Desde a infância, Tayla e Ryan eram inseparáveis, prometendo amizade eterna. Ela, a sonhadora que devorava Alice no País das Maravilhas; ele, o garoto gentil que vivia sob sorrisos fáceis. No entanto, uma surpresa de Tayla para Ryan se transformou na maior decepção de sua vida, destruindo o relacionamento, a amizade e os sonhos de um futuro juntos. Anos depois, Tayla se reinventou como a voz mais ousada da internet: "Alice no País dos Prazeres", um podcast onde ensina mulheres a encontrarem o prazer através do sexo, usando cada segredo íntimo que Ryan um dia lhe confiou. Ele, agora um modelo mundialmente famoso, não sabe que a mulher que arruína sua reputação com histórias anônimas é a mesma garota que um dia amou... E o magoou profundamente. Quando a falsa doença da vó Nona os obriga a voltar ao Rancho Palmer, eles se encontram como inimigos. Tayla carrega um segredo sob o nome de Lewis, seu filho de cinco anos. Ryan traz uma vingança pronta para ser servida. E no meio deles, um pingente de chave enferrujado, a única coisa capaz de abrir a porta do passado e fazê-los descobrir a verdade sobre o que realmente aconteceu naquela noite. Mas algumas portas, uma vez abertas, não podem mais ser fechadas. ⚠️ AVISO AO LEITOR: Esta obra contém linguagem forte (palavrões), referências a drogas lícitas e ilícitas, cenas de violência e conteúdo sexual. Recomenda-se discrição e atenção por parte de leitores sensíveis a esses temas. ⚠️ AVISO AO LEITOR: Esta obra contém linguagem forte (palavrões), referências a drogas lícitas e ilícitas, cenas de violência e conteúdo sexual. Recomenda-se discrição e atenção por parte de leitores sensíveis a esses temas. 📖 Prepare-se para um romance picante, repleto de tensão sexual e verdades explosivas!
Ler mais✔ Cenas íntimas explícitas – O livro aborda sexualidade de forma aberta, com cenas de teor adulto.
✔ Trauma emocional – Lembranças dolorosas, mágoas profundas e um passado marcado por decepção. ✔ Mentiras e segredos explosivos – Paternidade oculta, vingança e identidades secretas. ✔ Tensão e conflito intenso – Relacionamento tóxico no passado, ódio que se confunde com desejo. ✔ Possíveis gatilhos – Abandono, traição, exposição pública e discussões sobre reputação arruinada.Romances proibidos / Inimigos para amantes
Histórias de segunda chance com alto teor dramático
Personagens moralmente ambíguos e cheios de segredos
Livros que misturam paixão, vingança e redenção
Se você está preparado para uma montanha-russa emocional, mergulhe nessa história – mas lembre-se: algumas portas, uma vez abertas, nunca mais se fecham. 🔥
Se algum dos temas acima for sensível para você, considere ler com cautela.
PRÓLOGO
Cidade de Solidão, Noriah Sul, janeiro de 2000.
Desde que eu o vi pela primeira vez, meu coração batia como se fosse uma bomba-relógio, prestes a explodir. E achei que algum dia aquela sensação fosse mudar. Mas nunca mudou. O que eu sentia continuava intenso, como sempre. Aquele garoto era o ar que eu respirava e estar longe dele era como estar sentada numa varanda numa noite de tempestade, esperando pela morte.
O vento cortava como uma lâmina quando subimos a montanha íngreme e pedregosa, nossos dedos entrelaçados tão firmes que doíam. Eu sabia que se caísse, ele não me soltaria. Nunca. Mas não sabia que, no fim, seria ele quem me deixaria escorregar.
Assim que chegamos, gentil como sempre, ele estendeu o casaco com o emblema do colégio sobre as pedras, para que eu pudesse sentar em cima. Respirei fundo e olhei para a cidade de Solidão, do alto do moro, e sorri quando senti seu braço gentilmente sobre meus ombros, puxando-me contra si. Seu coração batia rápido demais. Eu devia ter percebido.
