Mundo ficciónIniciar sesiónEla jurou que nunca mais cruzaria o caminho dele. Mas o destino, cruel e irônico, a colocou de volta diante do homem que partiu seu coração — Ethan Moretti, o impiedoso CEO da Moretti Corp, e agora… seu chefe. Isabella Duarte sempre foi doce, dedicada e apaixonada pelo que faz. Mas quando é contratada como secretária executiva da empresa, descobre que o homem que a entrevista é o mesmo que a fez acreditar no amor — e depois a deixou sem explicações. Anos se passaram. Ele está noivo de uma socialite perfeita, e ela promete manter tudo profissional. Mas o olhar dele ainda queima, a voz ainda comanda, e o coração dela… ainda responde. Entre segredos, orgulho e um passado que insiste em voltar, Isabella precisa decidir: vai continuar sendo apenas a secretária dele… ou vai lutar por aquilo que o poder nunca poderá comprar — o verdadeiro amor.
Leer másO som dos saltos de Isabella Duarte ecoava pelo corredor do prédio, misturando-se ao ruído suave dos teclados e das conversas apressadas da Moretti Corp. Cada passo era uma luta entre o desejo de fugir e a necessidade de enfrentar a situação que o destino colocava diante dela.
Havia passado tanto tempo desde que viu Ethan Moretti pela última vez — anos que pareciam ter levado embora apenas a lembrança daquilo que um dia chamou de amor. Mas, agora, ali estava ele, diante dela, mais imponente do que qualquer memória poderia registrar.
Ela respirou fundo e tentou ignorar a tensão que crescia dentro do peito. Cada músculo do corpo estava em alerta, mas Isabella precisava manter a postura. Aqueles anos de dedicação e sacrifícios haviam sido para conquistar oportunidades como aquela, e nada, nem mesmo a lembrança dolorosa de um passado perdido, a impediria de dar o primeiro passo em direção a um futuro que ainda parecia incerto.
— Srta. Duarte? — chamou a recepcionista, com um sorriso gentil, mas apressado. — O Sr. Moretti está pronto para entrevistá-la.
O coração de Isabella disparou. “Moretti…” Ela repetiu o nome mentalmente, tentando se convencer de que era apenas coincidência. Mas quando as portas do elevador se abriram e ela entrou no último andar, toda a certeza que ela ainda tinha sobre si mesma vacilou.
Ele estava ali. Ethan Moretti. O mesmo olhar frio, o mesmo porte impecável, a mesma presença que um dia a deixou sem fôlego. Ela tentou não demonstrar nada, mas o impacto foi imediato. Cada lembrança, cada sentimento guardado, parecia se acumular no peito, transformando seu coração em uma mistura de saudade, medo e desejo.
Ele a observava com a mesma neutralidade que sempre teve em público, mas havia algo nos olhos dele que denunciava surpresa — talvez até um reconhecimento que ele não queria admitir. Ethan se levantou lentamente, ajustando o terno com perfeição e mantendo aquela expressão que misturava autoridade e distanciamento.
— Sente-se, Srta. Duarte. — disse, com a voz firme, mas carregada de um leve tom que fez Isabella engolir em seco.
Ela se acomodou na cadeira diante dele, tentando organizar os pensamentos. O silêncio que se seguiu parecia mais pesado do que qualquer conversa. Ele folheava seu currículo com precisão, como se cada linha pudesse desvendar algo sobre ela, mas ela sabia que ele também estava medindo cada reação sua. O que ele via quando olhava para ela? Confiança? Determinação? Ou apenas o fantasma de um passado que ambos tentaram esquecer?
— Vejo que passou por várias experiências desde que nos separamos… — disse ele, finalmente, quebrando o silêncio. — Interessante. Nunca imaginei que nos encontraríamos novamente desta forma.
Isabella respirou fundo, segurando a ponta de suas mãos sobre o colo, tentando manter a calma que, na verdade, lhe escapava a cada segundo.
