O silêncio do apartamento de Eyla era quase ensurdecedor. A penumbra da manhã invadia o espaço através das cortinas semiabertas, projetando sombras suaves pelas paredes. Ela estava deitada, encarando o teto, imersa em um torpor estranho, como se seu corpo tivesse esquecido como se mover. O calor do corpo de Adrian ainda parecia impregnado em sua pele, mas ele não estava mais ali. Só o vazio restava.
Ela fechou os olhos e inspirou fundo, tentando afastar o peso em seu peito. Mas a dor era real, quase física. Um aperto desconfortável, como se algo tivesse sido arrancado dela. “Por que dói tanto?”, sussurrou para si mesma. Nunca se permitira sentir tanto por alguém. Jamais deixara um homem atravessar suas barreiras internas, ocupar seus pensamentos de maneira tão completa. Mas Adrian... ele era diferente. Desde o primeiro olhar, desde aquele instante carregado de energia, algo dentro dela havia despertado. Algo antigo, quase instintivo. Como se sua alma o reconhecesse, mesmo sem entender