- Nunca mais fui solitária em Solidão desde que você chegou. – Brinquei.
- La Solitudine é a mais bela cidade que já conheci. – A voz grave me brindou com as poucas palavras em italiano, que eu amava quando ele pronunciava – Falando nisto – Da mochila, tirou um objeto prateado: um Discman. Algo tão comum para ele, tão mágico para mim. Quando colocou os fones em nossos ouvidos e La Solitudine começou a tocar, eu ri. A música era triste, mas naquele momento, eu jurava que nunca seria como a letra.
- De onde é isto? – Perguntei maravilhada.
- Meu pai trouxe da Itália, na última viagem.
Fechei os olhos e fiquei apreciando a voz maravilhosa e a música melodramática que embalou muitas das nossas tardes no cume do morro. Quando a música encerrou, retirei o fone e disse:
- Acho que esta música inspirou o nome da minha cidade. – Suspirei, enlaçando meus dedos nos dele, ainda com a cabeça deitada em seu ombro – Porque é tão triste quanto...
Marco não disse nada. Mas senti sua respiração acelerar levemente e os dedos apertarem os meus.
- Sempre me senti sozinha e triste... Até você aparecer – confessei mais uma vez – Quando casarmos, a primeira coisa que faremos é passar a noite aqui. Veremos o pôr e o nascer do sol... E teremos uma bela história para contar aos nossos filhos. Claro que depois disto você me levará para conhecer as sete maravilhas do mundo! – Sonhei alto.
Ouvi um gemido e levantei a cabeça, virando-me na direção dele. Contemplei seus olhos castanhos grandes, de onde lágrimas grossas escorriam. Nunca, desde que o conheci, o vi triste.
- Eu... Fiz alguma coisa de errado? Falei algo que você não gostou? – Me preocupei.
Marco sorriu em meio às lágrimas e limpou-as, depois ajeitando os cabelos, pondo a franja que caía sobre a testa para trás. Em seguida pegou meu rosto entre suas mãos e disse com pesar:
- Eu vou ter que partir, minha garota dos cabelos de fogo.
- Partir? – minha voz mal saiu – Como assim? O Ensino Médio mal começou! Você não pode ir embora.
Ele me abraçou com força e senti seu aroma de perfume caro, misturado com o cheiro natural dos eucaliptos à nossa volta. Senti suas mornas lágrimas molharem minha blusa e fiquei tentando compreender o que estava acontecendo. Porque eu não havia me preparado para aquilo. O nosso plano era ficarmos juntos para sempre.
- Meus pais estão completando 25 anos de casados. E mamãe pediu uma viagem de presente.
- Mas... – sorri, fazendo-o me encarar – É só uma viagem!
Marco suspirou:
- Passei a vida pulando país em país, vivendo como um nômade, minha garota. Sei que não voltaremos para Solidão.
Engoli em seco e olhei para o céu azul, sem uma única nuvem e falei com toda minha certeza:
- Irei com você!
Marco sorriu e meneou a cabeça:
- Você sabe que isto é impossível, minha garota.
- Você... Não pode me deixar. Eu... Amo você.
Seus lábios encontraram os meus e senti o gosto salgado de nossas lágrimas em meio ao nosso beijo. O abracei com força e tudo que passava na minha cabeça era que eu nunca esqueceria aquele garoto, aquele momento e tudo que vivemos juntos.
- Escreverei cartas para você e postarei nos correios! – Marco prometeu.
- E... Se elas se extraviarem?
- Mando e-mails.
- Eu... Não tenho computador.
- Pode acessar pela escola.
- Só temos aula de computação uma vez na semana!
No entanto não tinham outras alternativas. Ou usávamos aquilo para nos comunicarmos ou jamais teríamos contato novamente.
- Não tenho sequer endereço para lhe dar. A vida inteira eu morei um pouco em cada país. E incrivelmente na cidade de Solidão foi onde me encontrei. E será a minha pior despedida.
