Ângela permaneceu imóvel, observando pela vitrine.
Ana Clara estava sentada em uma mesa elegante, ao lado de um homem mais velho, de terno impecável. O sorriso dela era ensaiado, venenoso, enquanto o garçom se aproximava.
Heitor.
Ângela viu a cena se desenrolar como um pesadelo familiar. Ana Clara franziu o nariz, reclamando do prato, e antes que ele pudesse retirá-lo, arremessou a comida contra o peito de Heitor.
Ele permaneceu parado, o uniforme encharcado, a vergonha estampada no rosto. Ana Clara riu alto, exibindo-se para os clientes ao redor, e saiu de braços dados com o homem rico, satisfeita com o espetáculo.
Ângela sentiu a bile subir à garganta. Não de piedade por Heitor — ainda não queria admitir isso — mas de raiva pela prima que continuava espalhando veneno.
. . .
No dia seguinte, mandou seus assistentes investigarem. O relatório veio rápido: Ana Clara havia se tornado amante de um empresário casado, e agora alegava estar grávida dele. O detalhe mais interessante: Ana Clar