“O que acontece no baile, fica no baile.” Pelo menos, era o que Francine esperava… Ex-modelo e agora empregada na mansão de Dorian Villeneuve — um CEO rico, frio e absurdamente charmoso — Francine sempre sonhou em voltar ao mundo da moda. E naquela noite, ela teria a chance perfeita. Com um plano ousado, um vestido vermelho escandaloso e a esperança de chamar a atenção de um olheiro da poderosa Agência Montblanc, ela se infiltra no baile de máscaras promovido por seu chefe. O que ela não esperava era ser beijada por ele. E o que Dorian não esperava era se apaixonar pela mulher misteriosa que o abandonou antes do amanhecer. Agora, ele está determinado a encontrá-la. O problema? Ela trabalha pra ele. Todos os dias. E ele não faz ideia. Entre encontros suspeitos, investigações, jogos de sedução e farpas hilárias, Francine será capaz de manter a identidade secreta por quanto tempo?
Ler maisNa cozinha, o cheiro de café fresco se misturava ao barulho de panelas e conversas abafadas.Malu entrou carregando a bandeja vazia e deu de cara com Francine bocejando, encostada no balcão com a cara de quem nem lembrava o próprio nome.Malu largou a bandeja com força desnecessária só pra causar impacto.— Sua sorte é que sou muito sua amiga. Sabe que era você quem devia estar servindo o café hoje, né?Francine levantou a cabeça com um sorriso cínico e fez um coraçãozinho com as mãos.— E é por isso que eu te amo. Se eu aparecesse lá bocejando do jeito que tô, com certeza seria demitida.Malu cruzou os braços, encarando ela como uma mãe que sabe exatamente o que a filha aprontou.— Mas pelo menos você teria visto o que eu vi.Francine endireitou o corpo na mesma hora.— O quê? Conta agora!O sono sumiu como mágica.Ela chegou mais perto, quase tropeçando no avental, os olhos arregalados de curiosidade.Malu olhou pros lados, como se o próprio Dorian pudesse surgir do chão.— Ele... t
As mãos dele deslizaram devagar pelas costas dela, explorando cada curva como se decorasse um mapa.Francine se arrepiou inteira, mas não entregaria isso tão fácil.— Você tem mãos perigosas... Deveria avisar seus convidados.— E você tem uma boca que devia vir com aviso de incêndio.Ela riu, enquanto deixava ele abrir lentamente o zíper do vestido. Cada segundo era mais quente que o anterior.— Vai devagar. Esse vestido não foi feito pra ser rasgado.— Eu sou um homem cuidadoso.— É mesmo? Cuidado é a última coisa que eu esperava de você.Ele colou o corpo ao dela, já sentindo o calor da pele por baixo do tecido.— Então talvez eu esteja prestes a te surpreender.A mão dele deslizou pela fenda do vestido, subindo sem pressa. Quando chegou à cintura e descobriu que não havia nada entre o tecido e a pele, parou por um instante — como se o ar tivesse mudado.Ele aproximou a boca do ouvido dela.— Isso é traiçoeiro — sussurrou, rouco.Ela sorriu, maliciosa.— Pelo visto, eu que te surpr
— E você parece... perigoso.— Isso te assusta?— Um pouco. Mas me assusta mais não saber se isso é verdade ou só charme barato.— Que tal me dar mais alguns minutos pra descobrir?Francine pegou mais uma uva.— Eu prefiro manter o mistério.— Eu prefiro quebrar ele, pedaço por pedaço.Ela riu, dessa vez sincera. Mas ainda mantinha a guarda alta.— Você tá muito convencido de que vai conseguir alguma coisa comigo essa noite.— Eu não estou tentando conseguir nada. Estou apenas aproveitando o privilégio de estar num quarto, sozinho, ao lado da mulher mais interessante do meu baile.Ela arqueou uma sobrancelha.— Esse discurso funciona com todo mundo ou você só tentou comigo?— Eu não costumo discursar pra ninguém.— Claro. Você é o anfitrião enigmático, aquele que observa tudo do alto da escada.— Até que uma certa mulher de vestido escarlate decidiu atravessar meu salão.Francine sentou na cama e apoiou o cotovelo sobre a perna cruzada, deixando a fenda do vestido ainda mais evidente,
Ela olhou para Dorian com um sorriso vitorioso.— Perdeu a cabeça de vez, senhor anfitrião?— Completamente — ele respondeu, estendendo a mão.Ela aceitou.Dorian cada vez mais curioso. Francine cada vez mais... escorregadia.Ele fazia perguntas sutis. Ela respondia com meia-verdade e um sorriso.— Você é daqui?— Hoje eu sou.— Posso saber seu nome?— Pode tentar adivinhar.Dorian sorria, mas os olhos estavam em alerta. Como se cada passo dela fosse um enigma.Francine, por outro lado, dançava com leveza. Mas por dentro, o pânico já começava a bater.Foi quando, de canto de olho, ela viu Malu, meio escondida entre duas colunas, fazendo um sinal desesperado com as mãos.Francine virou pra Dorian.— Me dá licença? Preciso... ir ao banheiro.Ele assentiu, mas os olhos seguiram ela até desaparecer do salão.No corredor, Malu já a puxava pelo braço.— Mulher, você é louca?! Dançando com ele? Chamando atenção desse jeito? Como você pretende sair dessa festa agora que ele só tem olhos pra v
No alto da escada principal, com uma taça de vinho na mão e a máscara preta escondendo metade do rosto, Dorian Villeneuve a observava atentamente.Ele não sorriu. Mas também não desviou.Francine prendeu a respiração.O plano era encontrar o olheiro primeiro. Mas foi o dono da festa que a encontrou.Ela mordeu o lábio de leve e caminhou mais fundo no salão.Chegou ao bar com o andar mais elegante que conseguiu sustentar. A fenda do vestido balançava no ritmo da música.Ela se sentou, respirou fundo e fingiu total controle da situação.— Me vê um Negroni, por gentileza — disse, com a voz mais aveludada que tinha.— Dois, por favor — uma voz grave completou atrás dela.Francine congelou por dentro.Dorian. Ele sentou-se na banqueta ao lado como se fosse a coisa mais natural do mundo.Ela não ousou olhar direto, apenas sorriu de leve e manteve o foco no bar.Ele também não pareceu reconhecê-la.Claro que não reconheceria.Em quase um ano naquela casa, ele mal sabia o nome dos empregados
Francine não passava de uma empregada comum na enorme mansão de Dorian Villeneuve, mas ainda não tinha desistido do sonho de desfilar em Paris.E naquela noite, ela tinha um único objetivo: chamar a atenção do olheiro da Agência Montblanc — um nome poderoso no mundo da moda — que, segundo boatos entre antigas colegas de passarela, estaria presente no baile.— O baile de máscaras anual do senhor Dorian. — Francine olhava para as unhas bem feitas — Faltam poucas horas.— Você é louca, Francine. — Malu disse isso tão naturalmente — Vai mesmo? Você nem tem um convite!— Meu amor, eu trabalho nessa mansão. Quem precisa de convite é quem tá lá fora. Eu só preciso de um vestido e uma máscara.Malu, a colega de quarto, cruzou os braços.— Ah, tá. E onde você vai arrumar isso, espertinha?Francine abriu o próprio guarda-roupa como quem revela um segredo de Estado.De lá, puxou um vestido vermelho escarlate, longo, com uma fenda escandalosa e um decote de tirar o fôlego.— Meus anos naquela agê
Último capítulo