— O destino gosta de testar a todos, Sr. Moretti. Mas aprendi que abaixar a cabeça não ajuda ninguém a crescer.
Ele ergueu uma sobrancelha, como se surpreendido com a coragem dela, e um sorriso quase imperceptível surgiu em seus lábios.
— Persistente como sempre… — murmurou, com aquela voz grave que ainda fazia seu coração vacilar. — Algumas coisas realmente não mudam.
O tempo parecia parar naquela sala. Cada respiração era medida, cada olhar carregava lembranças e promessas não cumpridas. Isabella percebeu que ele ainda a conhecia profundamente, e Ethan, por sua vez, não conseguia ignorar a presença dela, apesar do compromisso que carregava.
— A vaga é sua. — disse ele, de repente, firme, devolvendo a tensão da sala ao mundo real. — Começa na segunda-feira.
Isabella mal conseguiu respirar. Não era apenas a surpresa de conseguir o emprego, mas a força de saber que estaria novamente perto dele todos os dias. Ao se levantar, sentiu seu coração bater descompassado, consciente de que aquele seria apenas o começo de uma história onde orgulho, desejo e passado se chocariam em cada encontro.
Ela saiu da sala com passos firmes, mas o mundo parecia diferente. Ele não era apenas seu chefe agora. Era o homem que ainda tinha o poder de fazê-la tremer, de lembrá-la de cada promessa quebrada, de cada suspiro guardado.
E assim, de forma inesperada e inevitável, o destino começou a escrever mais um capítulo da história deles. Uma história onde o amor seria testado pelo poder, pelo orgulho… e pelo tempo que, por mais que tentassem, não conseguia apagar o que existia entre eles.
Pov. EthanDias atuais...A chuva parou, mas dentro de mim, a tempestade ainda rugia.As luzes da cidade se refletiam nas janelas do carro enquanto eu dirigia sem destino. Devia estar indo para casa — ou melhor, para o apartamento que Helena insiste em chamar de lar —, mas o volante parecia me guiar por conta própria. Eu precisava respirar. Precisava sair de dentro daquele escritório antes que dissesse algo que não poderia ser desdito.Ver Isabella com aquele advogado foi como um soco no estômago. Não era nada, eu sabia. Uma conversa profissional, risadas triviais. Mas o toque dele na mão dela... o jeito como ela sorriu... Aquilo me destruiu. E o pior? Eu não tinha o direito de sentir nada.Encostei o carro em uma rua lateral, deixei o motor ligado e apoiei a cabeça no volante. Por um instante, deixei o silêncio me dominar.O que estou fazendo?Passei anos construindo esse império, lutando contra o que sentia, tentando me convencer de que o passado ficou onde devia ficar. Que Isabella
Pov. EthanAlguns dias atrás...O elevador subia lentamente, e a cada número que se acendia, eu sentia o peso de um pressentimento se instalando. Não sabia o que esperar daquela manhã, mas algo em mim estava inquieto — um incômodo silencioso, como se o passado estivesse prestes a me confrontar.Na agenda, apenas mais uma entrevista para a vaga de assistente executiva. Um processo comum, impessoal. Pelo menos era o que deveria ser. Mas quando a porta se abriu e ouvi passos se aproximando, algo dentro de mim mudou. O som do salto contra o piso de mármore, o ritmo firme, mas hesitante… parecia familiar demais.Levantei o olhar e vi o nome na ficha que minha assistente deixara sobre a mesa: “Isabella Duarte.”O ar saiu dos meus pulmões de um jeito que eu não esperava.O nome ecoou como uma lembrança que nunca deixei morrer. Por um segundo, fiquei imóvel, apenas observando o reflexo da porta de vidro à minha frente — e o passado voltou inteiro, como se cinco anos não tivessem existido.Ela
