Início / Romance / Beijada pelo Chefe no Baile de Máscaras / 4 - O que acontece no baile fica no baile
4 - O que acontece no baile fica no baile

— E você parece... perigoso.

— Isso te assusta?

— Um pouco. Mas me assusta mais não saber se isso é verdade ou só charme barato.

— Que tal me dar mais alguns minutos pra descobrir?

Francine pegou mais uma uva.

— Eu prefiro manter o mistério.

— Eu prefiro quebrar ele, pedaço por pedaço.

Ela riu, dessa vez sincera. Mas ainda mantinha a guarda alta.

— Você tá muito convencido de que vai conseguir alguma coisa comigo essa noite.

— Eu não estou tentando conseguir nada. Estou apenas aproveitando o privilégio de estar num quarto, sozinho, ao lado da mulher mais interessante do meu baile.

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Esse discurso funciona com todo mundo ou você só tentou comigo?

— Eu não costumo discursar pra ninguém.

— Claro. Você é o anfitrião enigmático, aquele que observa tudo do alto da escada.

— Até que uma certa mulher de vestido escarlate decidiu atravessar meu salão.

Francine sentou na cama e apoiou o cotovelo sobre a perna cruzada, deixando a fenda do vestido ainda mais evidente, e encarou ele por trás da máscara.

— Você é sempre assim? Charmoso. Rico. Perigoso. E com um ego do tamanho da mansão?

Dorian sorriu.

— Só quando alguém vale a pena.

Por um instante, o quarto ficou em silêncio.

Francine mordeu outra uva. Ela encostou na cabeceira da cama, os olhos ainda fixos nele.

— E se eu quiser ir embora?

— A porta está ali.

Ele disse isso calmo. Como se tentasse esconder que não queria que ela saísse.

Francine se levantou devagar, endireitou o corpo com elegância e andou até a porta como quem cruza uma passarela — lenta, firme, dona de si.

Dorian a acompanhou com os olhos. A frustração crescendo como uma névoa silenciosa ao redor dele.

Ela chegou até a porta. A mão pousou na maçaneta.

Ele já se preparava pra ver aquele vestido escarlate desaparecer no corredor...

Mas então, ouviu o som seco do trinco.

Clac.

Ela havia trancado a porta. 

Por dentro.

Francine virou o rosto por cima do ombro, a máscara ainda no lugar.

— Já que o que acontece no baile, fica no baile... Acho que posso ficar mais um pouco.

Dorian se levantou. Devagar. Como quem entra em terreno sagrado.

— Só mais um pouco?

— Não se empolga, anfitrião. Ainda não sou sua.

— Ainda — ele repetiu, saboreando a palavra.

Ela caminhou até ele, agora já sem medo. Ou talvez com medo e tudo — mas indo mesmo assim.

Parou bem na frente dele. Ergueu o rosto, mas manteve a máscara.

— Vai mesmo aceitar dançar com uma desconhecida até o fim da noite?

Ele sorriu.

— Vou te dizer um segredo. É a primeira vez que a noite vale a pena.

Francine não respondeu de imediato. Mas o olhar dela suavizou por um segundo — quase imperceptível — antes de voltar a se armar com o sarcasmo de sempre.

Dorian tirou o celular do bolso do paletó e deslizou o dedo sobre a tela.

— Posso te roubar mais uma dança?

— Desde que você não pise no meu pé. Esse vestido não vem com plano de saúde incluso.

Uma música suave começou a tocar. Jazz lento, envolvente.

Ele estendeu a mão. Ela hesitou por dois segundos... E então aceitou.

Os corpos se encaixaram com familiaridade, como se aquela fosse a centésima dança, e não a segunda.

Os passos pequenos, quase imperceptíveis, só pra manter o movimento.

Francine evitava os olhos dele. Como se olhar fosse perder uma batalha silenciosa.

— Você sempre dança assim com suas convidadas misteriosas?

— Só com as que me enlouquecem aos poucos.

Ela sorriu, virou o rosto pro lado, fingindo que aquilo não tinha surtido efeito. Mas surtiu.

E então... o tropeço.

Talvez tenha sido o salto abandonado. Talvez a distração.

O fato é que ela se desequilibrou por um segundo — e Dorian segurou com firmeza, a mão na cintura, o corpo colado no dela.

Ela ficou ali, suspensa por ele, o rosto a centímetros.

— Cena de cinema clichê — sussurrou, sem resistir ao sarcasmo.

— A diferença é que aqui, o roteiro é nosso.

E ele a beijou. 

Nada suave. Nada contido. O tipo de beijo que não pede permissão — mas oferece espaço pra que o outro aceite.

E ela aceitou. A princípio com controle. Com limites. Mas a cada toque, a cada gesto, ele puxava mais uma linha do autocontrole dela.

Ela rompeu o beijo primeiro, ofegante.

— Você beija como se fosse bom em outras coisas também.

Ele sorriu, provocando.

— Quer testar?

— Você é sempre assim? Ou só fica insuportavelmente convencido quando a mulher tá desarmada?

Ele avançou, o toque firme na cintura.

— Só quando ela finge que ainda tem armas.

Francine segurou o pulso dele, firme.

— E se eu resolver recuar?

— Eu paro. Mas tô vendo que você não quer recuar.

Ela mordeu o lábio, irritada com a precisão dele.

— Odeio homens que acham que sabem tudo.

— E eu adoro mulheres que me desafiam a provar.

As mãos dele subiram pelas costas dela. A pele arrepiou inteira sob o tecido do vestido.

Ela soltou um suspiro involuntário. Tentou recuperar o ar com um deboche.

— Não se iluda. É o álcool agindo.

— Engraçado... Eu diria que é você, finalmente, parando de lutar contra o que já quer.

Francine puxou ele pela gravata, com um sorriso perigosamente tentador.

— Se eu deixar, você vai se achar irresistível.

— Não. Eu vou te mostrar que sou.

E quando ele a encostou na parede, ela não disse mais nada.

Nem precisava.

— Eu devia ir embora — sussurrou, os lábios colados aos dele.

— Mas você não vai — ele devolveu, com voz baixa e rouca.

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