Beijada pelo Chefe no Baile de Máscaras
Beijada pelo Chefe no Baile de Máscaras
Por: Aya Lins
1 - Oportunidade única

Francine não passava de uma empregada comum na enorme mansão de Dorian Villeneuve, mas ainda não tinha desistido do sonho de desfilar em Paris.

E naquela noite, ela tinha um único objetivo: chamar a atenção do olheiro da Agência Montblanc — um nome poderoso no mundo da moda — que, segundo boatos entre antigas colegas de passarela, estaria presente no baile.

— O baile de máscaras anual do senhor Dorian. — Francine olhava para as unhas bem feitas — Faltam poucas horas.

— Você é louca, Francine. — Malu disse isso tão naturalmente — Vai mesmo? Você nem tem um convite!

— Meu amor, eu trabalho nessa mansão. Quem precisa de convite é quem tá lá fora. Eu só preciso de um vestido e uma máscara.

Malu, a colega de quarto, cruzou os braços.

— Ah, tá. E onde você vai arrumar isso, espertinha?

Francine abriu o próprio guarda-roupa como quem revela um segredo de Estado.

De lá, puxou um vestido vermelho escarlate, longo, com uma fenda escandalosa e um decote de tirar o fôlego.

— Meus anos naquela agência de modelos estúpida serviram pra alguma coisa, vai... Ganhei isso num ensaio. Nunca tive lugar pra usar. Até hoje.

— E a máscara?

— Essa eu arrumo durante a festa. Dou meus pulos.

— Você pretende roubar uma máscara?!

— Roubar, não. Pegar emprestado. Temporariamente. Em nome do meu sonho.

Malu arregalou os olhos, sussurrando:

— Se o senhor Dorian descobrir, você vai ser demitida.

Francine sorriu, travessa.

— Como ele mesmo gosta de dizer… o que acontece no baile de máscaras fica no baile de máscaras.

Ela colocou o vestido de volta no guarda-roupa com cuidado e sumiu no banheiro.

Malu ficou parada, olhando para a porta fechada.

— Você é maluca, Francine...

Já passava das dez da noite quando o salão começou a encher.

Francine circulava entre os convidados, devidamente uniformizada, o olhar atento.

Ela não queria uma pessoa. Queria uma máscara. E precisava ser perfeita.

Foi quando viu.

Vermelha. Brilhante. Um toque de renda nas bordas e penas negras saindo do canto direito.

— Aquela, com certeza — sussurrou para si mesma.

Virou nos calcanhares e correu até a porta de entrada, onde o segurança Otávio vigiava com cara de poucos amigos.

— Otávio, você sabe que eu te amo, né?

— Fala logo o que você quer — ele nem disfarçou o tédio. — Sabe que o senhor Dorian não gosta de ver os empregados batendo papo. Ainda mais hoje.

— Você sabe que eu te amo porque é o único que embarca nas minhas loucuras.

— Francine...

— Preciso que você recolha as máscaras de quem for embora. Diz que é exigência do patrão, que é padrão da casa... inventa qualquer desculpa. Só recolhe.

Otávio fechou os olhos, respirando fundo.

— Mulher, o que você vai aprontar?

— Nada. Só faz o que eu pedi. Preciso voltar lá pra dentro.

— Vai logo. Não quero ser demitido por causa das suas ideias. Aquele homem é imprevisível.

Francine voltou pro salão. Rápido. Focada.

Parou no bar. O bartender olhou de canto para ela.

— Flávio, a mulher de máscara vermelha ali pediu o drink mais escuro que você tiver.

— Ah tá. E você acha mesmo que alguém nesse baile não sabe o nome de um drink escuro?

— Só faz o que eu tô pedindo. Dois copos, por favor.

— Vai sobrar pra mim?

— Prometo que não vai sobrar nada pra você.

— Olha lá, hein... — Flávio já preparava os drinks.

— É por isso que eu te amo! — Ela piscou e saiu dançando entre os convidados, vigiando a mulher de vestido creme.

Quando voltou ao bar, os dois copos já estavam prontos sobre a bandeja.

Francine os pegou, inspirou fundo e seguiu direto.

— Seu vestido é maravilhoso, moça... mas eu preciso mesmo é da sua máscara — sussurrou pra si, já chegando perto.

Mais três passos.

Ela tropeçou propositalmente na borda de uma mesa e jogou os dois drinks sobre o vestido de seda.

— MAS QUE...?! VOCÊ TÁ LOUCA?! — a mulher gritou. — Olha o que você fez com meu vestido! Você sabe quanto ele custou?!

Francine fingia desespero.

— Me desculpe, moça! Foi sem querer! Deixa que eu limpo...

— Tira as mãos de mim! Suas mãos imundas nem mereciam tocar esse tecido!

Ela saiu bufando, acompanhada por um homem com cara de poucos amigos.

Francine suspirou, segurando o riso.

Voltou pra cozinha, saiu pelos fundos da mansão e correu até Otávio.

— Conseguiu pegar as máscaras?

— Sim... — Ele estendeu uma sacola com quatro delas. — O que você vai fazer com isso?

— A ignorância é uma benção. Tem certeza que quer saber?

— Toma isso aqui e some da minha frente — ele empurrou a sacola. — Antes que eu me arrependa.

Francine abriu, vasculhou com cuidado e sorriu quando a encontrou.

A máscara vermelha. Ainda molhada nas bordas.

— Perfeita.

Ela se virou e voltou para a mansão, pronta para o próximo passo.

Francine correu até o quarto como se o mundo fosse acabar em cinco minutos.

Arrancou o uniforme de empregada e abriu o guarda-roupa com reverência.

Ali estava ele. O vestido vermelho escarlate.

Ela o vestiu como quem já tinha ensaiado aquela cena mil vezes.

O tecido colou no corpo. A fenda subiu quase até a alma. O decote... uma ousadia que nem ela sabia que tinha guardado.

Calçou um salto preto, alto o bastante pra fazer barulho ao entrar.

Pegou a máscara vermelha, ainda úmida, mas perfeita.

Um retoque de base, um blush discreto... E o batom vermelho, claro. Era a assinatura.

Ela se olhou no espelho, com a máscara já no rosto, e sorriu.

— Quem não se apaixonar por esse sorriso... ou é cego, ou gosta de banguela.

Deu meia-volta, saiu novamente pelos fundos da mansão e correu até Otávio.

Ele arregalou os olhos quando a viu.

— Eu não vou nem perguntar. Vai. Antes que eu me arrependa.

Ela piscou, segurou o riso e entrou pela porta da frente do salão.

Como uma convidada.

A música estava mais intensa agora. O salão, lotado.

Francine andava devagar, os olhos brilhando enquanto tentava identificar quem poderia ser o olheiro entre tantos homens mascarados.

Ninguém ali sabia quem ela era. Mas era como se ela tivesse nascido pra estar ali.

E então, ela sentiu.

Um olhar. Firme. Parado nela.

Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
capítulo anteriorpróximo capítulo
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App