quero descansar um pouco. — pediu.

Ana Clara assentiu e se levantou.

— Não esqueça de beber o seu suco. Vai fazer bem para o bebê. — sorriu e cobriu os pés de Ângela.

. . .

No corredor, Ana Clara tocou o vidro com o veneno que havia colocado no suco de sua prima.

— Heitor só terá filhos com ela por cima do meu cadáver. — murmurou para si mesma.

O ódio a envolvendo como uma cobra silenciosa.

Pegou seu celular e digitou uma mensagem para Heitor.

"Vamos nos ver essa tarde?"

Alguns segundos depois, uma mensagem chegou.

Quando olhou para o celular, rangeu os dentes.

"Não."

Aquilo tudo era culpa de Ângela.

Desde que seu tratamento havia se iniciado, uma parte de Heitor acreditava que eles ainda poderiam ter um filho e ele estava cada vez mais distante dela.

"É importante. Preciso contar uma coisa sobre Ângela."

Digitando...

"Contar o que?"

"Vamos almoçar juntos."

"Ok."

Alguns minutos depois, Ana Clara entrou no restaurante com seus saltos altos e levou apenas alguns segundos para encontrar Heitor sentado em uma mesa na parte mais reservada do restaurante.

Ele não quer ser visto comigo? É isso? Pensou com desdém Ana Clara.

Ela tirou uma mecha de cabelos ruivos do rosto e caminhou até ele.

Seu decote era profundo e Heitor olhou para seus seios por meio segundo, como se sentisse culpado, ele desviou o olhar.

— Eu pensei que tivesse sido claro com você há um ano atrás. Entre nós foi um erro. — o homem disse.

Ana Clara observou como ele evitava olhar para ela.

Sua barba estava feita e seus cabelos escuros devidamente penteados.

Seu terno se ajustava perfeitamente em seu corpo, o relógio caro com diamantes em seu pulso o deixava ainda mais bonito.

Por que Ângela poderia tê-lo e ela não?

Ela já tinha tudo, sua mãe foi uma violinista famosa, seu pai era um grande empresário do ramo de alimentos...

E ela? Seus pais faliram e morreram em um acidente de carro, deixando-a sozinha aos 17 anos.

Sem ter como pagar sua casa, sua faculdade...

E a quem ela teve que pedir ajuda?

A sua prima perfeita.

— Eu entendi. Mas você tomou essa decisão por culpa, pelas palavras idiotas de Ângela ao dizer que você estava sendo castigado. E se eu disser que ela está traindo você?

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