Pov. Ethan5 anos atrás...Aquela tarde fria de setembro parecia interminável. O vento cortava como navalha, e mesmo dentro do carro aquecido, eu me sentia gelado por dentro. Havia acabado de sair de mais uma reunião da empresa — aquelas onde sorrisos educados escondiam punhais. O peso do sobrenome Moretti era um fardo constante. Meu pai exigia perfeição, e qualquer deslize era visto como fraqueza. Helena, minha “namorada” — uma união arranjada para fortalecer alianças empresariais — era só mais uma extensão das obrigações que eu nunca escolhi.Parei o carro no centro, sem pensar. Precisava de um momento longe de tudo. Foi quando vi a cafeteria. Pequena, discreta, com as luzes amareladas contrastando com o cinza do dia. Entrei, mais para fugir da minha própria mente do que para tomar café.O cheiro de canela e café fresco me envolveu. Procurei um lugar vazio, mas só havia uma mesa ocupada — por uma garota de casaco surrado, olhar cansado e um jornal aberto nas mãos. Tinha algo nela… t
Pov. Isabella 5 anos atrás...Era uma tarde fria de setembro, daquelas em que o vento parece atravessar a pele e entrar direto no coração. Eu tinha acabado de sair de uma entrevista frustrante — mais uma. Meus sapatos doíam, o currículo estava amassado na bolsa e a sensação de fracasso era quase sufocante.Entrei em uma cafeteria pequena no centro, mais para fugir do vento do que para me consolar com café. O lugar era aconchegante, com cheiro de pão de canela e música baixa ao fundo. Escolhi uma mesa perto da janela, tirei o casaco e abri o jornal dobrado — ainda acreditava que um anúncio impresso poderia mudar minha sorte.Enquanto lia as colunas de emprego, alguém parou ao meu lado.— Esse lugar está ocupado? — perguntou uma voz masculina, firme, grave.Olhei para cima e o vi pela primeira vez.Um homem alto, com um sobretudo escuro e olhar cansado. Não era o tipo de beleza óbvia — era o tipo que impunha respeito. Traços fortes, o cabelo castanho penteado com cuidado, e um leve vin
Pov. IsabellaA manhã chegou pesada, como se o próprio tempo se recusasse a avançar. O céu estava nublado, e o som da chuva fina contra o vidro da janela parecia acompanhar o ritmo confuso dos meus pensamentos. Tentei me concentrar no relatório que precisava revisar, mas as letras dançavam diante dos meus olhos. Desde o jantar na casa de Helena, nada mais parecia normal. Ethan havia se tornado um enigma ainda maior — e o pior é que eu não conseguia mais esconder de mim mesma o quanto ainda o amava.Passei a mão pelos cabelos, tentando aliviar a tensão. No escritório, o clima estava diferente. Todos sabiam que haveria uma reunião importante com o conselho naquela tarde, e os corredores pareciam respirar ansiedade. No entanto, o que me incomodava não era a reunião — era a forma como Ethan havia me olhado na última vez que nos falamos. Aquela mistura de raiva, dor e... desejo.Peguei uma xícara de café na copa e, por um instante, fechei os olhos, lembrando da forma como ele dizia meu nom
Pov. NarradorA manhã seguinte nasceu cinza, pesada, como se o céu refletisse exatamente o que Isabella sentia.Ela acordou com a cabeça latejando — havia dormido mal, entre pensamentos embaralhados e lembranças do jantar. As palavras de Ethan ecoavam na mente como uma música triste que não sabia onde terminava. “Você não precisa ser forte o tempo todo.” Ele dissera isso com uma sinceridade que a desarmou. Mas logo depois veio o telefonema, o olhar distante, o silêncio.E havia aquele nome: Victor. O advogado da empresa. O mesmo que, semanas atrás, tinha sido visto em uma reunião secreta com Helena. Isabella ainda não sabia o que aquilo significava, mas um instinto incômodo lhe dizia que nada era coincidência.Ela se levantou, foi até a janela e olhou a rua. Tudo parecia normal — vizinhos apressados, o cheiro de café fresco vindo de alguma cozinha próxima, o som de carros ao longe. Mas havia algo diferente, algo fora do lugar. Um carro preto estava estacionado no outro lado da rua. O










Último capítulo