Abaixei a cabeça, deixando as lágrimas escorrerem, sem saber o que dizer. Meu coração doía, o peito estava apertado e minhas pernas trêmulas. Era como se o mundo estivesse acabando naquele momento.
- Eu... Eu... Poderíamos fugir, garota dos cabelos de fogo! Só nós dois...
Levantei os olhos em sua direção:
- E eu destruiria o seu futuro – sorri – O amo demais para isto. Você tem uma vida inteira pela frente... E cheia de perspectivas. Eu... Sou só uma garota do interior – suspirei – Ao menos... Serei aquela que certamente você lembrará para sempre. Porque eu tenho certeza de que o que eu sinto é recíproco.
- Não vamos perder contato, minha garota dos cabelos de fogo. São só alguns milhares de quilômetros de distância que nos separarão... Não é nada para o amor que sentimos.
- E se um dia você me esquecer?
- Eu jamais a esquecerei. Nos falaremos por e-mail. Uma vez a cada semana você abrirá sua caixa de mensagens e terei escrito para você onde estou e o que faço.
- Não importa o que aconteça, acessarei a minha caixa de e-mails – garanti, limpando as lágrimas – E entrarei escondida na escola nas férias... E quando eu me formar... Roubarei um dos computadores.
Começamos a rir, em meio às lágrimas. Marco pegou uma mecha dos meus cabelos e ajeitou atrás de minha orelha:
- Vamos marcar um ponto de encontro.
- Um... Ponto de encontro?
- Sim.
Observei-o enquanto ele falava sem parar, empolgado, tentando encontrar alternativas para que nunca perdêssemos contato. Mas eu sabia que a probabilidade de aquilo dar certo era praticamente nula.
Os lábios grossos dele alternavam-se entre as palavras e os sorrisos empolgados cada vez que achava uma solução. Ele tinha uma covinha do lado direito da bochecha e aquilo me encantava ainda mais.
- Como foi a participação de Tayla hoje no podcast? O que temos de números?- Tivemos um acréscimo de 40% de ouvintes. Um número... Bem grande. – Ela me olhou e sorriu.- Interações?- Oitenta porcento a mais do que o normal. Só pararam porque o podcast encerrou. Ainda assim continuamos recebendo e-mails... De mulheres falando sobre pensão alimentícia, pais ausentes... E por aí vai.- Podemos fazer um levantamento do que estas mulheres desejam... E você ser a host de um podcast para mulheres, Tayla. Sororidade, lembra? – Ele tentou me convencer.- Por que a primeira dama não segue com o dela? – Sugeri.- Querida, o meu podcast não sairá do ar. Dionísio só está lhe oferendo um... Só para você. – Ela explicou, rindo.- Tayla receberia por isto? – Minha sogra perguntou.
POV TAYLA- Eu só soube quem era o meu pai quando completei 18 anos. Ou melhor, minha mãe me mentiu, fazendo com que eu acreditasse que era filha de uma pessoa e depois confessou que era outra. Ela queria que eu o procurasse e o convencesse a nos deixar ficar na casa que ele nos dava para morar, como um empréstimo. Achei inicialmente que ele não sabia da minha existência. Mas depois descobri que sim.Líbia e a primeira dama me olhavam pasmas. Questionei com o olhar a mulher que coordenava o podcast, que fez um gesto afirmativo com a cabeça, para que eu continuasse.- Dezoito anos sabendo que tinha uma filha... E ele nunca a procurou? – a primeira dama engasgou com a própria voz.- Sim. E ele morava próximo, numa cidade vizinha.- E o que você fez? – Líbia quis saber, pois não tinha conhecimento daquela parte da minha história.- Fui atr&aacut
No fundo, sempre tivemos a mesa do chá, o gato que sumia e aparecia, o coelho que nos apressava... Só nunca nos demos conta que não estávamos no país das maravilhas. E o tempo... Ele passava. Infelizmente não era eterno.- Sou Tayla Muller – ela sorriu sem jeito, ficando ruborizada – E confesso que sou tímida. Falo demais, gesticulo demais... Mas só comigo mesma... Ou com as pessoas do meu convívio. E estou muito, mas muito nervosa por estar aqui.- A parte boa é que é um podcast, um programa de rádio, então não tem tantas pessoas assistindo você ao vivo neste momento, apenas ouvindo – a esposa do presidente de Noriah disse, de forma divertida. – E para deixá-la mais tranquila, saiba que tem apenas cinco mil pessoas vendo o programa neste momento, olhando você em tempo real no Youtube.- Sim, números impressionantes
POV RYAN- É verdade o que andam dizendo por aí sobre o seu divórcio? – Perguntou-me o CMO, de forma séria.- Sim – confirmei – Apesar de um pouco de resistência no início, Ísis acabou finalmente aceitando o fim do casamento.Era estranho ser chamado pelo responsável pela parte de marketing, publicidade e parcerias da Versace para falar sobre o meu casamento.- Ótimo! Isto quer dizer que se eu tirá-la do nosso casting está tudo bem para você?Óbvio que eu me surpreendi com a fala dele. No entanto, tentei responder de forma tranquila:- Se ela está deixando a desejar... Tudo bem.- Você, mais do que ninguém, sabe que a Versace não contrata modelos diretamente. Diferente de você, que tem um contrato exclusivo de longo prazo, Ísis vem de agência. Só não encerramos nosso con
- Onde está Sirena? – Perguntei.- Debaixo da casa.Senti meu coração acelerar a uma ânsia me consumir.- Debaixo da casa? Vocês... Brigaram? Você... A... – Eu diria “matou”, mas a palavra se recusou a sair da minha boca.- A echarpe está debaixo da casa.- Que echarpe?- Tem uma madeira do assoalho solto. Não erga ela, Sirena.- Mãe... Nós duas brigamos? Eu sou Sirena... E... Bati em você? Tentei me defender? Para onde eu disse que iria quando parti?- Taj Mahal.- Taj Mahal! – Repeti, lembrando de Sirena falando sobre aquele lugar quando parti. – Taj Mahal, 25 anos... – falei, confusa – No dia 25 de dezembro... – Aquilo era loucura!- Você não vai chegar no Taj Mahal, Sirena.- Mãe, eu sou a Tayla.- Tayla? Sim, o nome dela será Tayla, porque eu decido. Não será Márcia. Sirena, eu quero tomar banho.Levantei a mão, a fim de tocar o rosto dela, mas não o fiz. Ela nunca me deu carinho e talvez por aquele motivo eu não conseguia lhe dar também. Não sei se minha mãe era o tipo de pessoa
Sorri e limpei a lágrima:- Não me ofendeu, Líbia... Pelo contrário. Eu só lembrei de uma pessoa que me disse uma vez que eu jamais usaria Versace na vida... Vestido, acessório ou qualquer outra coisa. Porque eu não era e jamais seria uma mulher empoderada. – Remeti-me a Haidee e a dor foi visceral.Líbia riu:- Você é a pessoa mais empoderada que eu já conheci, Tayla. Cuida de Lewis, faz faculdade, dá atenção ao meu filho, visita a mãe, que tanto a magoou no passado... – ela alisou minha bochecha – Nunca deixe que te humilhem, querida. Você é incrível... E não aceite que ninguém diga o contrário.Sorri e toquei a mão dela que ainda estava sobre meu rosto:- Obrigada por existir, Líbia!- Falando em empoderamento... Na próxima semana eu vou participar de um podcast com a primeira dama de Noriah Norte. É um papo de mulher, sabe... Falar sobre os problemas que enfrentamos, tipo menopausa, briguinhas com marido, celulite...Problemas? Ela definia aquilo como “problemas”?Eu ri:- Eu...
Último capítulo